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“Não existe unidade com quem quer descarregar a crise em nossas costas”, diz Maíra Machado

Em sua fala como parte do bloco independente do Pão e Rosas, que esteve em várias capitais do país, a professora da rede estadual de São Paulo e candidata a deputada estadual do MRT, Maíra Machado, lembrou que “não existe aliança com quem quer descarregar a crise nas nossas costas”.

domingo 30 de setembro de 2018 | Edição do dia

No último ábado (29), centenas de milhares de pessoas, com mulheres à frente, tomaram as ruas de norte a sul do país contra Bolsonaro. Organizado através das redes sociais, o repúdio à repugnante extrema-direita se traduziu em fortes manifestações em 15 capitais do país.

Em atos como o de São Paulo, o desfecho contou com um palanque eleitoral de mulheres, como Kátia Abreu, uma histórica inimiga das populações indígenas e dos trabalhadores do campo, e com Manuela D’Ávila, que junto a Haddad, tentam criar um pacto de governabilidade junto aos golpista e a direita, que em nada representam os interesses da classe trabalhadora, das mulheres, dos negros e da juventude. Por conveniência, essa política foi defendida na organização do ato por PT e PSOL para construir uma imaginada unidade entre as mulheres para supostamente combater um “mal maior”, que é Bolsonaro e a extrema-direita.

Justamente por que foi massivo com centenas de milhares em todo o país, mais importante ainda é debater a estratégia e o combate a conciliação petista pra enfrentar a extrema direita e os golpistas.

Não existe unidade com quer descarregar a crise sobre nossas costas. Usar o sentimento de ódio contra Bolsonaro como palanque eleitoral numa suposta unidade é, na verdade, encobrir a conciliação que Haddad, Manuela e o PT estão propondo com os golpistas e não enfrentar a extrema-direita de fato. Kátia Abreu, Ana Amélia e Marina Silva são defensoras do golpismo e das reformas contra nós, não são nossas aliadas. Manuela D’Ávila e Haddad acenam para o mercado financeiro e querem construir um pacto com os golpistas.

Se é assim, que batalhemos pela aliança entre mulheres, jovens e trabalhadores, explorados e oprimidos, não uma dita unidade que só quer nosso voto para conciliar com os golpistas, capitalistas e reacionários. Só assim vamos botar abaixo os ataques que o governo golpista de Temer já nos colocou, se transformarmos esse ódio em ódio de classe para lutar nas ruas, em cada local de trabalho e estudo para arrancar nossos direitos.

Se tivermos a perspectiva dessa aliança, estaremos preparados para a situação política que virá depois das eleições e não vamos ser usados como massa de manobra para um suposto "mal menor" que nos desarma e terminará sendo o pai de um novo mal maior, como foi o caminho que o PT traçou durante seus 13 anos de governo, que aos poucos criou espaço para a direita e pavimentou o caminho rumo ao golpe institucional. Só uma aposta na mobilização independente da classe trabalhadora, das mulheres, dos negros e da juventude é que fará com que os capitalistas paguem pela crise que eles mesmos criaram.

Em sua fala como parte do bloco independente do Pão e Rosas, que esteve em várias capitais do país, a professora da rede estadual de São Paulo e candidata a deputada estadual do MRT, Maíra Machado, lembrou que “não existe aliança com quem quer descarregar a crise nas nossas costas". Disse ainda que cabe às mulheres “tomarem em suas mãos a dianteira de um enorme movimento das trabalhadoras e jovens para que os capitalistas paguem pela crise. Segundo ela, para nos contrapormos a essa conciliação do PT com golpistas e empresários, precisamos de um programa que ataque os lucros dos capitalistas com uma proposta de emergência para os sindicatos e movimentos sociais imporem com sua mobilização independente: uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que já comece debatendo o não pagamento da dívida pública, contra os privilégios de políticos e juízes, igualdade salarial entre homens e mulheres, negros e brancos, pela efetivação de todos os terceirizados sem concurso público; a revogação de todas as reformas do governo golpista de Temer e dos governos anteriores; o direito ao aborto legal, seguro e gratuito.

Por isso, chamamos todas as mulheres e homens que querem seguir essa batalha contra o golpismo, Bolsonaro e a extrema-direita a construir conosco essa verdadeira unidade com um programa anticapitalista, para que o que valha seja a nossa vontade, de hoje explorados e oprimidos, para não pactuar com parasitas capitalistas e construir uma sociedade que esteja a serviço dos interesses das mulheres, negros, jovens e trabalhadores.




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