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VOTAÇÃO NA CÂMARA HOJE | “Minha cassação fortalece o discurso de golpe” diz Cunha antes de julgamento

O julgamento do ex-presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha, ocorrerá hoje, segunda-feira (12). A votação está marcada para às 19h, mas durante o dia os discursos de acusação e defesa vão tomar lugar.

segunda-feira 12 de setembro de 2016 | Edição do dia

O atual presidente da câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse querer esperar chegar ao menos 400 deputados para dar início à sessão, sendo que o mínimo, segundo o regimento, é de 257 parlamentares. 

O esvaziamento corriqueiro das segundas-feiras em Brasília pode jogar a favor do pemedebista, mas tudo indica que a sessão estará lotada e o próprio Cunha vai participar.

Durante entrevista coletiva na sexta-feira passada, o ex-presidente da câmara dos deputados fez uma série de declarações para tentar convencer seus antigos colegas e se livrar da eventual cassação.

Acusado de quebra de decoro parlamentar ao mentir em uma CPI dizendo não ter uma conta milionária na Suiça, Cunha fica numa situação difícil agora e apela para o discurso de que se cassam seu mandato, o PT se fortalece para 2018 porque o discurso de golpe se fortalece.

A cassação, por um lado, responde a um anseio de milhares que saíram às ruas nos últimos anos pedindo a saída de Cunha por conta de suas declarações machistas, por representar o que há de mais retrógrado e conservador na política e ter sido peça chave no golpe institucional. Por outro lado, a cassação pode servir para passar um verniz no golpe, “tiramos Dilma, mas tiramos Cunha e aí fica tudo bem”. Como se apenas tirando um dos corruptos, por mais centralidade que ele tinha dentro do PMDB e da câmara, fosse suficiente para para estancar a crise política do governo.

Uma das polêmicas que também vão aparecer durante o julgamento diz respeito à divisão do julgamento da presidenta - esperança de Eduardo Cunha de que façam o mesmo com ele, dividindo a votação entre uma primeira onde avaliam se houve quebra de decoro parlamentar ou não, e outra em que decidem uma suspensão de 90 dias ou perda definitiva do mandato.

Segundo Calheiros, os dois casos são distintos, um se trata de crime de responsabilidade, outro de quebra de decoro.

Sobre todo o processo, Diana Assunção, candidata à vereadora pelo PSOL em SP, disse: “do ponto de vista dos golpistas, que hoje se deparam com um forte questionamento à legitimidade de seu governo, cassar a figura de Cunha é funcional. Ajuda a resgatar a legitimidade que irão precisar para aprovar ataques como a reforma trabalhista.” E continua “Precisamos lutar contra esses políticos dos patrões e seus privilégios. Que ganhem o salário de uma professora e tenham mandatos revogáveis! Que o Senado corrupto e sua representação distorcida acabem! Lutemos por uma Assembleia Constituinte a partir da nossa mobilização para combater esses ataques e lutar por nossas demandas!




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