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OPERÁRIOS EM LUTA | Metalúrgicos fazem ato no centro de Campinas

Na última quinta, cerca de 200 pessoas participaram um importante ato no centro de Campinas convocado pelo Sindicato de Metalúrgicos de Campinas na Semana Mundial de Prevenção e Combate as Lesões por Esforço Repetitivo/DORT.

sexta-feira 4 de março de 2016 | 16:25

A grande maioria do ato era composta por metalúrgicos da MABE de Hortolândia e Campinas, que acampam há dois meses e a algumas semanas ocupam as plantas contra o golpe que a empresa busca dar através da declaração de falência. Com um ritmo de produção intenso de fogões e geladeiras, são centenas de lesionados com ombros, joelhos, braços e colunas afetados, trabalhadores mutilados e com doenças psíquicas na empresa. Outra parte do ato era composta de trabalhadores da empresa Hunter Douglas, onde estão em greve contra a mudança do Sindicato dos Metalúrgicos para o Sindicato de Trabalhadores nas Indústrias da Construção, Montagem e Mobiliário de Campinas e Região (Sinticom).

Em cada relato na fábrica, a indignação de quem deixou boa parte da vida, a saúde e o corpo naquela indústria. Talvez por isso a raiva e a força dos operários da MABE se fez presente durante todo o ato, com uma “maré azul” tomando as ruas do centro e mostrando que os trabalhadores seguem resistindo, como podem ver nos relatos em nossa reportagem.

O Movimento Revolucionário de Trabalhadores esteve mais uma vez presente ao lado dos trabalhadores, junto com outros sindicatos e movimentos. Como disse o professor da rede pública João de Regina durante o ato, em cada escola do DIC e de Campinas que estamos , não existe um aluno e um professor que não saiba o que vem acontecendo na MABE, e a solidariedade, nas doações, fotos e gestos, é enorme. Em um momento de grande polarização social do país, João também denunciou como os diferentes governos que deram bilhões de subsídio para a produção de linha branca, hoje nada fazem para garantir os empregos e direitos dos trabalhadores.

Tatiane Lopes, estudante da Unicamp e militante da Juventude às Ruas, também relatou o quanto a convivência e luta cotidiana lado a lado com os operários tem sido uma grande escola de solidariedade e de aprendizado para a nova geração da juventude que ocupou as escolas e que agora vai as fábricas, arrecadando alimentos, dividindo as angustias e conversas, parando rodovias de madrugada .

O ato terminou com os metalúrgicos da MABE denunciando o calote de Berrondo, queimando camisetas da MABE com o seu nome. Também esteve presente uma importante delegação de metalúrgicos da Hunter Douglas, que se enfrentam contra a patronal que busca dividir os trabalhadores, tentando impor uma mudança de base sindical para a construção civil, de braços dados com a CUT contra os trabalhadores.

Veja a seguir vídeos com declarações durante o ato:

José Carlos, trabalhador da MABE

Lobinho, trabalhador da MABE

João de Regina, professor de Campinas e militante do MRT

Tatiane Lima, coordenadora do CACH/Unicamp e militante do MRT

Siga em nosso portal as próximas atividades da luta dos trabalhadores da MABE e novas coberturas.




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