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Trabalhadores do Censo do IBGE entram em greve | “Não podemos continuar trabalhando sem dinheiro para comprar o almoço”

Trabalhadoras e trabalhadores do IBGE no Posto de Coleta de Ártemis/Santa Teresinha, da Subárea de São Pedro do Censo Demográfico 2022, decidiram em assembleia entrar em greve a partir do dia 7 de julho.

quinta-feira 14 de julho de 2022 | 15:17

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos com os trabalhadores e trabalhadores do IBGE de São Pedro, intereior do estado de São Paulo que decidiram entrar em greve por conta dos atrasos nos salários e as péssimas condições de trabalho. Um grande absurdo em meio uma crise econômica social atravessada pela inflação e a alta dos preços dos combustiveis e gás de cozinha que trabalhadores sigam sem receber seus salários. Isso também é parte da precarização de conjunto que a categoria dos censeadores do IBGE vem sofrendo ao longo dos anos onde inúmeros cargos que eram efetivos vem sendo tranformado em temporários. Colocamos abaixo o Manifesto do censeadorese censeadoras do IBGE que entraram em greve:

Manifesto sobre a greve do posto de Santa Teresinha

"Nós, trabalhadoras e trabalhadores do IBGE no Posto de Coleta de Ártemis/Santa Teresinha, da Subárea de São Pedro do Censo Demográfico 2022, reunidos em assembleia no dia 07 de julho decidimos por unanimidade pela paralisação de nossas atividades a partir de sextafeira, dia 08 de julho de 2022, até os pagamentos dos salários e auxílios atrasados. Esses atrasos foram o estopim de nossa greve, mas não seu único motivo. A realização da Pesquisa de Entorno no curto prazo exigido é incompatível com a quantidade de problemas que enfrentamos. As falhas nos aplicativos de coleta nos tablets, por exemplo, atrasaram o início do trabalho em mais de uma semana para alguns supervisores. O trabalho tem sido estressante para todos e todas, com acúmulo de funções para o CCS, estrutura precária no posto de coleta para a ACM e falta de amparo no trabalho de campo das ACSs. Como equipe, esses problemas acabam atingindo a todos. Supervisores e CCS também frequentam o posto de coleta e uma estrutura ruim para o trabalho da ACM impacta no trabalho dos supervisores e do CCS - o posto não possui condições básicas como banheiros em pleno funcionamento, móveis e outros, sendo próximo apenas de 05 dos 107 setores urbanos trabalhados nesta primeira fase do Censo 2022 (os outros 102 ficam extremamente longe, o que dificulta a interação presencial entre ACM e ACSs, dentre outros transtornos); as dificuldades no trabalho de campo das ACS impacta na supervisão da ACM e no trabalho do CCS, demandando mais ajuda dos dois; o acúmulo de funções no CCS dificulta que ele tenha tempo, por exemplo, para procurar um espaço melhor para o posto de coleta, além de para auxiliar o resto da equipe. Outros problemas, como o atraso na chegada dos chips, fazendo os trabalhadores e trabalhadoras usarem de suas próprias internets para as funções do trabalho; o atraso na chegada dos carregadores portáteis, essenciais para o trabalho de campo; a omissão da prefeitura municipal no auxílio aos trabalhos do censo, com problemas recorrentes envolvendo o uso de transporte público pelos ACSs, além dos problemas do posto, que a prefeitura se recusou a ajudar; os problemas recorrentes com o GPS, que têm obrigado cada ACS a repetir diversas vezes operações que o sistema insiste em não registrar, embora tenham sido feitas; esses problemas tiveram seu estopim no atraso dos pagamentos do auxílio do treinamento à todas as ACSs e ACM e dos salários de dois ACSs. A resposta que ouvimos do IBGE é que os problemas de atraso são por dados incorretos no sistema. Um dos ACS com salário atrasado, entretanto, estava com todos os dados corretos. A outra, teve um dos dados corrigido no dia 06 de julho, dado que estava errado pelo CCS ter digitado exatamente as informações que constavam no cartão, quando deveria ter feito uma troca, algo que apenas alguém da área de Recursos Humanos saberia - o que reforça o problema do enxugamento de pessoal, acumulando diversas funções em poucas pessoas. Não podemos continuar trabalhando sem dinheiro para comprar o almoço. Portanto, exigimos o pagamento dos salários e auxílios atrasados como condição para voltarmos ao trabalho. Exigimos também melhores condições de trabalho, um cronograma plausível, a certeza de quando receberemos os próximos salários (até o 5º dia útil?) e o amparo institucional do IBGE aos nossos problemas. Lembramos ao IBGE que das condições mínimas de trabalho (do espaço físico ao devido pagamento) depende não apenas a coleta de dados do setor urbano, como o curso preparatório dos recenseadores, sua contratação, pagamentos, supervisão, dentre outros. Ignorar nossas condições atuais significa comprometer o processo do Censo 2022, pelo que solicitamos ao IBGE sensibilidade e atitudes concretas."




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