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GOVERNO TEMER | Marqueteiro de Temer ganha sala no Planalto para cuidar dos 3% de aprovação do governo

O marqueteiro responsável pelos programas partidários do PMDB, de confiança de Temer, citado na delação de Joesley Batista por receber 300 mil a pedido de Temer, ganhou uma sala em local privilegiado no Palácio do Planalto, sem ser servidor público. O fato intensificou questionamentos às comunicações do governo.

sexta-feira 27 de outubro de 2017 | Edição do dia

O marqueteiro Elsinho Mouco passou a ocupar um espaço no quarto andar do Palácio do Planalto, com vista para a Praça dos Três Poderes. Contudo, Mouco é funcionário que cuida do marketing de Temer e do PMDB, mas não é funcionário público, não é servidor do governo. Visto seus ridículos 3% de aprovação, Temer requer que seu marqueteiro tenha espaço necessário para trabalhar.

Segundo o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Mauro Menezes, declarou a Globo News: “Não convém à administração pública admitir em seu âmbito agentes que não estejam submetidos ao seu controle. A presença de agente externo deve ser ocasional, não podendo ocupar o espaço público de forma ordinária”.

A notícia de que Temer colocou o marqueteiro de seu partido com sala no prédio público vem em um momento em que está sendo profundamente questionado por usar enorme montante (12 bilhões) de verbas públicas para se salvar das denúncias de corrupção. Para arquivar essas denúncias, o governo aprovou decretos de agrado de parlamentares que em troca iriam inocentá-lo, como a venda de aeroportos e a flexibilização do trabalho escravo.

Entenda

Elsinho Mouco já havia prestado serviços no marketing da campanha Junior Batista, irmão de Joesley Batista da JBS, para o governo de Goiás, e também para Temer, quando este ainda vice-presidente. O marqueteiro foi citado na delação de Joesley, que afirmou que Mouco havia recebido R$ 300 mil de Joesley a pedido de Temer para intervir melhorando sua imagem no contexto pré-golpe.

A ocupação da sala por Elsinho Mouco acirrou também divergências internas entre assessores de Temer. O governo bate recorde de desaprovação, tendo apenas 3% de ótimo ou bom segundo a última pesquisa Ibope, desta forma, a eficácia das comunicações já vinha sendo questionada. Ao utilizar verba pública para fazer propaganda de medidas polêmicas, que são sentidas pela maior parte da população como formas de ataque às suas condições de vida, salvaguardando interesses de grandes capitalistas, como a reforma trabalhista, tem se tornado difícil criar golpes de marketing capazes de melhorar sua imagem.

Mouco é diretor de conteúdo de uma empresa privada chamada Isobar, que cuida da estratégia digital do governo. O marqueteiro está diretamente na função desde Agosto, quando entrou para substituir Daniel Braga, figura que havia cuidado das redes sociais do prefeito de São Paulo, João Doria, nas últimas eleições, mas que não conseguiu salvar a imagem do peemedebista.

Para se defender Mouco se compara a outros serviços terceirizados que cuidam da manutenção do prédio público, como a limpeza, mas que no entanto, não são serviços diretamente políticos vinculado ao partido do presidente, tampouco parecem gozar de prestígio de sugerir qual sala querem ocupar: "Quando chegamos, em 1º de agosto desse ano, a equipe de redes sociais ficava no 3º andar, a 30 metros do presidente. Nós que sugerimos a mudança (...) Transferimos a estrutura de apoio para o 4º andar, próximo à Secretaria-Geral. O ministro Moreira Franco é quem cuida, diretamente, da comunicação digital. (...) Tem vários terceirizados da área da limpeza, segurança, serviço de manutenção de ar condicionado. Todo mundo precisa ter uma estrutura. Preciso fazer vários posts [nas redes sociais] por dia. Preciso estar próximo do presidente", disse Mouco.




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