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ESTADO DE GREVE NO MUNDIAL | Na rede de mercados Mundial, trabalhadores estão em luta contra a precarização

quinta-feira 16 de novembro de 2017 | Edição do dia

Foto: Rafael Rodrigues/ Comerciários

Os milionários patrões da rede de supermercados Mundial decidiram aproveitar a implementação da reforma trabalhista de Temer para atacar direitos elementares dos trabalhadores empregados em suas lojas.

Assim, da noite pro dia, decidiram que não iriam mais pagar o adicional de 100% aos domingos e feriados. Essa medida arbitrária de ataques aos direitos é a famosa "negociação" que a reforma trabalhista dizia que iria acontecer entre patrões e empregados, suplantando os direitos garantidos em lei.

Mas os trabalhadores do Mundial mostraram que não irão deixar barato, e espontaneamente começaram a fazer manifestações e paralisações em frente às lojas da rede. O sindicato, que até então não havia mobilizado os trabalhadores, decidiu então convocar uma assembleia da categoria.

Segundo a direção do sindicato, foram 700 trabalhadores que se reuniram e votaram o "estado de greve", ameaçando parar caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas. Eles elaboraram a seguinte pauta:

  •  fim do acúmulo e desvio de função;
  •  volta do pagamento do adicional de feriados;
  •  acesso ao espelho de ponto;
  •  reenquadramento das caixas como “operadoras de caixa” ao invés de “atendentes”;
  •  instalação de esteira rolante nos caixas;
  •  pausa para lanche também para os trabalhadores de frente de loja;
    pagamento de participação nos lucros e resultados (PLR) a todos os funcionários.

    Márcio Ayer, presidente do sindicato, afirmou: “Com a autorização dos trabalhadores, vamos buscar um acordo coletivo que atenda às reivindicações. Caso caso contrário, vamos iniciar uma greve que nem a empresa nem o governo Temer jamais esquecerão”.

    O site do sindicato dos comerciários informava que nessa quinta-feira, 16, ocorreria uma reunião com a empresa. Eles também traziam depoimentos dos trabalhadores:

    “Estamos aqui lutando pelos nossos direitos e pelos direitos das nossas famílias. O que o Mundial quer fazer é nos colocar contra o Sindicato, mas eu acompanhei de perto, fui à Central e vi tudo. Trabalhador de verdade tem que ter coragem e ter lado!”, disparou JLM, da filial Cacuia. “Fazemos parte de um momento que está revolucionando o Estado do Rio. Estamos aqui para lutar pelos nossos direitos, nossos domingos e nossos feriados. Unidos, nós vamos conseguir”, disse FGR, da filial Taquara. “É um absurdo o gerente geral levar R$ 70 mil ou R$ 80 mil nas nossas costas. A participação nos lucros também tem que ser nossa”, comentou sobre a inclusão da PLR na pauta de reivindicações a funcionária GMP, da filial do Largo da Segunda-feira.

    A luta dos trabalhadores da Mundial é uma luta de todos os trabalhadores, e sua vitória fortalecerá o combate de todos nós contra os abusos da reforma trabalhista. Todo apoio à luta do Mundial!




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