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CRISE ECONÔMICA | Maior queda nas bolsas mundiais desde a crise de 2008

terça-feira 25 de agosto de 2015 | 00:40

Nesta segunda-feira, as ações chinesas caíram mais de 8 por cento. Os principais índices das bolsas registraram suas maiores perdas percentuais desde a crise de 2008.

O colapso se produziu por uma decepção dos investidores, uma vez que Pequim não anunciou as medidas de política monetária esperadas durante o fim de semana, depois dos principais mercados chineses caírem 11% na semana passada. Desse modo, as expectativas quanto ao futuro crescimento chinês deixaram incertos diversos investidores, fazendo-os recuar, gerando queda nas bolsas a nível mundial.
O índice de ações CSI300 caiu 8,86%, enquanto o índice de Shangai Composite perdeu 8,5%, deixando-o ao mesmo nível em que estava no começo de 2015.

Evidentemente não deu certo a tentativa do Conselho de Estado chinês de aumentar para 30% a porcentagem de ativos dos fundos de pensão dos governos locais passíveis de serem aplicados nos mercados acionários. A medida esperava direcionar até 2 trilhões de iuanes para o já em crise mercado acionário.

Como impacto, a queda nas bolsas chinesas gerou um aumento na incerteza e na chamada aversão ao risco dos capitalistas internacionais, ocasionando maior procura por títulos da dívida norte-americana, considerados como um dos mais seguros do mundo, ou seja, que possuem rentabilidade garantida pelo governo dos EUA. As bolsas de todo o mundo refletiram o medo dos capitalistas de que a economia global sofra com uma nova desaceleração do crescimento da economia chinesa, as bolsas caíram nos principais países da Europa, Japão, Hong Kong e até nos EUA.

A maior procura por dólar, com o aumento do risco, impactou no preço do dólar, fazendo o real se desvalorizar novamente frente à moeda, chegando ao patamar de R$3,556. Parece que chegou ao fim a era do dólar barato, o que impacta diretamente em diversos aspectos na economia nacional, podendo alimentar a inflação dos produtos importados ou que dependem de insumos importados, e causando uma desvalorização dos salários dos trabalhadores brasileiros a nível mundial.

A China representa o maior parceiro comercial do Brasil, importando produtos como o minério de ferro. Assim, apesar de o minério ter tido um tímido crescimento de 1,4%, as importações chinesas tendem a se estagnar ou até mesmo cair, se o consumo de aço (motivo da demanda de ferro) continuar a não crescer por fruto da desaceleração econômica na China, a segunda maior economia do mundo.

A crise nas bolsas e a desaceleração econômica chinesa

Como já discutimos em outro artigo, tal queda nas bolsas na China, não são apenas uma crise financeira. Representam, sobretudo, a insustentabilidade do modelo exportador chinês, e de uma economia organizada para tal. Além disso, a desaceleração industrial chinesa, também mostra a necessidade do país de buscar novos espaços para acumulação, para se constituir como potência imperialista, o que na configuração geopolítica atual não pode ser feito de maneira pacífica, gerando guerras e consequente destruição de capital já constituído.

É certo que a economia chinesa se debilitará fortemente no próximo período. Atualmente, o país não está conseguindo fazer um “pouso suave”, para estabilizar uma taxa de crescimento menor. De toda forma, isso irá criar e aprofundar fortes impactos na economia brasileira, que já vem sendo demonstrados com a queda do índice Bovespa, valorização do dólar e a diminuição das importações dos principais produtos brasileiros, além de gerar uma forte desvalorização nos preços das commodities (ferro, alimentos, petróleo), principais produtos de exportação do Brasil e de vários outros países da América Latina.




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