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DOIS PESOS DUAS MEDIDAS | Moro e Ministério Público Federal decidem não questionar Claudia Cruz

Sérgio Moro e o Ministério Público Federal decidiram não fazer perguntas à esposa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, no processo em que ela é acusada de se beneficiar das contas no exterior que o ex-deputado federal teria abastecido com recursos desviados de esquemas de corrupção na Petrobrás.

sábado 19 de novembro de 2016 | Edição do dia

Cláudia Cruz, por ordem de seu advogado, avisou a Moro que iria responder as perguntas da defesa. O juiz de Curitiba concordou e abriu espaço abriu espaço para que o Ministério Público fizesse perguntas, ainda que para deixa - las registradas, mas o procurador também decidiu não participar.

O juiz justificou sua conduta dizendo que ’’normalmente’’ não faz perguntas quando o acusado decide ficar em silêncio integralmente. De acordo com o Moro: “Eu, normalmente, nesses casos, não faço perguntas quando o acusado resolve ficar em silêncio integralmente. E normalmente também deixo que as partes não perguntem. Mas, neste caso, como existe a ideia de responder a defesa, se o Ministério Público quiser fazer as perguntas mesmo assim, para ficar registrado, aí é escolha do Ministério Público. Eu não vou fazer perguntas diante da manifestação da acusada”. O que um procurador rebateu: “Eu também não vou fazer, excelência”.

Moro mentiu ao afirmar que não costuma questionar réus que decidem pelo silêncio. No interrogatório de Marcelo Odebrecht, o empresário afirma que não iria responder as perguntas pois já as tinha feita por escrito. Em seguida, Sergio Moro continuou a lhe fazer questionamentos e, por fim, ainda passou as perguntas ao Ministério Público.

Mais uma vez, a Lava Jato de Sergio Moro e companhia limitada, demonstra ser uma operação seletiva, anti - democrática e arbitrária. Enquanto o juiz de Curitiba mantém uma postura de ser linha dura com alguns investigados, para outros ele demonstra ter uma atitude totalmente complacente. A postura de Moro com a mulher de Eduardo Cunha só reforça a tese de que a Operação Lava Jato não está disposta a combater a corrupção, mas sim de servir de ferramenta para pressionar os governos a atacarem a classe trabalhadora.

A Lava Jato não possui nenhuma intenção de questionar a raiz do problema da corrupção, pois a operação faz parte deste regime corrupto, blinda interesses políticos e as empresas imperialistas. Com isso, o Juiz Sergio Moro só vai contribuir para que tenha novas formas de corrupção e que os esquemas hoje existentes, sejam substituídos por outros. Para aqueles que estavam animados com a prisão de Eduardo Cunha, Moro mostra estar fazendo pouco caso com a investigação envolvendo o ex-presidente da Câmara.

Somente uma mobilização independente dos trabalhadores em conjunto com os demais setores populares da sociedade que iremos combater a corrupção que os políticos dos ricos carregam em seu DNA. Uma luta que se enfrente contra os corruptos, hoje também tem que ter como objetivo barrar os ataques que estão sendo orquestrado por Temer, algo que nem o Sergio Moro e a direita que o apoia tem alguma pretensão de fazer, pois ambos querem que os trabalhadores e demais setores populares da sociedade paguem pela crise econômica que o país está passando.




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