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DESMATAMENTO | Mourão gasta apenas 0,7% de orçamento contra desmatamento e agro avança sob Amazônia

O governo, na figura de Mourão tomou heroicamente a luta contra o desmatamento que, diga-se de passagem, cresceu 78% de agosto de 2019 até maio de 2020. Um aumento absurdo, ainda mais tendo em vista que de 2018 a 2019 o crescimento já tinha sido exorbitante!

quarta-feira 8 de julho de 2020 | Edição do dia

Imagem: Reprodução

Com seus heroicos 2,32 milhões de reais, a operação militar “Verde Brasil 2” já paralisa ações que nem foram tomadas. O número representa 0,7% do valor previsto ao combate ao desmatamento (R$ 60 mi). Dados foram informados pelo Siafi, a pedido do Estadão.

Mas qual a razão dessa investida heroica de 2 milhões, pouco tempo depois do governo afirmar, através do Ministro do Meio Ambiente, que a pandemia era a hora certa de “passar a boiada”? Aparentemente poderíamos supor que a resposta anda junto com as empresas "puras” que assinaram deixar de comprar nossos produtos manchados de sangue. Contudo, a resposta que vai mais ao centro da questão é: a luta de classes! Por mais ridícula que seja essa falsa preocupação de Mourão com o bioma da Amazônia e Cerrado, é fato que a população ao Norte do país vem sendo a mais afetada com a pandemia, se fazendo necessário que o governo apresente respostas concretas à crise social e sanitária.

O desmatamento que há dois anos pegou em cheio as tribos indígenas, hoje avança no Cerrado e em pontos da Amazônia, destruindo tudo pela frente para espalhar incontáveis cabeças de gado com destino à China e Europa. E, embora as grandes empresas do Boi como a JBS e a Minerva dizem ter compromisso com o “desmatamento zero”, são as que mais lucram com as commodites proveniente da derruba do Cerrado e da Amazônia. No outro lado da moeda, há as grandes empresas que lucram com o extrativismo, como algumas de cosméticos na França, e fazem campanha contra as queimadas e desmatamentos, mas em vista de reservar a si uma parte do bioma para sua superexploração. Em princípio, a investida militar teria duração de um mês, mas foi renovada em 10 de junho para mais um mês.

De um lado, a investida do boi e da soja. De outro lado, a investida dos produtos de cosméticos extraídos da Amazônia. Ainda outro lado é a própria pandemia e crise econômica-social. As investidas contra a classe trabalhadora e contra os povos indígenas é multifacetada e ora vem diretamente das mega empresas, ora do governo, ora do agronegócio.

A única saída tanto para os povos indígenas quanto para a classe trabalhadora que sofre diretamente com o desmatamento é a organização que tenha como objetivo derrubar Bolsonaro, Mourão e os militares, que não tenha nenhuma confiança em Maia e nem no STF. Apenas confiança em nossa própria classe que produz toda a riqueza, apenas confiança na revolução; é com a tomada do poder que a agricultura familiar, os indígenas e trabalhadores do campo vão poder dar um basta a todo desmatamento e superexploração da Amazônia, que são realizados em nome do lucro de alguns poucos e sobre milhares de cadáveres jogados em valas abertas.




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