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Natureza atormentada: Cidade de Santo André alagada!

Ontem a chuva que encerrou o verão, abrindo a nova estação, deixou São Paulo abaixo d’agua literalmente. Foram centenas de vídeos que circulavam as redes sociais demonstrando a tragédia de carros sendo arrastados pelas águas que se acumularam em grandes avenidas de toda a capital. No ABC Paulista os vídeos das escolas como o E.E. Antunes em Santo André chocaram os munícipes.

Jenifer TristanEstudante da UFABC

quarta-feira 21 de março de 2018 | Edição do dia

A professora Maira Machado, dirigente do Movimento Revolucionário de Trabalhadores e ex-candidata pelo PSOL em 2016, já havia denunciado os problemas estruturais das cidades do ABC, e de como a ganância dos lucros impediam qualquer prevenção as tristes situações que se encontram as escolas, os hospitais, mas pior ainda: as vidas humanas que são levadas. No início do ano, a triste morte de uma criança de apenas 10 anos revoltou a população de Mauá, mas era uma tragédia já anunciada, anunciada pelo racismo que obriga milhares de famílias negras a se colocarem em risco para garantir a sua moradia.

Veja o vídeo que a Professora Maira Machado gravou no início do ano:

Santo André alagada: Paulo Serra é responsável!

Muitos dizem que não se pode responsabilizar o prefeito que assumiu há dois anos atrás, pois em dois anos não se pode mudar estruturalmente os problemas deixados pelas gestões passadas. Mas não se pode esquecer que já no governo de Carlos Grana (PT), Paulo Serra era o secretário de obras, e nada foi feito para impedir que Santo André fique debaixo d’água toda vez que chove.

Inclusive a ponte da avenida do estado desmoronou, e depois para arrumar a própria prefeitura quebrou a ponte, com falta de planejamento e irregularidades.

A verdade é que o caos não é gerado pela chuva e sim pela falta de estrutura da cidade, o que revela que a Prefeitura não tem nada de "casa do povo", muito pelo contrário, os interesses dos empresários ali é discutido e promovido com toda a energia que os prefeitos tem. Os privilégios são colocados em primeiro lugar, não à toa em Mauá, enquanto centenas de famílias perdiam suas casas e seus parentes devido aos deslizamentos, os vereadores votavam o aumento do seu 13º salário, enquanto a maioria dos trabalhadores, com a reforma trabalhista, sequer terão este direito garantido.

Como dizia Engels, um dos fundadores do socialismo científico junto com Marx ainda no século XIX: "Problemas ambientais derivam do sistema social. É desta esfera, das relações sociais e da sociedade com a natureza que é engendrado um problema da gravidade ambiental do que está ocorrendo em Santos. Neste caso, ele emerge das relações intrínsecas à forma de produção capitalista, sendo característica fundante deste sistema, a de que o trabalhador é assalariado do capital e, portanto, não é sujeito da produção; esta, dentro da lógica capitalista, é apropriada pela classe possuidora e voltada fundamentalmente para o lucro.

Este elemento de fratura social estabelece uma conflituosa relação metabólica entre sociedade e natureza. Nos marcos da qual o objetivo da produção, da técnica, passa longe de qualquer critério cientifico que busque harmonizar a relação entre a sociedade e a natureza".

É necessário se enfrentar com esses governos que privilegiam os capitalistas e seus interesses pessoais, exigindo a construção de um verdadeiro plano de obras públicas pago com o não pagamento da dívida pública que só enriquece os banqueiros e com impostos progressivos as grandes fortunas! Que os capitalistas paguem pela crise e não nós!

Leia também: Marx e a relação entre a sociedade e a natureza




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