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PRIVILÉGIOS | Militares gastam mais de 6 milhões de reais com toneladas de camarão, caviar e espumante

Enquanto os trabalhadores fazem as contas para conseguir realizar suas compras no mercado, o Comando Militar do Leste pediu uma licitação para compra de mantimentos no valor de mais de 6,5 milhões, com uísque, camarão, vinhos, caviar e espumante.

Marcello Pablito Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

quarta-feira 13 de junho de 2018 | Edição do dia

O Comando Militar do Leste, vinculado ao Comando do Exército, realizou um pedido de licitação para compra de mantimentos para abastecer restaurantes e bares de hotéis para a corporação no Rio de Janeiro, e tem entre seus itens 2 toneladas de camarão, caviar e espumante, uma compra de mais de 6,5 milhões.

Ao todo a licitação propõe a compra de mais de 400 itens, a maioria itens de luxo, como 1.994 kg de camarão de diversos tipos (fresco, sem casca, congelado etc.), 330 kg de salmão em posta, 240 caixas de carpaccio de salmão (embalagens com 300 gramas), além dos 109 potes de caviar. Também foram licitadas 3.751 garrafas de vinho de diversos tipos, importados e nacionais, 7.200 latas de cerveja, 30 garrafas de uísque, 23 de tequila, 35 de vodca e 360 de espumante.

O Comando militar do Leste era comandado pelo general Braga Netto no início do ano, e dá suporte à intervenção federal no Rio de Janeiro. “Coincidentemente”, no mesmo momento em que são liberados recursos públicos para a repudiante intervenção, os militares fazem uma licitação tão luxuosa. Não à toa, Braga Netto já tinha admitido, essa intervenção não tem nada a ver com segurança pública, só serve para reprimir a população pobre e negra no Rio de Janeiro e foi uma cartada do Governo Temer.

Um absurdo completo, ainda mais num momento em que os trabalhadores estão pagando mais caro por quase tudo, como a gasolina e o gás de cozinha, o exército, que já é regado a diversos privilégios, graças também aos esquemas de corrupção históricos, joga na cara dos trabalhadores e da população que vive cheio de regalias, comendo caviar e tomando champagne e a conta de mais de 6 milhões está sendo paga por cada trabalhador.

Os trabalhadores são os únicos que podem dar uma saída de fundo à farra dos privilégios e regalias dos militares, bem como de políticos, ou dos banqueiros que sugam nosso dinheiro com a fraudulenta dívida pública. Não é possível seguir com essa farra de alguns poucos enquanto a maioria da população vive sob condições tão difíceis. Para acabar com isso é necessário construir uma força material real, de trabalhadores, em cada local de trabalho e estudo, que possam obrigar as direções sindicais a romper com essa passividade e essa trégua aos golpistas, organizando a luta contra essa sociedade brutalmente desigual, e fazer com que sejam os capitalistas e não os trabalhadores que paguem a conta da crise.




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