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PL 5069/13 | Mais uma vez milhares de mulheres saem as ruas contra o PL 5069 no Rio de Janeiro

Ontem (12) três mil mulheres foram as ruas mais uma vez para protestar contra o PL 5069/13 de autoria do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de deputados de diversos partidos, entre eles, o presidente do PT em Rondônia, Padre Ton. Com concentração na ALERJ, ouvia-se diversas palavras de ordem contra o Cunha, pela legalização do aborto e direito ao corpo. Mães também levaram seus filhos para dizer que a maternidade deve ser uma escolha.

sábado 14 de novembro de 2015 | 00:02

A manifestação tomou as ruas 1 de Março e depois a Av. Rio Branco até a Cinelândia. Outra palavra de ordem que se ouvia era o repúdio ao deputado estadual Pedro Paulo (PMDB-RJ), futuro candidato para ocupar o cargo do atual prefeito, Eduardo Paes. Na última semana foram divulgados escandalosos episódios de violência de Pedro Paulo contra sua ex-esposa Alexandra Mendes Marcondes, nos anos de 2008 e 2010.

As mulheres, mais vez fizeram um ato no espírito de Junho de 2013, sendo um dos maiores atos, como o ato do dia 28/10, desde as jornadas.

Carolina Cacau, do Centro Acadêmico de Serviço Social da UERJ e do grupo de mulheres Pão e Rosas, falou com o Esquerda Diário: "mais uma vez as mulheres saíram as ruas para dizer que quem decide sobre o nosso corpo somos nós! Não vamos permitir que projetos de leis como esse ataquem nossos direitos! Mas diferentemente do dizem as feministas da Marcha Mundial de Mulheres aliadas do governo, que existe uma onda conservadora na sociedade, vemos disposição de luta contra os ataques e retiradas de direitos, como estão protagonizando as mulheres, categorias de trabalhadores e a juventude, como os secundaristas de SP. E se existem setores conservadores no Congresso que nos atacam, isso só foi possível com a aliança com o PT. Por isso não denunciamos só o reacionário do Cunha, mas também o PT que nesses 13 anos de governo mantém o aborto ilegal, enquanto mulheres morrem todos os anos. E também denunciamos, que o PL 5069 também é de autoria do deputado do PT, Padre Ton de Rondônia".

Rita Frau, professora e da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) disse: "O rechaço à figura do reacionário Cunha é generalizado e temos que repudiar fortemente, mas canalizar a luta pelas demandas das mulheres para a consigna "Fora Cunha" como tem feito o PSOL e as feministas da Marcha Mundial de Mulheres, significa lavar a cara do governo Dilma e o PT que se nega todos esses anos a legalizar o aborto e ataca os direitos da classe trabalhadora para aplicar o ajuste fiscal junto com a direita. Além disso, esta consigna não questiona a democracia dos ricos e o caráter antidemocrático e de classe do parlamento, que permite os privilégios dos políticos. Se Cunha sai, quem entra é o deputado corrupto do PP, Waldyr Maranhão. É muito importante que as mulheres estejam buscando uma resposta para crise política em repúdio à corrupção e aos ataques, mas a nossa resposta deve ser com a classe trabalhadora auto-organizada defendendo que possamos decidir que os mandatos dos políticos sejam revogáveis a qualquer momento, e que todos os políticos ganhem o mesmo que uma professora da rede pública do estado”.

Na próxima segunda-feira (16/11) terá uma nova reunião unificada do movimento de mulheres para organizar o ato do dia 25 de novembro, dia internacional de combate à violência contra as mulheres.

Carolina Cacau finalizou: “devemos fazer como na Argentina, gritar em alto e bom som “Nem Uma a Menos” por feminicídio, abortos clandestinos e contra toda forma de violência contra as mulheres. Devemos organizar um forte movimento de mulheres independente do governo Dilma e da direita conservadora para arrancar nossos direitos’’.




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