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Discursos reforçam a importância de uma unidade dos movimentos feministas em prol das políticas públicas municipais voltadas para as mulheres e outros grupos minoritários

sexta-feira 13 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Diversos movimentos sociais que pautam a luta por direitos das mulheres reuniram-se nesta quarta-feira (07), na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor), com o objetivo de planejar ações estratégicas de reivindicações de direitos, a fim de resistir aos retrocessos da gestão municipal de Curitiba.

O prefeito recém-empossado, Rafael Greca (PMN), já deixou claro que não pretende dar atenção às causas das minorias, das pessoas de baixa renda e também à cultura. Ainda durante sua campanha para a prefeitura, Greca afirmou que nós devemos ser amadas, mas não se falará em empoderamento de mulheres. E, depois disso, como sinal do seu “amor”, reduziu a Secretaria Municipal Extraordinária da Mulher a uma mera pasta, e para ficar à frente da mesma, que será integrada a alguma secretaria que ainda não se tem notícia, cogita-se um homem cisgênero e, sem dúvidas, branco.

O panorama já não é nada bom: Greca implementou uma política higienista, a qual ele chama de “reforma social”. O primeiro passo foi o fechamento de um guarda-volumes na região central que era destinado aos pertences das pessoas em situação de rua e aumentou o número de guardas municipais na região central. Para quem acompanhou a campanha eleitoral, sabe que o então candidato declarou em uma sabatina na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) que já “vomitou com cheiro de pobre”.

Além disso, o movimento cultural também sente os impactos da “redução da máquina” e a “economia de gastos”. O gestor da cidadela cancelou a Oficina de Música de Curitiba, evento tradicional que ia para a sua 35ª edição, e também o pré-carnaval, festejo que anima há anos os curitibanos e curitibanas que preenchem as ruas com arte. Além disso, cortou pela metade o orçamento do carnaval.

O encontro das mulheres organizadas nos mais diversos movimentos feministas e políticos, como também mulheres não organizadas, serviu para articular forças e preparar os próximos passos na luta em esfera municipal. O primeiro passo será um ato público em frente à prefeitura, no dia 18 de janeiro, às 11h, onde o movimento que se caracteriza como “Frente Feminista de Curitiba” entregará um manifesto com algumas reivindicações, assim como um convite ao Rafael Greca (PMN) e sua esposa para participarem de uma sabatina com as feministas, a fim de que possam realmente dialogar e os grupos organizados possam também descobrir as intenções do prefeito no que tange os direitos das mulheres já conquistados e os que ainda precisam ser atingidos.

Outros assuntos foram discutidos na reunião, como por exemplo ações diversificadas para atingir trabalhadoras, pessoas da região metropolitana, fazer com que os atos sejam mais eficazes, entre outros. Assim como foi realizada uma avaliação do primeiro ato feminista do ano na cidade de título “Nem uma a menos - ser vadia é sinônimo de ser livre”, realizado dia 07 de janeiro em solidariedade à chacina de Campinas e às mais de 30 mulheres assassinadas só neste ano.




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