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eleições 2018 | Muçulmanos e Judeus se unem em repúdio à Bolsonaro

Recentemente, grupos de judeus e muçulmanos brasileiros assinaram juntos uma nota repudiando o candidato reacionário Jair Bolsonaro.

Redação Rio Grande do SulRedação Rio Grande do Sul

sexta-feira 5 de outubro de 2018 | Edição do dia

A polarização política ganha força nessas eleições manipuladas pelo judiciário. A extrema-direita escravocrata e irracional, representada por Bolsonaro se aproveita da crise econômica e política para destilar todo seu ódio virulento aos pobres, negros, LGBT´S, mulheres e trabalhadores.

Recentemente, dez grupos de judeus e muçulmanos assinaram juntos uma nota repudiando o candidato à presidência Jair Bolsonaro. “Nossa bandeira comum, como muçulmanos e judeus é barrar toda forma de violência, de preconceito e qualquer outro elemento que dê base ao projeto fascista desse homem e de seus seguidores”, afirmam membros das duas comunidades no texto assinado em conjunto.

A muçulmana Regina Márcia Oliveira de Faria, membro do grupo “Muçulmanas contra o fascismo”, comemora a união:

“Somos, na grande maioria, brasileiras e brasileiros revertidos ao Islã. Registrar a nossa indignação com a realidade política e social a que estamos ‘submetidos’, é vital. Tão contundente quanto, nesse momento e a partir dele, somar em força e fé com a Comunidade Judaica que, de igual forma, não pode tolerar intolerância, desrespeito, formas e movimentos de separatismo e desigualdade. Juntamos forças e vamos juntos, por dias melhores a todas as criaturas. Particularmente, confesso uma enorme alegria nessa união de forças e coragem, junto às mulheres e homens da fé judaica.”

O judeu Michel Gherman, historiador e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudo Judaicos e Árabes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também foi um dos signatários do documento:

“O documento que une muçulmanos e judeus contra a candidatura da extrema-direita no Brasil representa o vínculo que esses dois grupos têm com a tolerância religiosa e com a necessidade de manter o diálogo e não embarcarmos num caminho sem volta para a intolerância e o fascismo. Judeus e muçulmanos do Brasil estão comprometidos com uma sociedade plural, mais justa e democrática. Ambos os grupos, com todas as suas contradições e questões, estão comprometidos na luta contra a candidatura da extrema-direita apresentada neste ano.”

O discurso fascista de Bolsonaro é usado como manipulação psicológica de massa para promover um falso sentimento de “unidade em nome da nação” jogando setores da sociedade contra as minorias. Na verdade, a unidade que a extrema-direita defende, é a unidade dos capitalistas, dos bancos e do imperialismo para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e aumentarem seus lucros.

Vale lembrar que os judeus foram vítimas dos horrores do nazismo na II guerra mundial, onde mais de 6 milhões, entre mulheres e crianças foram executados em câmaras de gás. Os palestinos (muçulmanos) também são mortos cotidianamente pelo estado sionista e criminoso de Israel e pela política imperialista nefasta de Donald Trump.

Bolsonaro se utiliza de um discurso muito semelhante ao de Trump e ao de Hitler para se fortalecer. Utiliza o medo oriundo da crise capitalista, o desemprego, o sentimento de impotência e a corrupção, canalizando esses sentimentos para o discurso de ódio e a violência, jogando parte da sociedade contra “os inferiores”. Além disso, Bolsonaro exalta a religião em seus discursos (“Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”) a fim de manipular os cristãos para obter seus votos, promover a intolerância religiosa e atacar o Estado Laico.

Não será nas urnas que poderemos derrotar a extrema-direita reacionária que ganha força no Brasil. Poderemos derrotá-los somente com a construção de um Partido Revolucionário no Brasil, com independência de classe, sem aliança com partidos golpistas e burgueses. Somente com a unidade dos trabalhadores e da juventude e sua organização em cada local de trabalho e estudo pode contrapor uma força material e política que poderá resistir aos ataques que o imperialismo e o capital financeiro quer impor sobre os trabalhadores com ajuda da extrema direita.




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