Diante da grande mobilização demonstrada pelos trabalhadores da Nicarágua, que desde o dia 18 ocuparam massivamente às ruas, o presidente Daniel Ortega, anunciou ontem a revogação da reforma da previdência.
segunda-feira 23 de abril de 2018 | Edição do dia
Foto: Jorge Torres/EPA
Desde a última quarta feira (18) a população da Nicarágua se colocou nas ruas, em massivos protestos por todo país contra os planos do governo de aumentar as contribuições previdenciárias.
Neste domingo (22), o presidente, Daniel Ortega, foi obrigado a anunciar sua derrota, declarando a revogação da reforma previdenciária, em um encontro com empresários. A aprovação do projeto era um aceno do presidente para acatar recomendação do Fundo Monetário Internacional.
Diante do ímpeto demonstrado pela mobilização dos trabalhadores no país, o governo se viu sem condições de aprovar a reforma sem aprofundar o caos no país. Nem mesmo a brutal repressão, se calculam em torno de 20 mortos durante a onda de protestos, foi capaz de frear esse grande ímpeto, e por todo o país houve relatos de enfrentamentos da população, mesmo com o Exército nas ruas.
(Foto: AP Photo/Alfredo Zuniga)
Esta vitória dos trabalhadores da Nicarágua serve de exemplo para os trabalhadores brasileiros, pois mesmo que fora da agenda de Temer no momento, o governo golpista não desistiu da aprovação da reforma da previdência. Somente os métodos de luta da classe trabalhadora podem retirar de forma definitiva essas reformas que por todo continente o capital busca descarregar sob a população.