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CORONAVÍRUS | Mesmo após “recuo”, Bolsonaro mantém suspensão de contrato em MP da morte

terça-feira 24 de março de 2020 | Edição do dia

Após segunda-feira turbulenta, com vai-e-véns da chamada MP da morte, informações vindas de integrantes da equipe econômica do planalto confirma a manutenção da suspensão de contrato de trabalho na Medida Provisória. As informações foram divulgadas por Miriam Leitão, da Globo, nessa terça-feira (24).

O intenso rechaço na internet fez com que Bolsonaro primeiramente recuasse nessa medida que vai matar muitos trabalhadores. Horas após divulgar a MP da morte, Bolsonaro teve que afirmar que iria retirar a proposta de permitir os patrões suspenderem contrato durante 4 meses. Mas agora, ao que tudo indica, essa proposta se mantém, mas com uma diferença: o patrão poderá suspender o contrato, mas o trabalhador vai poder acessar o seguro-desemprego, com ajuda do empregador e do governo juntos.

Há também uma opção de não suspender totalmente o contrato de trabalho e salário, mas reduzir a jornada e o salário em 50%, onde o governo pagaria uma parte e a empresa outra.

Mesmo com essa diferença do seguro-desemprego, milhões de trabalhadores serão brutalmente afetados, tendo seus salários reduzidos bastante. Em momentos de crise como esse, onde as pessoas estão desesperadas diante das dificuldades, reduzir o salário a um equivalente ao seguro-desemprego, cujo mínimo é o salário mínimo, pode ampliar os problemas das famílias. Não são poucos que já estão com dificuldade em pagar seus aluguéis, manter estoque de comida e recursos dentro de casa para efetivar a quarentena de maneira integral. Agora, com a MP de Bolsonaro, a tendência é agravar essa situação.

Tudo isso ocorre com medidas totalmente insuficientes que o governo federal vem tomando contra o coronavírus. São milhares de pessoas já infectadas no país, sendo cerca de 2 mil comprovadamente infectadas. A tendência é crescer e afetar ainda mais a população. Na medida em que a crise se estenda, a diminuição salarial e as imposições da patronal tendem a gerar ainda mais problemas para os trabalhadores.

É preciso barrar essa MP da morte e outros ataques que Bolsonaro quer implementar. O governo, os militares e seus aliados querem fazer com que a classe trabalhadora pague pela crise do coronavírus com seu sangue e garantir os lucros dos capitalistas. É necessário proibir completamente as demissões no país; a garantia de 100% dos salários e direitos dos trabalhadores que sejam afastados de seu trabalho. Para os que se mantém em atividade em categorias de trabalho sanitário e da saúde, ou os que são obrigados a manter-se trabalhando pelos patrões, é necessário que seja garantido desde o mínimo do álcool em gel até todas as medidas de segurança para proteger a saúde dos trabalhadores; afastamento de trabalhadores dos grupos de risco sem cortes de salários e direitos.




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