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COMITÊS CONTRA BOLSONARO | Mesmo sob censura, metroviários de SP divulgam manifesto contra Bolsonaro

quinta-feira 25 de outubro de 2018 | Edição do dia

Na última assembléia dos metroviários foi aprovado um manifesto contra Bolsonaro como posicionamento da categoria contra a ameaça de direitos e todo o atraso que ele representa. O manifesto já com mais de 600 assinaturas e está sendo divulgado na página que pode ser conferida aqui

A empresa desde então vem proibindo a divulgação do manifesto e o recolhimento de assinaturas nas áreas, apoiando-se na reacionária lei eleitoral e novo código de conduta.

Na semana passada, Wagner Farjardo (Coordenador do Sindicato) e Camila Lisboa (Diretora da FENAMETRO) foram punidos com advertencia por haver se manifestado politicamente contra Bolsonaro e Doria durante uma reunião setorial (prevista em act) no Pátio Itaquera (PIT) ). O absurdo foi tanto, que Fajardo foi advertido por “autorizar” Camila a falar.

A direção do metrô de SP já começa a aplicar a lei da mordaça de Bolsonaro na empresa. Os metroviários estão sendo censurados e impedidos de se manifestar política e sindicalmente, sob o risco de sanções e punições.

Utiliza -se a justificativa da lei eleitoral contra os trabalhadores para que não possam se posicionar politicamente, porém não existe nenhuma lei quando Alckmin inaugura estações as vésperas da eleição? Ou então, a circulação do jornal AME em todas as áreas internas do Metrô chamando voto para a Senadora Mara Gabrili?

O Dono da Havan coagir funcionários, ameaçando-os de demissão se não votassem em Bolsonaro é permitido pela Lei, sem sofrer qualquer punição, porém os trabalhadores se posicionarem contra Bolsonaro, aí não pode? Os empresários financiarem uma indústria de Fake News é permitido pela justiça, entretanto um manifesto aprovado em assembleia da categoria não pode circular no ambiente de trabalho?

Essa lei é a expressão máxima de que só os patrões podem fazer política.

A censura aos trabalhadores é mais um capítulo das eleições manipuladas pelo golpe institucional, tendo como principal pilar o poder judiciário. Uma eleição onde foi usurpado o direito ao voto da população, e feita uma série de manobras para privilegiar que os patrões tivessem o seu candidato.

Diante desse cenário, que nos do Movimento Nossa Classe debatemos na última assembleia que para derrotar Bolsonaro, era preciso derrotar sua essência, o golpismo, que tem como principal objetivo dar continuidade de maneira autoritária as reformas iniciadas pelo Governo Temer.

Nesse sentido, acompanhamos a vontade de luta dos trabalhadores votando em Haddad para derrotar Bolsonaro nas ruas, mas sem dar nenhum apoio político ao PT, e sem compartilhar de sua estratégia eleitoral e de conciliação, que tem sido mostrado impotente até agora para combater o avanço do golpismo e dos ataques aos trabalhadores.

Precisamos derrotar Bolsonaro nas ruas, por isso propomos a criação de um comitê de metroviários, com um chamado assinado por mais de 90 trabalhadores, que pudesse ser o mais amplo q democráticos possível para organizar a categoria na luta contra Bolsonaro. A mesma iniciativa que tivemos em outras categorias, exigindo principalmente as centrais como a CUT e CTG, que rompam com a sua paralisia e convoque comitês massivos para organizar na base a luta dos trabalhadores.

Com muito custo o comitê foi aprovado em assembleia, mas infelizmente a diretoria do sindicato dos metroviários não teve nenhuma iniciativa em construí-lo na base. Acontecendo apenas uma reunião, pouco representativa, construída apenas por nos do Nossa Classe e que teve a presença apenas de 3 diretores do sindicato.

Ter um comitê de base representativo hoje na categoria seria fundamental para realizar uma grande campanha democrática contra a censura e perseguição política na empresa. Campanha que na nossa opinião deve ser a principal tarefa do sindicato hoje para fazer valer o posicionamento que os metroviários aprovaram em seu manifesto, dizendo bem claramente para o Metrô - SP, que eles podem, punir, censurar, mas não conseguirão calar a voz das metroviárias e metroviários em defesa dos seus direitos políticos, econômicos e democráticos, contra Bolsonaro e todo autoritarismo herdado da ditadura militar que ele representa.




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