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O La Voce Delle Lotte é um jornal para a classe oprimida, na Itália. Nasceu da Fração Internacional Revolucionária (FIR), e é uma organização coletiva que atua em mobilizações, greves, protestos, ocupações e outras formas de luta contra o capitalismo. Na quinta-feira, dia 04 de julho, lançaram uma declaração de sua adesão ao movimento internacional de mulheres Pão e Rosas. A nota, traduzida abaixo, expõe elementos da política na Itália, do Pão e Rosas e um chamado a outras correntes da esquerda a se somarem em uma luta consequente contra o capitalismo e o patriarcado.

quinta-feira 11 de julho de 2019 | Edição do dia

“No dia 21 de junho, na livraria Tamu, em Nápoles, foi feito o lançamento da corrente feminista Pão e Rosas Itália. No lançamento, Andrea D’Atri apresenta o seu livro “O Pão e as Rosas” (em italiano, “Il Pane e le Rose”). D’Atri é a fundadora da corrente Pão e Rosas que, começando na Argentina, hoje organiza milhares de mulheres em vários países na América e na Europa, para trazer uma perspectiva política anticapitalista e revolucionária no debate e nas ações políticas do movimento internacional de mulheres.

Este encontro foi antecipado por uma assembleia em Roma, dia 29 de Janeiro, parte de um tour feito por Andrea D’Atri em várias outras cidades europeias (passando pelo Estado Espanhol, França e Alemanha), que se deu com notável sucesso. Nos debates feitos, se discutiu os desafios políticos do movimento de mulheres e de todas as camadas oprimidas da sociedade diante da ascensão da direita, da repressão e do racismo; na Itália e não apenas lá. Não muito tempo depois, em Verona houve o Congresso Internacional da Família (uma assembleia de homofóbicos e antiabortistas de correntes da direita), que teve que enfrentar um forte e mobilizado contra-ato em Verona, que é visto como um dos maiores dos últimos anos, na Itália.

Essa situação política continua a se fermentar, também graças ao movimento “Non Uma Di Meno” (o “Nem Uma a Menos” na Itália), que gerou uma convergência das mobilizações e das reivindicações das mulheres, colocando em campo uma grande mobilização dia 25 de novembro de 2016, com mais de 200 mil pessoas nas ruas e praças. Uma onda feminista que contribuiu fortemente para difundir uma cultura diferente, oposta àquela reacionária, católica e clerical que a direita do governo leva adiante com políticos como Salvani, Pillon e Fontana. Estes políticos têm sido cada vez mais enfrentados por uma luta política ainda mais radical e generalizada, que quer eliminar as opressões de gênero a partir de sua raiz patriarcal, e lutar contra todo o sistema econômico que alimenta as opressões e explorações: o capitalismo.

Por tudo isso, tomando o exemplo da fundamental experiência da companheira argentina (e de tantas outras em outros países) em construir uma grande e vital corrente feminista socialista, revolucionária a nível internacional, aderimos ao Pão e Rosas e ao seu Manifesto Internacional. Lançamos, também, um chamado a todas as mulheres que participaram do Non Uma Di Meno e às organizações que lutam contra as opressões de gênero a construírem também, na Itália, uma grande corrente feminista que se enfrente , em cada movimento, com uma orientação anticapitalista e uma luta que sempre esteja aliada à classe trabalhadora, e não aos capitalistas liberais (“homens de bem”) que apenas em tempos de fartura cedem algumas migalhas, sempre se mantendo em condições privilégio, mantendo também as explorações e opressões.

O Pão e Rosas, que na Europa já existia na Alemanha e no Estado Espanhol, acabou de pôr os pés na França, com o nome de “du Pain et des Roses”, onde o movimento dos coletes amarelos revitalizou a mobilização social da juventude e das mulheres, levando muitas jovens mulheres para a área política pela primeira vez, colocando-as diante dos grandes desafios atuais, que a economia de banqueiros e empresários (e a política de ministros fiéis à classe dominante) coloca aos trabalhadores e trabalhadoras, jovens, mulheres, imigrantes e todos os oprimidos dessa sociedade.

Na América, o Pão e Rosas continua a crescer e participa ativamente de grandes lutas feitas no continente, como a luta pelo aborto legal, na Argentina, ou contra a política de Bolsonaro no Brasil, sempre se apresentando no programa político, nas reivindicações e nos métodos de luta como uma alternativa ao feminismo liberal da classe dominante, e ao feminismo reformista, de esquerda, que tem a falta de uma estratégia para combater consequentemente, a fundo, para vencer realmente o patriarcado e o capitalismo.

Por uma luta contra as opressões do capitalismo e do patriarcado, por um feminismo revolucionário internacional, também na Itália!

Queremos os pães e queremos as rosas!"

Scilla di Pietro, Ilaria Canale, Lisa Di Pietro (Napoli, coletivo Nadezhda)

Martina Garulli (Bolonha)




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