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ANTI-IMPERIALISMO | No CONUNE, a batalha da Faísca é também contra o imperialismo

A Juventude Faísca participou dos quatro dias do 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE) lutando para que os milhares de jovens ali reunidos pudessem canalizar sua energia na construção de um plano de luta sério para enfrentar Bolsonaro, ataques históricos como a Reforma da Previdência e também todo servilismo e entreguismo do Bolsonarismo aos interesses imperialistas.

domingo 14 de julho de 2019 | Edição do dia

Com uma analise marxista do cenário geopolítico internacional, a juventude Faísca embasou toda sua intervenção na compreensão do papel determinante da enorme crise internacional que atinge o mundo em seu 11º ano, que ditam os ritmos da economia em cada país. Mesmo num momento muito diferente da fase aguda do estourar da crise em 2008, reafirmasse a ideia de um estancamento secular da economia.

Após a baixa da luta de classes que se concentrava no coração da França, com os coletes amarelos, o que prima agora é a enorme disputa entre as potências norte-americana e a chinesa, em base a guerra comercial, mas também a disputa pela preponderância tecnológica, enquanto por outro lado surgem fenômenos ideológicos à esquerda que fazem crescer as ideias socialistas na juventude dos Estados Unidos e também da China.

O capitalismo está na sua fase mais decadente. Isso é muito mais fácil de ver com os próprios olhos, e ainda assim, as correntes de esquerda que participam deste Congresso parecem não conhecerem a doutrina de Lenin quando tratava de denunciar que nesta fase histórica do capitalismo, a classe burguesa é reacionária em toda linha, não podendo haver nenhuma esperança em acordos (pontuais ou não) com ela. Assim como se reafirmam cada vez mais que vivemos uma época de "crises, guerras e revoluções". algo que o 57º Congresso da UNE não quis que os estudantes se preparassem.

Neste marco, a juventude denunciou o acordo UE-MercoSul que visa criar uma tripla dependência em nosso país, já muito dependente do mercado Chinês e do controle histórico norte-americano, agora com a Alemanha. E também, com a moral de quem denunciou a Lava Jato desde o seu surgimento, demonstrando suas relações com o Departamento de Segurança norte-americano e os interesses de retirar as velhas caras "da corrupção" por um outro esquema corruptivo ainda mais servil aos interesses norte-americanos, denunciamos Trump, toda sua agenda de ataques e privatizações, além dos seus preconceitos reacionários em nome "da família e dos bons costumes".

Uma juventude que se propõem revolucionária, ou será internacionalista ou não pode ser revolucionária. Por isso a Faísca interveio neste 57º Congresso levantando uma forte denúncia da intervenção imperialista norte-americana na Venezuela, sem prestar qualquer apoio político ao Nicolas Maduro. Baseado na luta pela independência política da classe trabalhadora, também denunciou profundamente a Lava Jato e os vazamentos muito bem interessados do portal Intercept, que apesar de desgastar Moro e clã Bolsonaro, vibraram pela aprovação da Reforma da Previdência.

Por isso a Juventude Faísca se espelha na grande experiência da Frente de Trabalhadores da Argentina (FIT, sigla em espanhol) que atua nas eleições argentinas com um programa político de independência de classe para enfrentar a imensa crise que atinge com força também a Argentina. Diferentemente, de fenômenos neo-reformistas como Podemos na Espanha ou Syriza, que sofreu recentemente uma derrota eleitoral avassaladora fruto de ter sido implementador dos ajustes exigidos pela Troika. A FIT não propõem gerir o capitalismo de forma mais humana, mas de erguer um programa de enfrentamento a esta ordem baseada na desigualdade social, com o não pagamento da dívida pública e que sejam os próprios capitalistas a pagarem pela crise.

Carol que é estudante da UERJ e delegada da Faísca contou ao Esquerda Diário:

"O Brasil é grande, mas o mundo é ainda maior. Seria ingenuo pensar que podemos definir uma política correta para o Brasil sem compreendermos o mundo. Por isso nós da Juventude Faísca nos sentimos fortalecidos em nosso combate pelo enorme movimento de mulheres que denuncia incansavelmente o patriarcado pelo mundo. Sem nos apoiar nos fenômenos internacionais de juventude que preferem o socialismo no coração do imperialismo norte americano. E também nos apoiamos na Frente de Esquerda e dos Trabalhadores da Argentina que levanta uma política independente para milhões de trabalhadores argentinos. Mas também por sermos internacionalista, não fechamos os olhos e repudiamos com todas nossas forças as intervenções que o Brasil teve no Haiti, reprimindo e estuprando as mulheres em troca de água, que foi promovido pelo governo do PT. Mais do que nunca, o CONUNE precisa de uma posição anti imperialista para poder analisar e enfrentar a realidade brasileira".




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