Dezenas de milhares de estudantes se mobilizaram em Santiago, mais milhares em outras regiões do país, na primeira marcha estudantil do ano, protestando contra a reforma da educação do governo.
terça-feira 11 de abril de 2017 | Edição do dia
Os estudantes se reuniram na Praça Itália, na cidade de Santiago, para dar início a primeira mobilização do ano. Os dois principais eixos da marcha eram: contra a reforma da educação do governo e impor como reivindicação central a educação gratuita universal.
AHORA: Miles de estudiantes se concentran en Plaza Italia, para marchar por La Alameda#El11ContraLaReformaNeoliberal pic.twitter.com/PpTpJPKu8v
— IzquierdaDiarioChile (@LID_Chile) April 11, 2017
Os estudantes novamente saem às ruas. Desta vez, contra a reforma da educação que é “estruturalmente neoliberal”, e que o governo pretende aprovar com “máxima urgência”.
Esta terça feira, 11 de abril, será votada na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados a proposta de regulamentar a reforma e seu caráter de urgência, proposto pelo governo.
A proposta de reforma é reprovada pelos estudantes. Como explica ao diario chileno La Izquierda Diario (parte da rede internacional de diários, que compõem o Esquerda Diário) Barbara Brito, vice presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), porta voz da Coordenação NiUnaMenos e militante da agrupação de estudantes Vencer, “a oposição do movimento estudantil é bastante clara e de rechaço à reforma da educação do governo porque não corresponde às demandas históricas das e dos estudantes como, por exemplo, a educação gratuita e universal como um direito social”, afirma a dirigente.
Volvamos a las calles <3#El11ContraLaReformaNeoliberal pic.twitter.com/wFoYVVJVan
— Bárbara Brito (@Barbara__Brito) April 11, 2017
“Entretanto, a postura não deve ser querer apenas ‘incidir’ ou melhorar uma reforma que é estruturalmente neoliberal e que mantém intacta a educação como mercadoria, dando o controle de 80% do sistema de ensino superior a instituições privadas. Como movimento estudantil, defendemos a gratuidade para todas e todos, de qualidade, financiada pelo Estado e sem nenhuma participação das faculdades privadas. Temos que impulsionar um projeto educacional que realmente considere a sensibilidade e as demandadas dos estudantes, professores e trabalhadores, e nesse sentido somos claros em expor de maneira firme nossa reprovação. ”
Da mesma forma se pronunciou a presidenta da Federação de Estudantes da Universidade Arcis, Sandra Beltrami, a qual considera “que não há gratuidade universal, que não ponha fim aos financiamentos estudantis e que os estudantes de universidades privadas sigam sendo considerados como clientes, são aspectos gravíssimos neste país”
Enquanto ainda ocorria a mobilização estudantil, a polícia começou a reprimir fortemente os estudantes.
Em meio ao trajeto que percorriam os estudantes, os policiais chilenos lançaram gases tóxicos e utilizaram um caminhão com jatos de água para reprimir os jovens.
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