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Em La Paz, nas encostas do Illimani a 3600 metros de altura, nos dias 6 e 7 de junho foi realizado o acampamento do Pão e Rosas – Bolívia: “Luta, ação e formação pela nossa emancipação!”.

quarta-feira 10 de junho de 2015 | 22:50

O acampamento contou com a participação de jovens estudantes e trabalhadoras dos estados de La Paz e Cochabamba, ativistas convidadas dos grupos Feministas Callejeras (Sucre) e Las Ramonas (Cochabamba), e a presença internacionalista de Andrea D’Atri, uma das fundadoras do grupo de mulheres Pão e Rosas – Argentina e dirigente do Partido dos Trabalhadores Socialista (PTS) que integra a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) no país vizinho.

Foram dois dias em que mais de trinta mulheres fizeram debates em torno de diversos temas de caráter nacional e internacional: o conflito e a crise no sistema universitário - em que afirmaram que “as mulheres não estão isentas de forma alguma” - a situação das mulheres trabalhadoras, a legalização do aborto, a luta pela emancipação das mulheres no sistema capitalista, as diferenças entre as diversas correntes feministas e as particularidades que a luta das mulheres adquiriu durante as recentes décadas de neoliberalismo a nível global e as perspectivas atuais.

As participantes concordaram que o Estado, ao contrário do que foi colocado pelo discurso de governo do MAS (partido Movimento para o Socialismo), continua sustentando políticas que violam os direitos mais básicos das mulheres bolivarianas, situação que é ainda mais grave para as mulheres da classe trabalhadora e do povo pobre.

O acampamento terminou com a preparação de um importante plano de lutas que será colocado a nível nacional, que iniciará com uma campanha contra o reacionário regime universitário e em solidariedade com a dirigente estudantil Marcia Torrico, de Cochabamba, perseguida pelo governo pelo seu papel na luta universitária. Também foi debatida a convocatória a outras organizações ao repudio a próxima visita do Papa, que chega para “abençoar” os laços cada vez mais estreitos da hierarquia eclesiástica com o governo de Evo Morales, que se gaba da laicidade do estado boliviano.

No fechamento, as companheiras do Pão e Rosas agradeceram a presença das participantes de outras organizações. Uma integrante do grupo Feministas Callejeras disse: “nós estamos agradecidas em compartilhar o espaço de debate e, a partir de agora, de continuar as lutas”. Uma militante do grupo Las Ramonas disse: “nós voltamos cansadas, mas contentes com tudo o que foi articulado. Mais uma vez companheiras, obrigada pelo convite”.

Antes de deixar o acampamento, Pandora – jovem trabalhadora e rapper da cidade de El Alto -, compartilhou sua música combativa com as mulheres presentes.

Por fim, o grupo Pão e Rosas convidou as jovens a se somar a esta agrupação que luta pela emancipação das mulheres na Bolívia, assim como em outros países da América Latina e do mundo, a partir da perspectiva de um feminismo socialista.




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