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HU USP | "Ninguém tem que achar natural adoecer por trabalhar" diz trabalhadora em ação no Hospital Universitário da USP

Nesta quinta-feira (23), trabalhadores do Hospital Universitário da USP realizaram uma ação em frente ao Hospital denunciando as precárias condições de trabalho. Veja a fala de Bárbara Della Torre, trabalhadora do HU e Representante dos Trabalhadores do Conselho Universitário.

quinta-feira 23 de abril de 2020 | Edição do dia

Em uma ação convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP, em defesa da vida e das condições de trabalho desses profissionais, dezenas de trabalhadores se reuniram para protestar pela falta de testes para os funcionários, o racionamento de máscaras e falta de EPIs adequados.

Uma das intervenções da manifestação foi de Bárbara Della Torre ou Babi como é conhecida pelos colegas de trabalho, onde discursou em frente ao Hospital denunciando a superintendência que tem pressionando os trabalhadores, querendo impedir com que estes denunciem as terríveis condições que estão submetidos, inclusive setores do grupo de risco.

"É a nossa vida que está em jogo, a gente tem família em casa, e tem medo de contaminar essa família que ta em casa. Tem muitas trabalhadoras aqui dentro que estão sendo obrigadas a entrar nesse hospital todos os dias, e elas ainda estão amamentando e a superintendência vira as costas para esta situação e fala tem que trabalhar sim. O grupo de risco que pode morrer se se contaminar com o coronavírus, tem que trabalhar sim. É isso que o Paulo Margarido fala. É isso que esse médico fala pros trabalhadores do Hospital, que corram risco, que morram se for o caso. Mas eu não vou contratar funcionários", denunciou Babi.

A manifestação também questionava a ausência de uma orientação unificada e desde o início da crise do coronavírus no Brasil, a resistência da USP em afastar os trabalhadores que fazem parte do grupo de risco, colocando a vida desses profissionais em jogo. A reitoria tampouco garantiu mais contratações, mesmos as emergenciais para o hospital estão congeladas. O governador João Doria também recusou fazer as contratações para o Hospital da USP.

Barbara ainda defendeu em sua fala: "Quem conhece de fato o melhor fluxo é o melhor fluxo para ser implementado são os trabalhadores de cada setor que fazem o trabalho todos os dias", contra as medidas que são tomadas por fora dos trabalhadores e que na prática não garantia nem a saúde dos pacientes e menos ainda a segurança dos trabalhadores. O que significou depois a extinção do Comitê de Crise pela superintendência do Hospital, . 

"Não podemos voltar para dentro do Hospital como se nada tivesse acontecido, isso aqui é só um primeiro passo, uma primeira ação para a nossa organização. Pra gente colocar um basta na politica da reitoria e da superintendência e na política destes governos que é desmontar a saúde do país e deixar todos os trabalhadores da saúde correndo o risco de morrer, de adoecer. Ninguém tem que achar natural adoecer por trabalhar".

"O que a gente precisa para garantir uma resposta a esta pandemia sem colocar o risco os trabalhadores, garantindo a nossa segurança, garantindo também o atendimento da população que a gente já ta vendo que as UTIs estão chegando no limite da ocupação... O que a gente precisa é criar um comitê aqui dentro do hospital onde a gente possa indicar os nossos representantes por setor e ai nesse comitê se decidam quais são as medidas que o Hospital precisa tomar".

Veja a fala completa abaixo:




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