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REFORMA DO ENSINO MÉDIO | Mande sua opinião sobre a reforma escolar do governo ao Esquerda Diário

O governo golpista de Temer apresentou nesta quinta-feira a medida provisória da reforma escolar, que retira o ensino de artes, educação física, filosofia e sociologia como base da formação do estudante. O que você acha disso?

sábado 24 de setembro de 2016 | Edição do dia

Nesta quinta-feira, 22 de setembro, o governo golpista de Temer fez descer goela abaixo da população brasileira a reforma escolar, que retira o ensino de artes, educação física, filosofia e sociologia da formação obrigatória do Ensino Médio, mas que também aplica outros ataques, veja aqui. Aqui no Esquerda Diário, discutimos a reforma e em que contexto está situada, como, na verdade, a educação pública é alvo. Muitos artigos com opinião já foram publicados, como o posicionamento de Danilo Magrão, candidato a vereador em Campinas, e Mauro Sala, ambos professores da rede pública, e a carta do Centro Acadêmico da FEUSP que chama os estudantes a lutar. Danilo e Mauro também discutem como vai ser a retirada de disciplinas.

Além disso, já recebemos algumas declarações, acompanhe e também envie a sua para nossa página no facebook ou email ([email protected]):

O governo ilegítimo de Michel Temer, primeiro tenta a tal " escola sem partido", depois como represália aos professores de sociologia, filosofia e outras disciplinas, torna-se as mesmas como disciplinas não obrigatórias e isenta os governos estaduais de aplicarem nos seus respectivos currículos. Na perspectiva do atual governo, tais disciplinas influenciaram fortemente em suas carreiras políticas e de monopólio do Estado brasileiro, o osso, tais políticos não querem largar. Estamos estarrecidos com esse projeto de retrocesso para a educação brasileira. O aluno sairá prejudicado, pensará sem refletir, formarão opiniões sem embasamento. Tudo que o governo quer, é ver a sociedade brasileira pensando de acordo com às visões da mídia oportunista e que contribui na sustentação de ignorância e atraso em nossa sociedade. A questão não são às disciplinas em si, em especial sociologia e filosofia. Mas, o resultado que tais áreas do saber pode acarretar nos projetos das grandes elites econômicas e política, e isso os políticos tem medo, afinal: Para que ter jovens pensantes?

Bruno Araújo de Oliveira
Professor de Sociologia da EE Alfredo Inácio Trindade - Jaçanã, zona norte de São Paulo

Do que se trata a atual reforma do Ensino Médio e o que pretendem seus reformadores? Manter a escola em limites suportáveis pelos interesses dominantes e desenvolver uma forma de organização adequada a esses interesses.
A visão perversa da reforma quer nos fazer crer que o objetivo fundamental da educação é a de formar indivíduos eficientes, capazes de darem sua parcela de contribuição para o aumento da produtividade. Que cabe a educação proporcionar treinamento para a execução das tarefas demandadas continuamente pelo sistema econômico. Trata-se, explicitamente, de formar trabalhadores adaptáveis ao mercado de trabalho, tratando o aluno como produto customizável para determinados seguimentos do âmbito econômico.
A descontinuidade e fragmentação da cultura humana, a oferta de conteúdos rarefeitos, a segmentação “especializada”, tudo o que a reforma propõe, com ares de oportunizar mobilidade social, maior inserção no mercado de trabalho, margem para maior liberdade e autonomia do aluno e “melhora no desempenho escolar”, se fundamenta no desprezo a uma Educação com E maiúsculo, que deve estar atenta e problematizar a nossa condição de sujeitos, formada na apropriação e na produção da riqueza cultural em sua totalidade, no pronunciamento diante do mundo, na criação de valores, na consciência de que somos detentores de vontade, de que somos autores, de que nos humanizamos à medida que desenvolvemos e tomamos consciência de nossas potencialidades, de que nos humanizamos através da apropriação de conhecimentos, informações, valores, crenças, habilidades artísticas, físicas, etc. etc., passando a nos constituir como personalidade viva, como ser humano histórico, como ser humano integral...não “flexibilizado”, não segmentado, não retalhado em nosso desenvolvimento e no fazer de nosso destino.

Lucas Marfim
Professor de história da E. E. João Baptista. Zona Norte de São Paulo




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