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FOME NO BRASIL | "No Brasil do golpe, mulheres e negros sofrem mais com a fome", afirma Letícia Parks

Quatro em cada dez famílias brasileiras são atingidas pela fome. As casas sustentadas por mulheres e negros são os mais atingidos, escancarando o racismo e o machismo. Letícia Parks, da bancada revolucionária de trabalhadores do MRT, comentou o assunto ao Esquerda Diário.

sexta-feira 9 de outubro de 2020 | Edição do dia

Quase metade das famílias brasileira passa fome. É isso que revelou a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, realizada entre junho de 2017 e julho de 2018, que entrevistou 58 mil domicílios em todo o país.

O resultado mostra um agravamento do quadro em todo o país, com a porcentagem de famílias submetidas à chamada “insegurança alimentar”, eufemismo utilizado para tratar a fome, tendo subido de 23% em 2013 para os atuais 37%. Letícia Parks, da bancada revolucionária de trabalhadores do MRT que concorre às eleições para vereador em São Paulo, comentou os resultados da pesquisa:

“Que exista um ser humano sequer que passe fome em pleno século XXI é um atestado completo da falência do sistema capitalista, que rege uma sociedade onde se produz muito mais alimento do que o necessário para alimentar toda a humanidade, mas mesmo assim a fome persiste, já que o objetivo da produção não é suprir as necessidades humanas, mas sim gerar lucro para uma pequena parcela parasitária de capitalistas que lucra bilhões às custas dos famintos do mundo.

No Brasil, vemos que durante a era do PT no governo, apesar de todo o discurso de governo popular, escandalosamente após uma década de governo ainda eram 23% dos lares em que havia fome, enquanto os latifundiários enriqueciam como nunca. Contudo, se compararmos os dados daquela época com os de hoje, fica bem claro a serviço de que foi dado o golpe institucional que colocou Temer no governo: em poucos anos a fome voltou a crescer imensamente, chegando aos atuais 37%.

Esses dados criminosos também revelam o machismo e o racismo que permanecem como base do sistema capitalista: entre os domicílios que têm alimento assegurado em quantidade suficiente, apenas 39% são chefiados por mulheres. Já nas residências onde a fome é presente, 75% tem como arrimo de família os negros. No Brasil do golpe, mulheres e negros sofrem mais com a fome, que se torna uma realidade cada vez mais presente.

Outro dado que mostra como os pobres são mais afetados pela crise é o que mostra que nas famílias atingidas pela fome, o gasto médio mensal com arroz é de R$ 15,01, enquanto nas que possuem segurança alimentar é de R$ 11,32. Neste momento, em que vemos como consequência da ganância capitalista o preço do arroz disparar, são os lares mais empobrecidos e famintos os que são mais uma vez os mais atingidos.

Os lares do norte e nordeste também sofrem mais, com 57% e 50% de lares famintos respectivamente, contra 31% e 21% de sudeste e sul, respectivamente. Nas regiões mais pobres do país, mais da metade das casas não tem comida suficiente à mesa. Esse crime abominável é de responsabilidade dos capitalistas e de seu regime político. Em meio à pandemia e ao reacionário governo de Bolsonaro, essa trágica situação só piora. Para acabar com isto defendemos o imediato fim do pagamento da dívida pública e a taxação das grandes fortunas para garantir o salário mínimo estipulado pelo DIEESE (R$ 4.420) e o salário emergencial de R$ 2 mil às famílias atingidas pela pandemia. Também é necessário proibir o aumento dos itens de alimentação básicos, nos enfrentando com os lucros dos capitalistas para garantir que todos possam se alimentar dignamente.”




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