sexta-feira 20 de janeiro de 2017 | Edição do dia
Na tarde desta sexta-feira, jovens realizaram um rechaço à Trump na Câmara Municipal de Campinas. A manifestação foi organizada pelo coletivo Faísca e se posicionou contra o machismo, o racismo e a xenofobia representados no projeto de Donald Trump, bem como repudiou a moção de aplauso aprovada pela maioria dos vereadores da cidade em homenagem ao hoje empossado presidente dos EUA. Confira as declarações de Tatiane Lima e Danilo Magrão:
Aqui em Campinas, a maioria dos vereadores ridiculamente aplaudiu a vitória de Trump, porque admiram sua linha política de conteúdo machista, racista, anti-imigrantes, contra a juventude e que também será marcada pela superexploração do conjunto dos trabalhadores dos EUA, América Latina e em diversos países do mundo. Esse acordo se mostra em outras aprovações conservadoras dessa câmara, como a moção de repúdio que fizeram ao ENEM por citar Simone de Beauvoir e a Emenda da Opressão, que proíbe a discussão de gênero e sexualidade nas escolas. Mas vemos que essa linha de ataques aos nossos direitos é assumida pela maioria dos políticos em todo o país, como vemos na dramática crise carcerária, que já assassinou centenas de presos, num país em que a juventude negra é presa arbitrariamente pela “Justiça”, sem testemunho ou julgamento.
São políticos dos partidos aliados aos golpistas que garantiram a presidência a Temer, enquanto vemos que o próprio PT, a despeito de se reivindicar como uma oposição, não oferece nenhuma resistência aos ataques profundos que estão sendo impostos, como a Reforma do Ensino Médio, a Reforma Previdenciária e Trabalhista.
Por isso hoje, nós da Faísca fazemos um chamado a toda a juventude do nosso país para estarmos ao lado das mulheres, negros e imigrantes mexicanos contra Trump e também a tomarmos as ruas para, junto aos trabalhadores, darmos uma resposta à crise política nacional e tomarmos em nossas mãos a defesa do nosso futuro.
Tatiane Lima, estudante de Ciências Sociais na Unicamp e militante da Faísca
Nos manifestamos hoje, no dia da posse de Donald Trump nos EUA, contra um governo representante da decadência do imperialismo, que assola milhares de países em alianças com outros governos pelo mundo para uma maior exploração da classe trabalhadora internacional. Estamos diante da cara mais podre do imperialismo que é a cara da xenofobia, do machismo, do racismo, do machismo e da LGBTfobia. A demagogia populista de direita de Trump é reflexo de uma crise capitalista histórica, que começa dar espaço para figuras cada vez mais nefastas. Contudo também não acreditamos que Hilarry, Sanders ou o governo Obama significassem algo positivo. Palestinos seguem morrendo, milhares de mortes na Síria não param de aumentar, a crise migratória, o Estado Islâmico, são algumas expressões da política internacional dos Democratas. A violência racista e o levantamento do movimento Black Lives Matter também atestam, para quem ainda tenha dúvida, que o imperialismo sempre irá desempenhar um papel reacionário independente do seu presidente. Nós latino-americanos, que estivemos submersos em anos de ditaduras constituídas, apoiadas e financiadas pelos norte-americanos, sabemos muito bem disso. Por isso, em especial no dia de hoje, também afirmamos em alto e bom som: fora imperialismo da América Latina!
Danilo Magrão, professor da rede estadual e ex-candidato a vereador de Campinas, numa candidatura do anticapitalista do MRT pelo PSOL
Confira aqui a ação:
