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BREXIT | Ministro britânico da economia ameaça com cortes se houver “brexit”

sexta-feira 17 de junho de 2016 | Edição do dia

Diante do avanço nos últimos dias da intenção de voto para a saída britânica da União europeia (UE), no referendo do dia 23, o ministro do governo conservador, Osborne, recorreu à chantagem direta. Se o "brexit" prosperar, ele diz, será produzido um "buraco negro" de 30.000 milhões de libras (39.000 milhões de euro) e orçamentos serão cortados.

A forte advertência do ministro, quando falta apenas uma semana para o referendo, foi criticada por mais de cinquenta deputados conservadores eurocépticos que apoiam a saída do Reino Unido da UE e que, para contrariar a campanha do ministro, prometeram bloquear qualquer tentativa do governo de impor um "castigo" depois de 23 de junho.

Em uma campanha cada vez mais agressiva, Osborne disse hoje, em um evento no sudeste da Inglaterra, ao lado do ex-ministro das Finanças, o trabalhista Alistair Darling, que "a realidade é que a economia sofrerá um golpe" e que é sua “responsabilidade” alertar sobre as consequências de deixar o bloco europeu.
Osborne diz que o "brexit" irá provocar uma queda do investimento das empresas e elas contrataram menos pessoas, o que significará um golpe para as famílias. Enquanto isso, o trabalhista Darling antecipou que as consequências do "brexit" serão sentidas por décadas no Reino Unido e disse que o governo da vez será forçado a tomar "medidas desagradáveis". "Se a pessoa suja algo, tem que limpá-lo mais tarde, por isso é melhor não sujar pela primeira vez", disse o ex-ministro.
Como parte deste plano de "choque", Osborne disse que vai implementar um corte de 2.500 milhões de libras (3.250 milhões de euros) no Serviço Nacional de Saúde (NHS, sua sigla em Inglês), uma redução de 1.200 milhões de libras (1.560 milhões de euros) no orçamento de defesa e um corte da despesa para educação de 1.150 milhões de libras (1.299 milhões de euros).

Estes números são calculados a partir de uma análise feita pelo Instituto de Estudos Fiscais (IFS, sigla em inglês), que também estima que haveria o aumento dos impostos sobre itens como o álcool, combustível e aluguel.

Ao mesmo tempo, os defensores do "brexit" revelaram seus planos para depois de 23 de junho, se vencerem o plebiscito. De acordo com Chris Grayling, representante do Governo na Câmara dos Comuns, o Reino Unido pode completar a retirada do bloco europeu em 2019, se ganhar a “saída” na próxima semana.

"Eu não vejo razões práticas pelas quais nós ainda devemos estar na UE nas próximas eleições gerais (2020)", disse ele.

O apoio ao "brexit" entre os britânicos tem avançado nas últimas pesquisas sobre intenção de voto, que dão uma vantagem de sete pontos em comparação com aqueles que pedem para ficar no bloco.




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