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MANIFESTAÇÃO DE POLICIAIS | Manifestação de bombeiros e policiais ocupou Alerj

Ao som de “Uh Bolsonaro” entraram na ALERJ. Sua ação levou ao adiamento de um dos pontos dos ataques de Pezão. Mas quais eram suas reivindicações? Defendiam todo o funcionalismo? Ou seus "direitos" de reprimir?

terça-feira 8 de novembro de 2016 | Edição do dia

Na tarde do dia 08 de novembro policiais, bombeiros e penitenciários fecharam a entrada da Alerj, no centro da cidade do Rio de Janeiro, que terminou ocupada por eles durante duas horas.

Entoando gritos como “Uh Bolsonaro”, com alguns setores levando cartazes que defendiam uma intervenção militar no país os policiais organizaram essa manifestação contra os impactos do pacote de ajustes de Pezão, sobretudo para eles. De acordo com as informações publicadas pelo G1, a manifestação foi convocada pelas “lideranças da polícia civil, sindicato de agentes e delegados, peritos papiloscopistas” que levaram uma carta de repúdio à Comissão de Segurança Pública, presidida pela deputada Martha Rocha do PDT.

Durante a ocupação da Alerj os policiais, bombeiros e agentes penitenciários afirmaram que só sairiam de lá após o presidente dessa casa Jorge Piciani do PMDB, que apoia o pacote de ataques, atender as reivindicações de não cortar seus salários, e demais medidas contidas no pacote que atinge o funcionalismo público anunciado por Pezão na sexta-feira. Entretanto, os policiais saíram após duas horas de ocupação. Após rezarem um pai nosso, e entoarem o hino nacional deixaram a sede da Alerj.

Apesar de sua aparente radicalidade ao terem entrado na Alerj ter sido tomada por alguns como algo que ajuda a luta dos servidores, nos discursos que proferiram durante a ocupação que realizaram, os bombeiros e policiais não destacaram a necessidade de que a reversão dos ataques aos salários e demais retiradas de direitos fossem garantidos também aos professores, ou aos trabalhadores da Saúde, que são os que mais sofrerão com os ataques anunciados pelo governo do estado do Rio de Janeiro.

Isso não é coincidência, ou apenas corporativismo. Isso ocorre porque a polícia não é aliada da classe trabalhadora. Não são trabalhadores de farda, mas repressores a serviço do Estado e dos capitalistas, para reprimir os trabalhadores e o povo. Que reprimiram pelo menos dez tentativas de ocupação da Alerj desde 2013, ano em que em junho a juventude, trabalhadores e o povo protestaram nas ruas por demandas como a redução da passagem de ônibus e o desaparecimento nas mãos da mesma polícia do pedreiro Amarildo.

Em todas as tentativas de ocupação da Alerj, de acordo com o site Uol, houve uso de força por parte da polícia com gás de pimenta, ou balas de borracha.
Tampouco se pode cair na falácia da exigência de impeachment de Pezão, que fora defendida pelos policiais durante a ocupação da Alerj como se fosse algo que pudesse ser favorável aos trabalhadores e a juventude. Isso porque ao entoarem cantos como “Uh Bolsonaro” torna-se claro que tipo de político eles querem ver no poder.

A luta contra os ataques de Pezão é justa e necessária. Mas não pode ser dada pela polícia e afins. Deve ser levada adiante de maneira independente pelos trabalhadores da Educação, da Saúde e de todos os demais setores que vem sentindo na pele as medidas de ajuste, e a repressão da polícia, que constantemente os impede de se mobilizar para garantir os interesses dos capitalistas e seus governos.




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