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PRIVILÉGIOS | Membros de gabinete furam fila da vacina covid em Campinas, enquanto cidade chega a 2 mil mortes

A denúncia de fura-fila foi feita por servidores da prefeitura. Um verdadeiro escândalo que mostra os privilégios de políticos e funcionários do alto escalão da cidade, enquanto a fila da UTI covid chega a centenas e a cada 3 que se internam, 2 morrem.

terça-feira 16 de março de 2021 | Edição do dia

Campinas vive um verdadeiro caos sanitário, reconhecido pelo próprio prefeito Dário Saadi (Republicanos), segue a média brasileira e a cada 3 que vão para UTI covid, 2 morrem, chegando agora a casa de mais de 2 mil mortes e com lotação de 100% dos leitos. Um caos que fez o prefeito anunciar a suspensão das aulas em toda rede pública, depois de professores estarem há semanas alertando contra o retorno inseguro das aulas e de um aluna de 13 anos ter morrido por complicações da covid.

Mesmo com toda essa crise, membros do gabinete de saúde da cidade furaram a fila da vacina e foram denunciados por servidores públicos, já que não faziam parte do grupo prioritário. Segundo a denúncia, os que furaram a fila da vacina, foram os servidores do 11º andar, onde se encontra: o gabinete do secretário Municipal de Saúde, o fundo municipal, as diretorias de saúde, de Recursos Humanos, administrativa, entre outras.

A denúncia foi feita porque esses membros não eram a linha de frente do atendimento a covid, e enquanto eles furaram a fila, os outros servidores tem que aguardar a vacina chegar na sua idade, como todos aqueles que não são parte do grupo prioritário.

A vacinação hoje não chega nem mesmo a todos grupos de risco, na semana passada a vacinação de idosos de mais de 73 anos foi suspensa na cidade por falta de doses, voltando agora a ser novamente agendada. Fatos que mostram que enquanto alguns podem furar a fila da vacina, a população mais pobre está deixando sua vida nos hospitais da cidade, sem ter nem mesmo a chance de entrar na UTI.

É um verdadeiro escândalo que escancara os privilégios que a casta política pode ter enquanto a população vê uma fila de centenas para entrar na UTI e morrer. O prefeito fala que nunca viu tamanha crise assim na saúde, mas o caos sanitário é justamente fruto de anos de precarização da saúde, que se aprofundou pós golpe de 2016 e com governo Bolsonaro, apoiado pelo partido do prefeito, e que se escancarou com todo escândalo de desvio de verbas que houve na cidade nas gestões anteriores, que o prefeito também fazia parte.

Um SUS 100% estatal, controlado pelos próprios trabalhadores e não por essa casta política dos privilégios, poderia gerir a crise a um nível muito superior ao que temos hoje, e com quebra das patentes e o controle dos trabalhadores na indústria farmacêutica, poderia garantir vacinas a todos. Além disso, uma cidade como Campinas, onde há uma capacidade produtiva industrial enorme, junto a Unicamp, e a Petrobras, poderia reconverter a produção para o que for necessário para a crise, como respiradores, EPIS e etc. É mais do que claro que só os trabalhadores podem tomar essa crise sanitária nas mãos, uma crise que completa um ano, que leva a milhares de mortes diárias, e ao sofrimento de milhões de brasileiros.




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