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MINAS GERAIS | Manifestantes reprimidos pela Tropa de Choque na sede da Samarco

Enquanto manifestantes são reprimidos por exigir punição aos empresários responsáveis pela tragédia, os deputados de Minas Gerais "esqueceram-se" da tragédia e das famílias da região de Mariana e votaram por suas próprias famílias pelo impeachment.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

sábado 23 de abril de 2016 | Edição do dia

Manifestantes do MST e outros movimentos sociais foram reprimidos em frente à sede da empresa Samarco nesse sábado, 23/04. A sede da empresa, localizada na estrada MG 129, altura de Catas Altas, próximo de Mariana e da barragem de Fundão, era um dos pontos de protesto da “Marcha pela Democracia”. Os manifestantes protestavam contra a impunidade das empresas Vale e Samarco, responsáveis pela tragédia de Mariana. Eles foram recebidos com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha pela polícia militar.

Segundo os organizadores, foram 1500 pessoas no protesto em frente à porta da mineradora. Já segundo a polícia eram cerca de 500 pessoas. Os organizadores disseram que antes mesmo de chegarem à empresa estava isolada pela Polícia Militar.

A “Marcha pela Democracia” é parte de um calendário de atividades votado por movimentos sociais e sindicatos que saiu do Ouro Preto no feriado de Tiradentes, 21/04, e está programada para chegar em Belo Horizonte no dia 26/04, terça feira, na Praça da Liberdade. Segundo organizadores da marcha, o protesto na sede da mineradora também foi um “recado” caso o impeachment seja aprovado.

A mesma Polícia Militar que isolou a região de Bento Rodrigues após a destruição desse distrito pela lama tóxica da Samarco e da Vale é a que reprimiu manifestantes que cobravam a punição das empresas mineradoras pela tragédia de Mariana. Porém, a polícia não é a única a preservar e encobrir os empresários responsáveis pelo crime da Samarco e da Vale e sua lama. O governo de Fernando Pimentel cumpre o mesmo papel.

Enquanto manifestantes são reprimidos por exigir punição aos empresários responsáveis pela tragédia, os deputados de Minas Gerais "esqueceram-se" da tragédia e das famílias da região de Mariana e votaram por suas próprias famílias pelo impeachment. Isso mostra como a democracia degradada dos ricos e poderosos não pode garantir sequer a punição dos responsáveis pela tragédia.

Apenas a mobilização popular e dos trabalhadores pode lutar contra a ofensiva da direita via impeachment e por uma democracia mais justa em que os trabalhadores sejam sujeitos da luta contra os grandes monopólios da mineração a serviço da espoliação imperialista das riquezas naturais das minas gerais e pela reestatização a Vale sob controle dos trabalhadores e da população.

Fotos: Facebook




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