Em plena véspera da paralisação nacional, o Ministério da Justiça convoca e prepara a Força Nacional com quantidade absurda de aparato repressivo com a desculpa de ser um protocolo de segurança.
quinta-feira 27 de abril de 2017 | Edição do dia
Desde a manhã e no decorrer do dia da quinta-feira (27 de abril), um dia antes da greve geral prevista para ocorrer em diversos estados do país, o entorno do Ministério da Justiça, em Brasília, estava cercado por um contingente elevado de viaturas e de homens da Força Nacional com um aparato repressivo. Esta cena foi registrada em vídeo e compartilhada na página da rede social do Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS), como pode ser visto abaixo:
Durante o vídeo, o deputado percorre a área que cerca o Ministério da Justiça – que fica ao lado do Congresso Nacional – e relata que esta área já está isolada, mas que nesta quinta se iniciou a grande mobilização de integrantes do contingente da força nacional de segurança. Lembrando que esta instituição é formada por policiais militares de todo o país sendo mobilizados para enfrentamento e que, em Brasília, ficam sob o comando ou do Ministério da Justiça ou sob o gabinete de segurança nacional.
Após a viralização deste vídeo – que conta com mais de 89 mil visualizações - o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, informou que a Força Nacional foi convocada para realizar protocolo de segurança, em torno da sede do ministério. De acordo com assessoria do Ministério, a determinação do ministro para a realização da atividade foi para o dia de hoje, mas a Força Nacional estará preparada para qualquer "eventualidade" que ocorra nas manifestações previstas para esta sexta-feira (28).
A paralisação do dia 28 de abril, chamada pelas centrais sindicais, contra as reformas da previdência e trabalhista já tida pelos sindicalistas como a maior mobilização envolvendo diversas categorias, sendo que a última com esta magnitude ocorreu em 1986, durante o governo Sarney, contra o Plano Cruzado.
O vídeo feito pelo deputado em Brasília escancara uma das táticas usadas, tanto na capital quanto em outras localidades do país, pelos políticos para defender seus interesses e dos capitalistas – que é a aprovação dos desmontes para que a classe trabalhadora pague a crise – mas em contrapartida também demostra o medo destes da classe trabalhadora. Esta que, passando por cima das centrais sindicais – que deram uma trégua de um mês e meio depois da paralisação do dia 15 de março – revela sua força montando uma grande paralisação para amanhã! Assim, essa base, que já se enfrenta com a burocracia sindical e que não tem receio de ameaças – tanto física quanto psicológica pelas questões dos assédios – deve ir por mais... Deve preparar e organizar uma greve geral até derrubar Temer e todas as reformas.
