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GREVE DOS GARIS | Mobilização dos garis do Rio de Janeiro segue, mesmo com as mentiras da Comlurb

Os garis do Rio de Janeiro seguiram ontem uma nova rodada de mobilizações pelas suas demandas. Durante todo o dia 22 de abril centenas de garis e trabalhadoras merendeiras, conhecidas como APA (agente de preparo de alimentos), ficaram em vigília de manhã até o fim da tarde em frente à sede da empresa Comlurb para exigir reajuste salarial de 10%, melhorias no plano de carreira, e auxílio por insalubridade para as APAs. A possibilidade de greve dos garis já despertou uma campanha cheia de inverdades por parte do presidente da empresa, Tarquínio Prisco Fernandes de Almeida, que busca jogar a população do Rio de Janeiro contra os trabalhadores em base às informações absolutamente tendenciosas.

terça-feira 23 de abril de 2019 | Edição do dia

Foto: Luciano Belford/Agência O Dia

Os garis do Rio de Janeiro seguiram ontem uma nova rodada de mobilizações pelas suas demandas. Durante todo o dia 22 de abril centenas de garis e trabalhadoras merendeiras, conhecidas como APA (agente de preparo de alimentos), ficaram em vigília de manhã até o fim da tarde em frente à sede da empresa Comlurb para exigir reajuste salarial de 10%, melhorias no plano de carreira, e auxílio por insalubridade para as APAs. A possibilidade de greve dos garis já despertou uma campanha cheia de inverdades por parte do presidente da empresa, Tarquínio Prisco Fernandes de Almeida, que busca jogar a população do Rio de Janeiro contra os trabalhadores em base às informações absolutamente tendenciosas.

A reivindicação dos garis é mais que justa, considerando a taxa de inflação acumulada ao longo dos anos, e a elevação do desemprego, que faz muitas vezes com que um gari tenha que arcar sozinho com o sustento de várias pessoas de sua família. Em um vídeo do presidente que está circulando em nome da Comlurb, ademais de reafirmar que não darão nenhum reajuste para além de 3,73% de reajuste, ainda quer fazer crer que o gari seria praticamente um “privilegiado”, pois teria um conjunto de benefícios que inclusive “a empresa não estaria obrigada a dar”. Buscando criar confusão junto à população para defender os interesses da empresa, buscam diluir o salário dos garis com o alegado gasto da empresa, que alcançaria R$5600,00 por mês. Com isso querem colocar as reivindicações dos garis como algo injustificado, enquanto nas reportagens que foram veiculadas em outros meios vários deles mostraram os holerites em que o salário discriminado era de R$1400,00. Por que a Comlurb não abre seus livros de contabilidade então, para que se saiba publicamente quais são suas receitas, e onde elas são empregadas? Ao mesmo tempo que a diretoria quer enganar a população sobre os salários dos garis para desmoralizar o movimento dos trabalhadores, mantém altos salários para cargos comissionados como os gerentes que cotidianamente estão assediando os trabalhadores da Comlurb.

O debate aberto sobre o valor do salário e benefícios dos trabalhadores sempre é feito publicamente pelos patrões, para tentar desqualificar suas demandas, enquanto os lucros, arrecadação e dividendos das empresas é um segredo guardado a sete chaves.

Alega-se ainda que a cidade do Rio de Janeiro está precisando dos garis, depois das fortes chuvas. A Comlurb diz que os garis não podem parar e coloca como argumento sua “preocupação” com a cidade. Entraram na Justiça e ganharam uma liminar para impedir os piquetes. No entanto, é claro que não se trata de preocupação com a população, já que sequer a insalubridade era dada ao conjunto dos seus trabalhadores. Os garis realizaram um trabalho exemplar durante as tempestades que assolaram o Rio de Janeiro, que sucumbiu graças à ganância capitalista dos grandes empresários, e dos governos que atuam em seu nome. Isso mesmo sem condições e instrumentos suficientes para trabalharem nesta situação, mas porque os garis sempre mostraram o valor que dão à cidade e sempre tiveram uma relação de respeito e aliança com a população trabalhadora do Rio de Janeiro. Portanto, os trabalhadores têm todo o direito de lutarem por suas demandas.

A empresa alega que as e os APAs não precisam de insalubridade, mas esse setor, na sua maioria mulheres, vive em situação de adoecimento pelas condições de trabalho, altas temperaturas, poucos recursos e trabalhando por uma demanda enorme de merenda nas escolas municipais em apenas duas ou três dentro da cozinha.

Durante o dia de ontem o Esquerda Diário acompanhou a mobilização dos garis na porta da empresa, que não apresentou nenhuma proposta de acordo hoje. O Sindicato de Asseio à todo momento se manteve contra a greve, não disponibilizando nenhum recurso para a mobilização dos trabalhadores da Comlurb e compartilhou em sua página sem nenhuma crítica, a liminar que um desembargador da Justiça do Trabalho soltou para desmobilizar os trabalhadores proibindo o piquete e exigindo que 60% do efetivo dos trabalhadores da Comlurb estivesse trabalhando.

A diretoria da Comlurb afirmou que vai levar a reivindicação de aumento salarial para o prefeito Crivella, que se tornou célebre por favorecer os membros de sua Igreja com atendimento diferenciado de Saúde, e marcou uma nova reunião apenas para quinta-feira.

Os garis e demais trabalhadores que esperaram durante todo o dia na porta da Comlurb marcaram uma nova assembleia para a quinta-feira, onde serão debatidos os rumos do movimento. Enquanto isso seguirão realizando a discussão com os companheiros de trabalho para seguir na mobilização e construir a assembleia do dia 25/04 no Country Club em Guadalupe as 17h. Novamente, como Esquerda Diário, MRT e Juventude Faísca, que estivemos ontem acompanhando os trabalhadores da Comlurb levando apoio, reafirmamos que estamos ao lado dos trabalhadores em sua luta pelas demandas justas, e rechaçamos a proibição dos piquetes ou qualquer intimidação da empresa contra os trabalhadores.




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