Mais de 150 casos de violência foram registrados em decorrência do ódio propagado por Bolsonaro. Entre as vítimas, há casos de agressões físicas e até assassinatos. Mestre Moa, capoeirista negro, foi um deles.
segunda-feira 5 de novembro de 2018 | Edição do dia
As últimas eleições, que ocorreram sob intensa manipulação do Judiciário e com a tutela das Forças Armadas, foi marcada por vários ataques de bolsonaristas, onde um deles chegou a matar o capoeirista negro Mestre Moa do Katendê, uma travesti, e o Charlione, jovem negro que participava de uma carreata em Fortaleza. Tudo isso aconteceu por parte dos apoiadores do Bolsonaro que se sentem representados pelo seu discurso de ódio.
Quando foi anunciada a vitória de Bolsonaro, que só foi possível através de toda a manobra judicial que prendeu Lula arbitrariamente, roubou mais de 3,6 milhões votos, que proibiu que Haddad falasse que Bolsonaro é favorável a tortura, e que inclusive passou um pano para os 12 milhões das Fake News, manifestações pró e contra tomaram às ruas do Brasil. Como expressão do discurso de ódio de Bolsonaro, 150 pessoas foram vítimas, algumas fatais.
Nessa mesma noite da vitória no dia 28/10 um grupo de jovens que estavam reunidos apenas para aproveitar a noite, sem qualquer motivação política foram reprimidos pela Polícia Militar. Isso mostra que agora vão ter mais liberdade para massacrar a juventude pobre.
Na USP - Universidade de São Paulo, dia 29/10 na Faculdade de economia, Administração e Contabilidade (FEA), um grupo chegou armado, os estudantes estavam vestidos com roupa militar, camisetas escrito “Trump”, fotografaram salas de aulas, e chegaram até fazer uma performance anunciando uma “nova era”, e fazendo ameaças: “Às petistas safadas vão ter que tomar cuidado”.
Outro absurdo ocorreu no dia da votação das eleições 2018, em que o estudante de direito Pedro Bellintani Baleotti, 25 anos, fez um vídeo escandaloso que viralizou no WhatsApp falando que ia votar no Bolsonaro “ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco pra ver vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”. No final do vídeo ele ainda filma duas pessoas negras em uma moto e fala: “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer! Vai morrer! É capitão, caralho!”.
Diante desse completo absurdo, uma atitude altamente racista, estudantes da Universidade Mackenzie, coletivo de estudantes tanto do Direito como de outros cursos exigiram que a instituição se posiciona-se, inclusive fizeram um ato contra a violência e o racismo na Universidade aos gritos de: “Não Passarão”. Após um forte repúdio dos estudantes o Mackenzie abriu um processo de sindicância e suspendeu Pedro preventivamente. Um claro recado que os estudantes não vão permitir que as ideias que o Bolsonaro defende ganhe expressões dentro da Universidade.
É inaceitável que o Bolsonaro tenha um minuto de paz, enquanto suas mãos estão cheia de sangue de negros, e de LGBTs. É inaceitável que ele tenha paz enquanto massacra a população pobre com seus ataques à educação e nossos direitos democráticos. Os trabalhadores e a juventude organizada podem barrar a extrema-direita. Que a CUT, a CTB e a UNE convoque milhares de comitês de luta em cada local de trabalho e estudo para massificar nossa luta. Nossas vidas valem mais que seus lucros.
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