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CASTA POLÍTICA | Ministro da Saúde diz que não expulsarão Maluf do PP: "o partido não é destas coisas"

terça-feira 2 de janeiro de 2018 | Edição do dia

Em entrevista ao blog do G1 o ministro da saúde, Ricardo Barros (PP-PR), afirma que o judiciário usa como jogo político contra o congresso as prisões de políticos corruptos. Ele alega que as prisões de Eduardo Cunha e Geddel Vieira Filho foram formas do judiciários se colocar contra as votações do congresso sobre o projeto de lei de abuso de autoridade do judiciário.

Além disso, o ministro critica a prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), nas vésperas do recesso do judiciário, alegando que o despacho dado neste período é uma forma de deixar o deputado “pendurado”, pois seu processo estava há seis meses para ter um despacho. Quando questionado sobre a possível expulsão de Maluf, condenado e preso por lavagem de dinheiro, de seu partido, o mesmo disse que o partido não é destas coisas.

No final, Barros elogia o ministro do STF, Gilmar Mendes, por proibir conduções coercitivas e que por isso acredita que a Corte irá rever as decisões envolvendo delações premiadas e prisões. A verdade é que, apesar das disputas, o judiciário e o legislativo tem um acordo tácito de manter as regalias de um e outro, com salários que superam o teto constitucional, e salvo conduto para alguns políticos chave, como Temer e Aécio Neves.

A prisão, com décadas de atraso, de Paulo Maluf, é uma tentativa do STF para recuperar algum legitimidade depois de terem liberado e blindado tantos políticos de terem sido investigados. Além disso, a pena de Maluf nada tem a ver com a justiça, já que foram décadas, desde antes do regime militar, usufruindo das riquezas públicas e reprimindo os trabalhadores e o povo pobre, desde a sua atuação ditadura até a criação da ROTA em São Paulo. A justiça burguesa só é rígida contra os pobres, os negros e os trabalhadores, contra estes políticos é, no máximo, uma cortina de fumaça.

As disputas entre as instâncias de poder ficaram ressaltadas em momentos de descrença dos partidos vigentes e com a crise econômica, e, com isso, jogadas políticas são feitas por cada um, para garantir justamente sua supremacia e independência sobre a outra. Assim, fica óbvio que as prisões de políticos envolvidos em esquemas de corrupção são feitas em momentos cruciais de disputa, também como votações sobre medidas no congresso. O que os trabalhadores precisam se atentar é que os mesmos que disputam se unem para colocar sobre as costas dos trabalhadores o peso da crise.




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