Depois de anunciar no ano passado mais de 3,6 mil demissões na planta de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, agora chegou a vez da Mercedes Benz anunciar o fechamento das unidades que tem em Campinas e a terceirização dessas unidades, o que pode significar 800 demissões de trabalhadores. Nenhuma Família na rua! Nenhuma demissão e terceirização! É preciso que todos os sindicatos da região e as centrais sindicais organizem a luta para defender todos os empregos e lutar contra a terceirização na Mercedes!
segunda-feira 26 de junho de 2023 | Edição do dia
A Mercedes Benz do Brasil que vem anunciando demissões e reestruturação da produção no Brasil, como recentemente vimos com o anúncio de demissão e terceirização em SBC, no ABC, agora anunciou que vai fechar as duas de suas unidades em Campinas e assim terceirizar essas unidades, o que na prática pode significar demissão de 800 trabalhadores para ampliar os lucros da gigante alemã em meio a crise capitalista.
Em Campinas a planta da Mercedes é a Central de Distribuição e Logística de Peças, a maior da Mercedes-Benz fora da Alemanha. São 80.000 m², com um estoque de 10 milhões de peças e distribuição de 3 milhões de peças por mês e ainda conta ainda com a linha de produção de peças remanufaturadas. Terceirizar tanto a central de distribuição quanto a linha de remanufatura, RENOV, vai significar além das demissões, diminuição da quantidade de trabalhadores, menos salários e direitos, e mudança na organização sindical de trabalhadores, portanto é um ataque enorme em toda a linha.
Nos últimos anos no Brasil os trabalhadores das montadoras vieram sentindo na pele como os capitalistas (neste caso a multinacional alemã Mercedes-Benz) jogam a crise nas costas dos trabalhadores com demissões em massa, lay-off, férias coletivas, arrocho salarial e até mesmo o fechamento total da planta, como aconteceu na Ford em 2019, também em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista e também ocorreu em Iracemápolis, interior paulista, numa planta da Mercedes que deixou mais de 300 famílias na rua em 2020. Isso mesmo com planos de isenções bilionárias do Estado, como está colocado agora com o governo federal em que Haddad já anunciou pacote de 1,5 bilhão para as grandes montadoras.
Além disso, essa reestruturação das montadoras e da indústria que avança com a precarização do trabalho da terceirização tem como base a reforma trabalhista aplicada no governo Temer e que veio sendo aprofundada pelo governo Bolsonaro, ataque que o governo de frente ampla de Lula-Alckmin já mostrou que vai seguir gerindo, e ainda ampliando com o arcabouço fiscal que significa um novo teto de gastos para precarizar a vida dos trabalhadores e da população. Ou seja, uma grande farsa capitalista, em que os trabalhadores pagam a conta das isenções às empresas capitalistas e pagam a conta também com trabalho precário.
Flávia Telles, professora da rede pública em Campinas, do Nossa Classe Educação e conselheira estadual da Apeoesp pela Oposição declarou: "Esse é um enorme ataque aos trabalhadores em Campinas e é preciso desde já que todos os sindicatos, a começar pelo sindicato de metalúrgicos, e as centrais sindicais como a CUT e CTB, organizem uma grande resposta para que seja possível manter os postos e os empregos dos trabalhadores e barrar a terceirização na Mercedes. Para isso o único caminho possível são os métodos da luta de classes, com paralisações, greves, manifestações, chamando o conjunto dos trabalhadores, os movimentos sociais, os parlamentares de esquerda, a unificar forças para enfrentar os capitalistas. Nós como professores estaremos lado a lado com os metalúrgicos nessa batalha".
Nós do Esquerda Diário, que impulsionamos o Manifesto contra a Precarização e Terceirização do trabalho com mais de mil intelectuais, juristas, parlamentares e entidades acadêmicas e de representação de trabalhadores(as), nos solidarizamos com os trabalhadores da Mercedes e estamos juntos na luta contra os patrões e para defender os empregos e enfrentar a terceirização! NENHUMA FAMÍLIA NA RUA!
