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METROVIÁRIOS | Metroviários discutem mobilização contra demissões abusivas

Contra demissões arbitrárias de funcionários nas últimas semanas, metroviários mostram disposição de luta em reuniões de base e podem paralisar atividades.

terça-feira 16 de agosto de 2016 | Edição do dia

Após demissões arbitrárias e injustas por parte do Metrô, metroviários organizam reuniões de base (setoriais) dos trabalhadores da manutenção para discutir os próximos passos da luta pela reintegração dos trabalhadores. As setoriais foram organizadas a partir de uma deliberação da última assembleia, e tiveram como pauta principal a demissão do trabalhador Almir, e também outra demissão arbitrária feita na última semana, do trabalhador Lupércio.

Além de implementar demissões abusivas, o Metrô vem atacando os trabalhadores na tentativa de coibir os processos de mobilização que podem surgir na categoria no próximo período. Exemplos das tentativas do Metrô de coibir a mobilização são: na manutenção a empresa soltou um email proibindo as setoriais e ameaçando fazer o desconto de DSR (Desconto Semanal Remunerado) e da hora de trabalho para aqueles que participarem das reuniões; punição para quem estiver utilizando o colete da campanha contra a privatização, com carta destinada aos operadores de trem da Linha 1 (tráfego) ameaçando punição dos mesmos (veja carta abaixo). A empresa está tentando se precaver de qualquer tipo de mobilização que possa vir dos trabalhadores em defesa dos companheiros demitidos injustamente, ou qualquer mobilização que possa incendiar os metroviários neste momento chave que beira a privatização da Linha 5 - Lilás. Outros ataques que a empresa vem fazendo são referentes à Participação de Rendimentos (PR) que o Metrô se nega a negociar, assim como o direito a intrajornada dos trabalhadores.

As demissões e as setoriais

Na semana passada o Metrô demitiu de forma injusta Almir, e no mesmo dia ocorreu uma assembleia para definir os rumos da luta pela readmissão. Depois desta demissão a empresa continuando a "caça às bruxas" e o processo de perseguição aos funcionários, demitiu outro funcionário, Lupercio, da área VPL, sob a alegação de que o mesmo havia dado um "falso testemunho" contra a empresa num processo a favor de um companheiro de trabalho. Na carta de demissão de Lupércio não consta nada sobre o motivo da demissão, sendo o motivo dado pela chefia apenas oralmente para o trabalhador.

A empresa, que tenta instaurar o medo nos funcionários, busca frear qualquer tipo de mobilização dos mesmos, que seja contra ela, buscando garantir seus privilégios a qualquer custo, mesmo que este seja para implementar demissões arbitrárias. para tentar impedir a mobilização querem coibir a mobilização com demissões como do Almir, que estava reivindicando sua progressão salarial quando a chefia da empresa fez um Boletim de Ocorrência contra ele, e o demitiu. No caso de Lupércio também, que foi demitido quando o mesmo ao depor contra a empresa em defesa de seu companheiro de trabalho num processo contra a empresa, foi demitido pelo que o Metrô afirma ser um "falso testemunho". Também estão sendo perseguidos os membros da Comissão de Base dos trabalhadores do Pátio de Manutenção no Jabaquara (PAT), que foram acompanhar deputados que queriam averiguar a denúncia dos trens parados que não estava sendo utilizados na operação, onde a empresa abriu sindicância contra os trabalhadores. Outros trabalhadores que denunciaram assédio moral, as chefias abriram B.O. contra os trabalhadores afirmando "calunia", além de sindicância.

Os trabalhadores nas setoriais responderam bem esta postura truculenta da empresa, lotando as reuniões de base, principalmente no que se refere a ameaça do desconto de horas dos trabalhadores, do qual não aceitarão nenhum desconto. A setorial noturna na estação Sé, ontem de madrugada, contou com a presença massiva dos trabalhadores, com cerca de 350 trabalhadores, mostrando uma grande disposição de defender seus companheiros de trabalho. Foi aprovada nessas setoriais uma nova assembleia no dia 23 de agosto, e nesta assembleia será discutido o dia da paralisação caso a empresa não retroceda com suas demissões arbitrárias até lá, assim como as punições que vêm se dando na categoria.

Para Francielton, Oficial de Manutenção do PAT, "Hoje torna-se urgente a unidade dos trabalhadores, e a categoria está se levantando contra os desmandos da empresa, comparecendo nas setoriais para combater estas demissões absurdas, assim como todas as punições que a empresa vem implementando. O medo que a empresa tenta impor na categoria com essas perseguições é para tentar fazer passar com mais facilidade o projeto de privatização do governo Alckmin, assim como frear qualquer mobilização contra o Metrô, seja por corrupção, contra os sanguessugas dos cargos comissionados e da maçonaria, contra o trensalão e a privatização da Linha 5. Hoje é necessário que todas as comissões de base e os trabalhadores do Metrô se coloquem na perspectiva de construir a paralisação em defesa dos trabalhadores demitidos de hoje, e também de 2014. Os metroviários não vão se deixar intimidar por estas ameaças e punições, e vão organizar a mobilização e a paralisação. Não iremos aceitar nenhum blefe mais nas negociações ilusórias com a empresa que vem no intuito de tentar frear a mobilização dos trabalhadores e para atacar mais ainda nossos direitos. Ou a empresa volta atrás com as demissões e para com seus métodos terroristas ou nós devemos parar o serviço."




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