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LAVA JATO | Moro critica STF e quer poder de prender quanto quiser

O STF entende que prisões "provisórias" devem ser "provisórias" e que o cumprimento de pena detido cabe somente após a condenação em segunda instância. O juiz de Curitiba discorda, quer ter um poder ilimitado para prender sem provas, obter delações e usar outros subterfúgios autoritários.

quinta-feira 4 de maio de 2017 | Edição do dia

Ao mandar abrir a Operação Asfixia, a 40ª fase da Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro rechaçou enfaticamente as críticas às prisões preventivas da maior ação contra corrupção já deflagrada no País. Para o magistrado, a custódia por tempo indeterminado decretada na operação foi "essencial" para barrar "carreiras criminosas". O STF entende que prisões "provisórias" devem ser "provisórias" e que o cumprimento de pena detido cabe somente após a condenação em segunda instância. O juiz de Curitiba discorda, quer ter um poder ilimitado para prender sem provas, obter delações e usar outros subterfúgios autoritários.

Moro não apontou nomes, mas seu recado tem claramente um endereço - os críticos das prisões preventivas que ordenou no âmbito da Lava Jato. Em fevereiro, o ministro do STF Gilmar Mendes disse que "este ano o Supremo Tribunal Federal tem um compromisso com as prisões alongadas da Lava Jato". Em apenas uma semana, entre os dias 25 de abril e 2 de maio, o Supremo colocou na rua quatro alvos de peso da grande investigação - o ex-ministro José Dirceu, o pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-assessor do PP João Cláudio Genu, e ainda o empresário Eike Batista, custodiado no presídio de Bangu, no Rio, por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal fluminense.

O Esquerda Diário tem afirmado desde o começo da operação Lava Jato que essa generalizava procedimentos autoritários, já empregados nos morros e favelas e aos 200mil presos sem julgamento em todo o país, em sua maioria pobres e negros. Apoiar a Lava Jato e o poder de um juiz prender "provisoriamente" e para sempre alguém acusado em um powerpoint significa apoiar um instrumento que será usado contra os trabalhadores e a esquerda, como já está sendo usado nos presos políticos da greve geral em São Paulo.

Com informações da Agência Estado




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