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METRÔ DE SP | Metroviários realizam ato na Estação Belém

Na quinta-feira (03/03), por volta das 17h, os metroviários da Estação Belém realizaram um ato contra a degradação das condições de trabalho na estação e em todo Metrô de São Paulo. O ato que foi chamado pelos trabalhadores da própria estação, contou com a presença do Sindicato dos Metroviários, cipistas eleitos da Linha 3 Vermelha do Metrô e também pessoas portadoras de deficiência visual que fazem parte da Associação de Deficientes Visuais chamadas pelos próprios trabalhadores da Estação.

sábado 5 de março de 2016 | 00:00

Segundo os metroviários, os problemas de falta de funcionários, que geram situações que colocam em risco o transporte de toda população, já foi comunicado para os supervisores e a chefia do Metrô, e no caso da Estação Belém foi pautado também pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da Linha 3 Vermelha, mas nenhuma medida foi tomada. No ato os metroviários decidiram dialogar com a população que vive a realidade do transporte precário cotidianamente.

"Como cipista, a luta tem que ser diária, observando as condições inseguras, o ambiente de trabalho, os ataques da empresa aos nossos direitos e conquistas" diz Odean, metroviário da Estação Belém e cipista da Linha 3 Vermelha. "Mostramos força, unidade, disposição e espírito de luta. A categoria está viva, ainda respira, sonha. Precisamos continuar nesse espírito, reforçar o trabalho de base e de conscientização" continua.

Confira o vídeo do depoimento do deficiente visual Celso no ato

Reestruturação do Metrô

O Metrô de São Paulo, sob a alegação da necessidade de ajustes de custos por conta da crise econômica e falta de dinheiro em caixa, está realizando uma série de mudanças na gestão, entre elas um processo de reestruturação do quadro de funcionários com a suspensão de novas contratações, mudanças de turno de trabalho, suspensão do pagamento de horas extras e que vem gerando uma precarização das condições de trabalho no principal meio de transporte público da cidade de São Paulo.

Na quarta-feira (02/03) foi noticiado na Folha de São Paulo uma denúncia de que o governo Alckmin deixou de repassar para o Metrô de São Paulo a quantia de R$ 66 milhões de dinheiro da gratuidade do transporte (como o transporte gratuito para maiores de 60 anos, deficientes, desempregados). A alegação de Alckmin é de que a Companhia já seria muito eficiente, o que possibilitaria o não pagamento desse dinheiro.

O governo Alckmin já havia ganhado manchetes na mídia pelos escândalos de corrupção envolvendo o Metrô de São Paulo e recentemente novamente vazou novas denúncias, mas desta vez envolvendo as merendas das escolas públicas. Enquanto o governo Alckmin entrega milhões para essas empresas e empreiteiras como Camargo Correa (também envolvidas em escândalos do governo federal do PT), os trabalhadores e a população pagam a conta da crise com o aumento da tarifa e a precarização do serviço.

Ato na Estação Sé

Na próxima quarta-feira (09/03) está sendo convocado um ato na Estação Sé como continuidade do diálogo com a população sobre os problemas do transporte público enfrentados pelos metroviários.

"A Empresa e o governo Alckmin tem uma política consciente de precarização do transporte porque querem privatizar o Metrô de São Paulo, os atos são importantes porque precisamos população e trabalhadores dos transportes nos unir contra esse projeto por um transporte inteiramente estatal, gratuito e da qualidade, controlado por quem mais entende da realidade do Metrô, os trabalhadores e a população". diz Daphnae Helena, metroviária da Estação Sé e cipista eleita da Linha 3 Vermelha.

"A precarização das condições de trabalho dos metroviários atingiram tal nível, que não apenas nós funcionários estamos expostos a situação de maior estresse, de agressões porque ficamos sozinhos em catracas super movimentadas, como a de Sé ou mesmo de Belém. Mas chega a tal nível que coloca hoje em risco a própria população que utiliza o serviço, porque não podemos garantir mais que determinados atendimentos sejam realizados com a quantidade de funcionários que temos trabalhando nas estações" continua.




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