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Porto Alegre | Melo oferece frota de graça para a máfia dos ônibus em troca de demagogia com preço da passagem

Prefeito Sebastião Melo (MDB) de Porto Alegre apresentou uma proposta em reunião na última segunda (10) com a Associação de Transportadores de Passageiros (ATP), a entidade patronal, que opera no município, onde a prefeitura irá adquirir novos ônibus para a frota municipal por meio do modelo de locação, chamado leasing, e em troca da redução da tarifa a médio prazo, sem ou quantidade definida tempo definido.

terça-feira 11 de janeiro de 2022 | Edição do dia

Uma proposta que mantém o lucro da empresa intacto e ainda permite fazer demagogia com a população e propaganda favorável à privatização da Carris, empresa pública de ônibus cada vez mais sucateada.

Com uma frota profundamente precarizada, com idade média de oito a nove anos, os barões do transporte público dizem estar numa crise e usam isso como justificativa para jogar nas costas da população e dos trabalhadores do sistema de transportes. As empresas privadas vem implementando uma onda de demissões, como meta da atual gestão municipal, enquanto a Carris, a empresa pública de transportes assumia as chamadas "linhas deficitárias" na pandemia, assumindo todos os custos para garantir o transporte para a população.

O objetivo de Melo, ao contrário do que diz a imprensa, não é transformar o subsidio público à mafia das empresas de transportes da ATP (Associação de Transporte de Passageiros) em melhorias ou barateamento das linhas, mas seguir garantindo com gastos públicos o lucro dessas empresas. Vai entregar nas mãos dela ônibus pagos com dinheiro público que é de responsabilidade dessas empresas garantirem.

Atualmente, com a tarifa técnica de R$ 5,20, imposta pelas empresas, a prefeitura paga um subsídio de R$0,40 por passagem, dando lucro direto para elas, que não tem que reverter nenhum centavo em qualidade do serviço. Esse valor é justificado muitas vezes com o custo de manutenção dos ônibus, mas os trabalhadores dessas empresas relatam que muitas vezes as peças são substituídas por antigas, muitas vezes com uma tinta nova, mas no orçamento aparece o custo de uma peça nova.

Outro fator que alegam são os custos com pessoal, o pagamento dos salários, sendo que demitiram centenas de rodoviários na pandemia e agora Melo sancionou uma lei que permite a substituição dos cobradores por máquinas, acarretando em maiores demissões. A promessa de reduzir a tarifa com a renovação da frota por meio de locação através de dinheiro público não passa de demagogia, pois vai aumentar os gastos da cidade, enquanto os empresários já solicitaram revisão ainda nesse mês de janeiro, aumentando ainda mais o custo de vida da população. Nada garante que uma redução das tarifas vai durar, a depender da sede dos empresários.

Para que o transporte público esteja a serviço da população e se enfrentar com a sede de lucro dos barões do transporte é urgente defender lutar pela abertura do livro de contas das empresas, para que a população saiba de fato onde é que estão os gastos. Uma demanda que se liga a defesa de um transporte 100% Carris em Porto Alegre, estatizando as empresas da ATP, sob controle dos trabalhadores e da população, que são os únicos que podem gerir racionalmente o sistema de transporte, sem indenização para as empresas.




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