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SINTUSP | Mulheres do Pão e Rosas e Movimento Nossa Classe tem expressiva votação para Diretoria de Base do SINTUSP

Nos dias 21 e 22 de março ocorreram as eleições para o Conselho Diretor de Base (CDB) do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP). O grupo de Mulheres Pão e Rosas e o Movimento Nossa Classe tiveram 14 Diretores eleitos na base.

quinta-feira 23 de março de 2017 | Edição do dia

Nos dias 21 e 22 de março ocorreram as eleições para o Conselho Diretor de Base (CDB) do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP). Com a indicação de catorze (14) militantes espalhados em oito (8) unidades diferentes da Universidade, os trabalhadores – e especialmente as trabalhadoras – do Grupo de Mulheres Pão e Rosas e do Movimento Nossa Classe elegeram todos seus candidatos com expressiva votação da base.

Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), o representante dos trabalhadores no Conselho Universitário (CO) e ex-diretor do SINTUSP, Bruno Gilga Rocha foi o mais votado, acompanhado da Yuna Ribeiro, recém-transferida para esta unidade, mas extremamente reconhecida na vanguarda de trabalhadores da USP pelas lutas que protagonizou junto aos trabalhadores da Prefeitura, enquanto funcionária e militante daquela unidade majoritariamente masculina.

Na Faculdade de Educação (FE), a ex-candidata a vereadora pelo PSOL e uma das fundadoras da Secretaria de Mulheres do SINTUSP enquanto Diretora, Diana Assunção, e Cleber Oliveira, representante eleito dos funcionários na CIPA, membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo, foram muito bem votados nesta unidade, ambos reconhecidos pela tradição de luta em defesa dos terceirizados e da sua efetivação sem concurso, combatendo a divisão na categoria entre efetivos e terceirizados – maioria de mulheres negras.

No Hospital Universitário (HU), que passa por um processo de resistência bastante forte desde a entrada do Reitor Zago, em 2014, e sua pretensão de desvincular o Hospital para demitir os funcionários e precarizar o atendimento gratuito à população, Magna Ferreira, técnica de enfermagem que trabalha há 17 anos no Pronto-Socorro do Hospital; Marília Lacerda, trabalhadora do setor de raio-x há 9 anos e Caio Leão Grelha, do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) foram eleitos para continuar a luta em defesa da manutenção do Hospital dentro da USP, da reabertura dos leitos fechados, da contratação imediata de mais funcionários efetivos e contra a entrada de Organizações Sociais privadas no Hospital.

Na Prefeitura do câmpus foi eleito o trio piqueteiro e combativo: Décio França, Izael Nicolau (o famoso Caixa) e José Mário Bezerra. Há anos reconhecidos dentro e fora da Prefeitura pela luta em defesa da educação pública e contra os distintos ataques dos governos aos trabalhadores para o lucro dos patrões. Estavam no 15M desde cedo garantindo o corte da Rua Alvarenga pelos trabalhadores e estudantes da USP até a noite na Avenida Paulista para combater a Reforma da Previdência proposta pelo ilegítimo governo de Michel Temer e foram eleitos para continuar lutando contra as reformas trabalhistas, denunciando que nada se pode esperar das centrais sindicais, como CUT, CTB e Força Sindical, que não querem lutar seriamente contra os ataques, mas apenas alcançar uma melhor posição de barganha para cargos políticos ou para a volta do Lula em 2018.

Dentro da Superintendência de Assistência Social (SAS), a reconhecida educadora infantil da Creche Oeste, que foi barbaramente agredida pela Polícia Militar durante a manifestação dos trabalhadores, professores e estudantes contra a PEC do fim da USP dia 07/03, Nani Figueiredo, foi a candidata mais votada pelos trabalhadores. Também foi eleito o companheiro Alexandre, do Bandejão, parte de uma nova geração de lutadores, que mesmo com o corte ilegal e arbitrário dos salários durante a greve, mantém sua determinação de resistir aos ataques da Reitoria.

Por fim, além dessas unidades também foram eleitos Mary Cosaki, trabalhadora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), conhecida por toda a vanguarda de lutadores da USP pela sua abnegação nos processos de greve e pela atuação de anos no Conselho Diretor de Base, e Rodolfo Ferronatto, atualmente trabalhando na Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, mas que é extremamente reconhecido pelos trabalhadores da Superintendência do Espaço Físico (SEF) e da Prefeitura do Câmpus pela sua atuação decidida na greve de 2014, sendo um dos únicos funcionários da administração a se somar do início ao fim na luta com os demais trabalhadores.

Além dos militantes do Nossa Classe e do Pão e Rosas, a categoria se fortalece após essa eleição, com quase cento e vinte novos Diretores de Base eleitos em cinquenta (50) unidades da USP. Essa votação expressa a capacidade de resistência dos trabalhadores da USP aos ataques da Reitoria e dos governos estadual e federal. A soberania da Diretoria de Base sobre as decisões da Diretoria Colegiada do Sindicato representam um passo avançado no sentido da democracia desde as bases para que toda a categoria seja sujeito na luta e na defesa dos seus interesses coletivos.




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