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Racismo | Modelo negra de outdoor de salão de beleza é alvo de pichação racista em Araraquara/SP

segunda-feira 10 de janeiro de 2022 | Edição do dia

É inacreditável, mas tá aí o maldito racismo de cada dia. Um salão de beleza em Araraquara, São Paulo, foi alvo de ataques racistas por causa de um outdoor com a imagem de uma mulher negra.

Todos os dias a internet, os noticiários de TV e principalmente o cotidiano comum nos mostra o quanto o racismo é estrutural e estruturante. Dessa vez, expressado em uma pichação, uma mulher negra foi o alvo, onde alguém (ou um grupo) a chamou, absurdamente, de macaca. As absurdas frases como "Três mulheres lindas e uma macaca" e "tira essa macaca daí" não deixam duvidas sobre a intenção de quem pichou.

As mulheres negras que no capitalismo ocupam o lugar mais oprimido da classe trabalhadora, nos piores postos de trabalho e com os menores salários, ainda tem a enorme pressão do padrão de beleza.

As mulheres negras encabeçam as taxas de desempregadas, de terceirizadas e de mortas em crimes de feminicídio. Uma pessoa se sentir motivada a fazer esse ataque, e realizá-lo demonstra mais uma vez, que esse problema está longe de acabar.

Os estabelecimentos e moradias próximos ao salão não possuem câmeras de segurança dificultando identificar quem fez a agressão. O salão foi orientado a prestar queixa na delegacia o que não resolverá o problema na raiz. Casos como esse são muito frequentes e chega a ser contraditório o trabalhador ir a uma delegacia onde fotos de homens negros são usadas aleatoriamente para definir quem é culpado ou não não deixando escapar nem o ator Michael B. Jordan.

O padrão de "beleza" quando não exclui as mulheres negras, quer que elas se enquadrem, impondo o que é um cabelo bonito, pressionando e arrumando a cada dia um defeito diferente no corpo feminino com o único objetivo que é enriquecer a indústria da aceitação social com os padrões estéticos impostos pela classe dominante e como se não bastasse, essas e outras infinidades de opressões ainda temos que lidar com um governo racista que minimiza e por vezes até nega a existência do racismo no Brasil.

O racismo precisa ser combatido, e a classe trabalhadora é a única que pode levar esse combate à frente, com os negros na primeiras fileiras dessa batalha. Nós do Esquerda Diário e do MRT nos solidarizamos com a vítima e manifestamos total repúdio ao ato racista.




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