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UERJ | Na UERJ, assembleia geral dos estudantes vota paralisação de uma semana

Na maior assembleia estudantil dos últimos anos, estudantes da UERJ votaram a paralisação das aulas até o dia 28, indicando aos cursos aprofundar neste debate e para que somem a esta luta. Alguns cursos já votaram paralisações, outros terão assembléias a partir de hoje.

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

quarta-feira 20 de maio de 2015 | 06:09

Ontem, terça-feira 19/05 foi um dia marcante na UERJ. Mais de 400 estudantes lotaram a assembleia geral para organizar a luta pelo pagamento dos salários atrasados dos terceirizados e contra os ataques na educação e a crise na UERJ.

Isto acontece uma semana depois de outro dia muito importante na universidade, quando 300 alunos realizaram um ato no qual trancaram o aceso aos elevadores e fecharam a rua em apoio as terceirizados e exigindo o imediato pagamento dos salários atrasados. Recentemente, se votou paralisação estudantil em Geografia, Serviço Social, Psicologia e História, demonstrando a vontade dos estudantes de ir à luta contra a precarização da Universidade e em apoio aos terceirizados. Vários outros cursos têm assembleias marcadas com indicativos de paralisação.

Com ampla maioria foi votada a paralisação das aulas até o dia 28/05. E também foi tirada uma nova Assembleia Geral dos Estudantes no dia 28/05. Se manteve o chamado para o ato no Palácio Guanabara, dia 21/05 as 13h. Este ato é parte de um "dia de luta em defesa da universidade" chamada pela Associação de Docentes da Universidade (ASDUERJ) na qual os professores vão fazer uma paralisação por aumento salarial, e também pela normalização dos pagamentos dos terceirizados. É preciso lutar contra a precarização do trabalho docente, e para isto é importante remarcar a força que teria nossa luta comum se a ASDUERJ se colocasse a efetivamente coordenar as lutas e orientasse os professores a discutir com os estudantes e não simplesmente parar suas atividades, estariamos muito mais fortes do que esta mobilização já está se mostrando.

A mobilização dos professores, por enquanto se restringirá a um dia, o dia 21, já os estudantes votaram uma paralisação de uma semana. Na assembleia os estudantes colocaram que estão em apoio ao ato dos professores mas que vão lutar com suas próprias forças, sozinhos se necessário for, contra o REItor e o governo.

Agora é fundamental que se construam as assembleias de curso, para que cada unidade debata a crise e construa a paralisação de todas as aulas, ampliando a mobilização para a greve. As assembleias são ferramentas democráticas na qual todos os estudantes podem colocar suas ideias, mas também são ferramentas de luta, convidando o curso inteiro a construir a paralisação, a ser sujeito na luta em defesa da educação pública e para que coletivamente possamos começar a debater não só como enfrentamos esta crise, como apagamos este incêndio, mas começamos a discutir que universidade queremos.

Nesse sentido de sermos protagonistas desta luta, e para que tenhamos paralisações ativas o Serviço Social realizou uma plenária na qual foi sugerida e votada paralisação de uma semana por estudantes do curso, e esta paralisação já está acontecendo não só efetivamente mas contando com grande mobilização e protagonismo dos estudantes.

Na assembleia geral desta terça os estudantes definiram também demandas como o pagamento imediato dos salários atrasados, abertura dos livros de contabilidade, mais verbas para educação e contra os ataques à educação de Pezão e Dilma.

Achamos fundamental a força da mobilização dos estudantes que se expressou ontem, no entanto, queremos que ela cresça e se fortaleça em cada curso, parando todas as aulas.

Infelizmente a assembleia foi interrompida pela mesa no final, sem que fosse discutido o calendário de mobilizações da semana para construir uma paralisação efetiva. A assembleia foi abruptamente interrompida pela mesa chamando para o ato na Reitoria sem debater as propostas de calendário unificadas. Não podemos compactuar com esta prática que atropela discussões, de maneira irresponsável com a luta. Atitudes assim prejudicam a massificação da mobilização e a construção real. Diante disso é importante que os cursos organizem a paralisação, com propostas de atividades conjuntas e aprofundem no debate do programa votado na assembleia geral.

A crise da UERJ é a Reitoria e o Pezão e os estudantes e terceirizados não vão pagar por ela!




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