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Meirelles cita criação de empregos em outubro, IBGE refuta, somente empregos informais

As declarações positivas do ministro da Fazenda Henrique Meirelles quanto as perspectivas de recuperação da economia, se apoiando na criação de 80 mil postos de emprego, contrastaram com os resultados obtidos pela pesquisa do IBGE, apontando para o caráter informal da ampla maioria destas vagas.

sábado 2 de dezembro de 2017 | Edição do dia

Durante a semana o ministro Henrique Meirelles compartilhou suas perspectivas positivas quanto a recuperação da economia, afirmando que o País deverá ter neste ano o melhor Natal "em muito tempo". Um dos fatos usados pelo ministro da Fazenda para sustentar sua previsão, foi o fato, citado nominalmente, de que 80 mil postos de trabalho foram criados em outubro.

A afirmação entusiasta do ministro contrasta com recente pesquisa realizada pelo IBGE, divulgada nesta quinta feira (30). Segundo o levantamento do instituto quase 100% das vagas criadas pelo setor privado no ano foram de caráter informal.

Os dados fruto da pesquisa PNAD Contínua apontam para a criação de 2,3 milhões de postos no ano todo, cerca de 1,7 milhão aproximadamente seriam vagas criadas pelo setor privado, em sua grande maioria com características de informalidade. As 511 mil vagas restantes criadas são do setor público.

É este cenário de precarização dos postos de trabalho que a Reforma Trabalhista veio para oficializar. A reforma trabalhista ofereceu as empresas a possibilidade de manter a contratação de funcionários num regime de trabalho precário, seja do ponto de vista da jornada, do salário, ou demais condições, mas sem terem de continuar se arriscando na informalidade e ilegalidade.

Dessa forma, que desde a entrada em vigor da reforma, vemos a criação de uma série de anúncios absurdos de vagas de trabalho, as quais seriam antes consideradas ilegais, mas que com a reforma passaram a legalidade.

Mesmo assim, o número de desempregados continua em 12,7 milhões de brasileiros.

Este é o projeto de recuperação econômica defendido por Meirelles, assentado na criação de condições favoráveis aos empresários aumentarem a exploração sob os trabalhadores. Neste sentido, que ao concluir suas projeções o ministro reafirmou a necessidade do país continuar tomando medidas que "melhorem o desempenho e a produtividade da economia", se referindo a próxima reforma na agenda, a Reforma da Previdência.




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