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#OCUPA TUDO RS | Nesta quinta 18h na Esquina Democrática: unificar a luta contra o golpe e pela educação

O Rio Grande do Sul entrou com força na onda de mobilizações da juventude. No momento em que escrevíamos esse artigo já passava de 80 o número de escolas ocupadas. Ao mesmo tempo, enfrentando uma feroz repressão, cresce o movimento da juventude contra o golpe e o governo ilegítimo de Michel Temer.

quarta-feira 18 de maio de 2016 | Edição do dia

O movimento iniciado na quarta-feira passada, em uma semana se estendeu pelo estado e segue se ampliando. A ele se somaram também os estudantes da Universidade Federal do Pampa, seguindo o exemplo dos estudantes da Unicamp e da USP e apontando um caminho de unificação das lutas local e nacionalmente. Mas a juventude gaúcha não parou por ai.

O movimento contra o governo golpista de Michel Temer tomou corpo e está levando milhares de jovens às ruas. Um pequeno ato na quarta-feira foi violentamente reprimido pela BM. Na quinta o movimento foi maior e mais uma vez reprimido. A vontade do governo Sartori de impedir as manifestações contra o governo ilegítimo de Michel Temer na base na base da pancada e espalhando gás lacrimogênio pela Cidade Baixa, fez o movimento se ampliar ainda mais. Na sexta-feira milhares de jovens voltaram a se manifestar, 15 mil segundo os organizadores e cinco mil de acordo com a cobertura do Zero Hora.

Para completar o quadro das mobilizações no RS também os professores iniciaram uma greve na segunda-feira que pode se ampliar nos próximos dias sob o impacto do movimento secundarista.

A questão decisiva nos próximos dias é se essas manifestações poderão se ampliar e se unificar, formando um movimento poderoso que poderia derrubar os ajustes do governo Sartori e inflamar a luta contra o governo golpista em todo o país.

O que dificulta que essa unidade se concretize é, em primeiro lugar, a política das direções petistas e pecedebistas. Em professores a direção majoritária do CPERS segue sua política traidora do ano passado, sob uma nova forma. Depois de impedir a greve em 2015, agora a convocam sem nenhuma preparação e organização.

Na juventude, o Levante Popular da Juventude está a frente da convocação das manifestações contra o golpe, mas não levanta ao mesmo tempo a bandeira das ocupações e da greve de professores, pois isso levaria a chocar com os interesses do CPERS que teme perder o controle da categoria de professores e da UBES, que nas ocupações que dirige, não convoca a luta contra o governo Temer. O medo de todos eles é perder o controle de uma luta unificada, pois sabem que a juventude que rechaça o golpe encabeçado por Michel Temer, não defende o projeto fracassado dos governos petistas, que também vinham – e seguem a exemplo da prefeitura de Contagem dirigida pelo PCdoB – aplicando ajustes que o grande capital exige.

A esquerda também chega impotente para impulsionar um movimento unificado contra o governo Temer e em defesa da educação. Fez coro com os golpistas até ontem e PSOL de Luciana Genro segue reivindicando uma “lava jato até o final”. São incapazes de dialogar com jovens que se mobilizam contra o golpe nas ruas de Porto Alegre e são incapazes de levar o debate sobre a situação nacional para dentro das ocupações e da greve dos professores, pois ficariam em minoria na sua adaptação a direita.

É através da organização de base e da mobilização unificada que podemos reverter esse quadro, abrindo nas assembleias de base a discussão sobre a necessidade de unificar a luta e tomando medidas concretas de solidariedade, ampliando um processo que já está sendo feito pelos estudantes ocupados (como o Julinho que mandou uma delegação ao Paula Soares frente à ameaça de repressão, entre vários outros exemplos deste tipo). É preciso levar a luta contra o governo Temer para dentro das escolas e as bandeiras das ocupações e da greve dos professores para os atos contra o golpe.

A alternativa que o petismo e seus aliados nos oferecem é, por um lado, a luta contra Temer para que volte Dilma, como se os ataques contra a educação e os direitos já não estivessem sendo aplicados pelo seu governo. Por outro, que cada luta siga isolada, sem força para barrar os ataques do governo Sartori. A esquerda antigovernista, encabeçada por Luciana Genro, luta por eleições gerais, como se isso fosse mudar o atual quadro político.

O caminho que nós do MRT defendemos é outro. Unificar todas as lutas em curso num grande movimento contra o governo golpista, contra os ajustes e em defesa da educação. Queremos derrubar Temer e barrar os ajustes, mas não para que volte Dilma, ou para que tenhamos novas eleições. Defendemos uma assembleia constituinte, imposta pela força da mobilização de massas, onde possamos discutir o fim dos privilégios da casta política, que todo parlamentar ganhe como uma professora e acabar com ditadura do judiciário que querem nos impor elegendo por voto popular também os juízes. Uma assembleia onde possamos discutir não entre um candidato e outro, mas as medidas de fundo para enfrentar a crise e evitar que ela seja descarregada sobre as costas do povo, das quais sem duvida uma das mais importantes é deixar de pagar a divida publica aos banqueiros e acabar com a dívida dos estados, para liberar recursos para a saúde, educação e um plano de obras publicas que combata o desemprego.




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