A instituição possui em seus quadros religiosos que são selecionados por meio de concurso público. O novo concurso aprovará padres e pastores com um salário de R$ 10.500 reais, apenas para igrejas previamente selecionadas pelos militares.
segunda-feira 22 de maio de 2017 | Edição do dia
Que o princípio do Estado Laico no Brasil é uma farsa qualquer repartição público com seus gigantescos crucifixos pendurados pelas paredes pode comprovas. As cerimônias religiosas que parlamentares da bancada evangélica realizam dentro do Senado e da Câmara também o demonstram; ou ainda a isenção fiscal concedida para as religiões aceitas pelo Estado (o que, numa demonstração de imenso racismo, exclui todas as religiões de matriz africana).
Mas algo que poucos sabem é que também na Marinha existe o posto do Quadro de Capelães Navais (CapNav), em que líderes de religiões (apenas as cristãs, com forte lobby político, claro) são contratados por meio de concurso público, para atuarem na instituição militar recebendo um salário bancado pelos impostos de todos, pelo orçamento do Estado que deveria ser separado das instituições religiosas.
O concurso agora aberto pela Marinha é para quatro vagas para Sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana, uma para Pastor da Igreja Assembléia de Deus e uma para Pastor da Igreja Batista. São as igrejas beneficiadas pelo Estado para serem bancadas diretamente pelo orçamento público. Os candidatos terão que ter exercido a profissão de padre ou pastor por pelo menos três anos nas igrejas pelas quais se candidatam ao concurso. Ou seja, terão que ter o aval de uma instituição religiosa privada para prestar um concurso público.
Após aprovados, os candidatos ainda receberão um treinamento no Curso de Formação de Oficiais (CFO), no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk (CIAW), durante 39 semanas, e após isso receberão patente militar e ocuparão o posto de Primeiro-Tenente (CapNav). Seu salário (inicial) será de R$ 10.500 reais.
