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PRIVATIZAÇÃO METRÔ | Metrô anuncia PDV em meio a grave crise de falta de funcionário

“Nós estamos num programa de aprovar um PDV no Metrô, em que nós vamos pagar 3 anos de plano de saúde, para aqueles que quiserem sair. Nós tivemos 1 ano e meio com a mesma tarifa. Tivemos a recomposição de tarifa no ano de 2015 e agora nós tivemos um aumento na tarifa menor do que a inflação. Nós temos que fazer um plano de ajuste pro Metrô se manter.”

quarta-feira 13 de abril de 2016 | Edição do dia

Foram essas as palavras do Secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni à radio CBN na manhã desta terça-feira (12). Assim como em nível nacional o PT vem aplicando cortes nos orçamentos da saúde e da educação, enxugando quadro de funcionários, em nível estadual o PSDB segue sua política de ataques ao conjunto dos trabalhadores. Em meio a crise na institucionalidade do regime com a votação do impeachment da presidente Dilma Roussef marcada para o próximo domingo (17) na Câmara dos Deputados, tanto os governos da direita tradicional quanto do PT seguem a cartilha de descarregar a crise nas costas dos trabalhadores.

O Metrô quer implantar o PDV (Programa de Demissão Voluntária) na atual conjuntura onde prima a falta de funcionários nas estações e também nos pátios de manutenção dos trens. É nítido mais um ataque que o Governador de São Paulo quer desferir sobre os trabalhadores do Metrô com esse plano, quando se sabe que deveria ser o seu contrário: a contratação imediata de funcionários! Além do sufoco que está a condição de trabalho (vidros de bilheterias trincados, falta de intercomunicador nas bilheterias, entre outros) para os metroviários, o Governo quer fazer com que nós paguemos pela crise. Já não bastasse alterar a data do pagamento de salário e o parcelamento da PR (Participação nos Resultados) em duas vezes em fevereiro deste ano, o PDV é mais um “presente” que o Governo joga no colo dos trabalhadores do Metrô sem ao menos consultá-los. Em nota, o secretário geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Alex Fernandes afirmou que o Sindicato vem solicitando posicionamento formal e real da empresa sobre o PDV cujo objetivo é a demissão do trabalhador, pois sempre vem acompanhado de “Demissão” seletiva com assedio moral, com clara intenção de implantar um clima de apreensão nos trabalhadores com objetivo de estabelecer mais um tipo de divisão entre os funcionários. E no fim, a nota afirma que o Sindicato já solicitou a realização de reunião com esta gerência (Gerência de Recursos Humanos) em caráter de urgência para tratar do assunto.

Alegar que a tarifa não cobre os “gastos” que o Metrô vem tendo é debochar da cara dos metroviários. Com uma das tarifas mais caras do mundo (comparação valor pago X kilometro rodado) e cargos de alto escalão da Companhia recebendo mais de 20 mil reais de PR, o Metrô tem dinheiro sim para investimento na expansão de sua malha, para contratação de mais funcionário, porém esse dinheiro está sendo mal utilizado ou até mesmo desviado, como mostramos em algumas denúncias, aqui mesmo no Esquerda Diário, como por exemplo, a compra de trens novos para a Linha 5 – Lilás, que não estão sendo utilizados (Leia aqui) . Se o Metrô alega estar deficitário economicamente então queremos que se abram os livros de contabilidade da Companhia, para sabermos de onde vem e para onde está indo o dinheiro. Por quê há cargos no alto escalão que recebem salários e benefícios astronômicos enquanto os funcionários da operação e da manutenção arcam com, cada dia mais, piores condições de trabalho e vendo seus direitos conquistados com muita luta sendo retirados! O anúncio de Geraldo Alckmin da abertura do processo de privatização da Linha 5 - Lilás no ano passado é a continuação da entrega para um punhado de empresários, do sistema de transporte público, visto que a Linha 4 – Amarela é administrada pelo consórcio CCR. Somente os trabalhadores do transporte público em conjunto com os usuários podem dar uma resposta de fundo para a crise. Somos nós os interessados em expandir para os extremos da cidade a malha metroviária. Somos nós que sabemos quantos funcionários precisam em cada estação para atender com qualidade quase 5 milhões de usuários por dia. O controle do nosso trabalho somos nós que temos que decidir e não um bando de burocrata encastelado em escritório recebendo mais de R$10 mil e fazendo negociatas de todo o tipo. Não aceitaremos nenhum tipo de PDV! Exigimos mais contratações e condições dignas de trabalho!




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