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MANIFESTO COR | Manifesto dos Grupos de Maracatu contra a Homofobia

O Esquerda Diário divulga o Manifesto Cor, um manifesto de diversos grupos de maracatu, blocos de carnaval, grupos de direitos humanos,LGBTs, contra o assassinato homofóbico de Adriano Cor. Diversas entidades e grupos de maracatu em todo o país assinam o manifesto.

sábado 11 de julho de 2015 | 12:29

O Maracatu está de LUTO. Perdemos nossa cor, nos tiraram nosso Adriano. Nossa Baiana Rica, nosso batuqueiro, nosso dançarino, nosso amigo, nosso filho, nosso irmão se foi. Ao que tudo indica, foi morto em um crime de ódio. Assassinado pela homofobia. Essa praga que cresce, se alastra e se alimenta do medo, do rancor e da ignorância.

Então, nós decidimos que vamos responder como Adriano faria, acima de tudo: com AMOR e UNIÃO. Resolvemos nos unir e escrever esse manifesto contra a homofobia, contra a intolerância religiosa, contra o racismo, contra o genocídio da juventude, contra o machismo e contra toda e qualquer opressão que possa roubar nossa liberdade, nossos sorrisos e nossa paz.

Se assistimos sistematicamente crimes cometidos contra a população da periferia, contra as mulheres, contra gays, lésbicas, travestis, transexuais, transgêneros, contra indígenas, negros e negras, contra praticantes de religiões de matriz africana, é chegado o momento de nos unirmos. Para ficarmos mais fortes! Se estamos desacreditados e desacreditadas da maior parte da representação política no Congresso, nas câmaras e assembleias, precisamos então representar aquilo que queremos.

Nós queremos o fim do ódio à diversidade, queremos respeito à nossa liberdade de expressão cultural sem discriminação, de crença, de orientação sexual e afetiva. Queremos não correr perigo a cada esquina porque somos diferentes. Queremos ser felizes.

Adriano Cor, sua leveza, sua beleza, seu sorriso, sua luz e todo o amor que você sempre emanou serão nosso alento contra as barbáries que temos visto, contra as atrocidades como essa que nos levou você.

O Tambores de Olokun perdeu a presença física de sua Baiana Rica, a figura comumente realizada por homens, tradicional nos maracatus rurais e de baque virado, mas ganhou mais ancestralidade na alma do baque.

Nossa dor se transforma em luta. Nossa Cor se transforma em arco-íris. Nossa indignação se transforma em mobilização. E iremos até onde for necessário para que outros Adrianos, outras Kailanes, outros Cleydisons, outras Cláudias, outros Amarildos, outras Elizângelas, possam ter o direito à liberdade. Possam mostrar como são lindas todas as CORes da diversidade.

Adriano Cor, presente!

Rio de Janeiro, 9 de Julho de 2015

Diversas entidades e grupos assinam este Manifesto, veja lista completa aqui.




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