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PRIVATIZAÇÃO DA TERRA | Ministro da agricultura e a venda de terra para capital estrangeiro

terça-feira 21 de junho de 2016 | Edição do dia

Apoiado pelo presidente golpista Michel Temer, do PMDB, Maggi em entrevista ao Estadão nesta segunda, 20 de junho, aponta que quer enviar ao Congresso Federal uma proposta para mudar uma lei polêmica, que busca permitir que estrangeiros possam comprar terras e produzir no Brasil. De acordo com ele, isso ajudaria a aumentar o orçamento do governo, com uma resposta rápida do segmento agro. Maggi sugere viajar com Temer para a China e pedir pessoalmente ao governo chinês para que veja o Brasil com olhar diferenciado. Em relação ao rito do impeachment, quando questionado, o ministro da agricultura coloca abertamente que o melhor cenário seria o mais rápido, mas tem todo trâmite, demonstrando que concorda com o golpe institucional.

Como denunciado aqui, antes do golpe institucional vir á tona, já se apresentava uma agenda que era uma verdadeira bomba a ser ponderada pelo possível novo presidente, desde a revisão da demarcação de terras indígenas até a flexibilização do termo ‘trabalho escravo’, passando pela entrega total da venda de terras para o capital estrangeiro.

Além disso, se formos buscar um pouco na história da luta pela terra no país, em particular no Rio grande do Sul, à época da Segunda Grande Guerra, começa a se evidenciar duas questões cruciais ligadas a terra: o esgotamento de terras de mato (local de expansão da agricultura camponesa no Rio Grande do Sul), denunciando o bloqueio fundiário, e o esgotamento das terras agricultáveis, que se acentuou em função do bloqueio fundiário. Houve falta de terras porque não houve disponibilização das terras de campo para os colonos e a produção agropecuária colonial. O esgotamento é resultado do intensivo uso das escassas áreas disponíveis, tanto quanto da seletividade (excludente de camponeses) das tecnologias e do crédito rural. Com a exclusão social vários movimentos de resistência se organizaram, muitos assentamentos embaixo de lonas nas beiras da estrada, “foices em punho” muitas lutas se realizaram. O governo do PT, que prometia reforma agrária, com Lula, no entanto não cumpriu a sua bendita parte e a política agrária valorizou o agronegócio, tendo como desfecho no governo Dilma, uma ministra eminente representante do latifúndio.

A luta pela terra se constitui de enfrentamentos com latifundiários de norte a sul, duros conflitos, sendo 2015 o ano com maior número de assassinatos dos últimos 12 anos, com 49 mortes registradas (podendo haver mais) a maior parte na Região Norte. Com isso tão importante, para combater um ministro reacionário como este, neste governo golpista, no que tange a questão agrária, que uma assembleia constituinte livre e soberana possa ser imposta, para que a estrutura fundiária possa ser reorganizada, através da reforma agrária, possamos fazer justiça às mortes no campo de norte a sul e honrar nossa história de luta pela terra no país.




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