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QUILOMBO VERMELHO - LUTA NEGRA E ANTICAPITALISTA | LUTA NEGRA CONTRA O RACISMO E O CAPITALISMO

terça-feira 21 de novembro de 2017 | Edição do dia

O Brasil e o país com mais negros fora da África. Foram 4,8 milhões de escravos africanos capturados e trazidos à força para o que viria a ser o Brasil. O que pode parecer somente um dado a mais, revela que nada pode ser entendido neste país de passado escravagista, sem levar em conta o papel fundamental da escravidão e do racismo.

Esse passado é também presente e o sentimos na pele todos os dias. Os negros e principalmente as mulheres negras estão nos postos de trabalho mais precários, recebem os piores salários, são 9 de cada 10 entre os mortos pela polícia mais assassina do mundo. Nós sofremos com a violência e a humilhação das ofensas racistas desde crianças, aprendendo que os negros são a cor do “suspeito padrão”.

No capitalismo, uma sociedade baseada na exploração, o racismo corre nas veias da burguesia desde o seu surgimento. Esta classe que é dona das máquinas, das terras, da tecnologia, e que se apropria de todo o trabalho produzido pela classe trabalhadora, ergueu suas riquezas através da escravidão. O racismo serviu ao acúmulo de capital no passado, e ainda hoje beneficia a burguesia, que é herdeira dos senhores de escravos e permite que esta aprofunde a exploração da classe trabalhadora. Ao pagar salários inferiores e rebaixar as condições de vida dos negros, a burguesia consegue dividir a nossa classe e, assim, rebaixar os salários e condições de vida do conjunto da classe trabalhadora.

Por isso, é impossível conquistar a igualdade entre homens e mulheres, negros e brancos, dentro do capitalismo, uma sociedade baseada na desigualdade e na exploração. Por isso nossa luta negra contra o racismo precisa ser também contra o capitalismo.

Os negros têm uma heróica história de luta, resistência e ousadia. Em todos os lugares do mundo onde existia a escravidão e o racismo os negros lutaram e se rebelaram.

Foram incontáveis as greves de fome, fugas, rebeliões, incêndios de plantios, assassinatos de feitores e senhores de engenho. Os quilombos são o símbolo mais forte dessa resistência e Palmares ficou marcado no imaginário de todos os negros em nosso país. A identidade negra é forte e intolerável para a burguesia, pois carrega nas veias essa trajetória de insubordinação que ameaça o poder da classe dominante.

Para tentar apagar a força dessa história, no Brasil a burguesia desenvolveu nas primeiras décadas do século XX uma ideologia própria, a “democracia racial”, com o objetivo de negar que há racismo e perpetuar a sua dominação.

Essa teoria é alimentada até hoje para tentar desarmar o potencial explosivo que a luta negra pode ter no país. É que, para temor da classe dominante, em todos os processos da luta de classes a energia do povo negro reprimida pelo cotidiano racista e a opressão se expressa de maneira muito mais intensa e mais viva.

A burguesia racista e suas instituições temem que esta identidade negra se apresente nas ruas, ganhe as fábricas, os locais de trabalho e estudo, e essa autoafirmação logo conduza a sentir mais confiança em suas próprias forças e termine questionando toda ordem capitalista e as instituições que nos exploram e nos oprimem. Por isso, tentam a todo custo separar a luta negra da luta da classe trabalhadora e da luta contra o capitalismo. Eles querem que acreditemos que o único horizonte possível da luta contra o racismo é o “empoderamento individual”. Tentam aprisionar a enorme energia revolucionária dos negros e negras na esfera do consumo e da indústria cultural.

Frente a isso, queremos erguer o nosso combate ao racismo a partir de uma posição de independência de classe; que lute para que os negros encontrem, através da unidade das fileiras operárias e dos métodos de luta da classe trabalhadora, apoio e impulso para liberar toda essa energia reprimida e direcioná-la contra a burguesia e todos os seus agentes. É com esse objetivo que construímos este Quilombo Vermelho.

Do nosso lado está a moral daqueles que dedicaram suas vidas para que os negros conquistassem a liberdade, dos que se foram lutando contra todas as formas que toma essa barbárie que é o racismo; ao nosso lado estão também os ensinamentos de todos aqueles que lutaram pela transformação revolucionária da sociedade.

ESCRAVIDÃO, RACISMO E CAPITALISMO

“O trabalho de pele branca não pode se emancipar onde o trabalho de pele negra é marcado a ferro”
Marx

A escravidão e o comércio de escravos foram fundamentais para o desenvolvimento do capitalismo. O sequestro, o trabalho forçado, as torturas, os estupros e castigos físicos nas fazendas da América possibilitaram a concentração de enormes somas de capital nas mãos dos comerciantes de escravos, a burguesia europeia e, assim, foram essenciais para o desenvolvimento do capitalismo. O racismo surge com a escravidão. É um fenômeno histórico, ou seja, não é algo que “sempre existiu” como parte da “natureza humana”. Foi uma ideologia criada a serviço de justificar a escravidão que se deu em uma escala nunca antes vista na história, que em primeiro lugar devastou a vida de milhões de indígenas, para logo depois encontrar na escravidão negra um negócio extremamente lucrativo. O racismo surgiu com o capitalismo e com ele merece morrer. Houve escravidão antes do racismo, mas a escravidão moderna, ligada a esse processo de desenvolvimento do capitalismo, foi um empreendimento econômico, cultural e político tremendo, que se baseava no racismo como forma de justificar a suposta inferioridade dos negros em relação aos brancos, baseando-a em aspectos físicos e culturais. As Américas precisavam de mão de obra em larga escala e a mão de obra escrava se mostrou a mais lucrativa. Quem iria trabalhar para alguém se fosse livre para cultivar a sua própria terra?

O racismo e a escravidão permitiram à burguesia acumular capital e assim fortalecer os seus próprios interesses econômicos, políticos e sociais contra os interesses da nobreza e da monarquia que dominavam a sociedade durante o feudalismo europeu. A burguesia é racista desde seu surgimento. Assim, também, não é possível combater o racismo sem lutar contra o capitalismo, sem uma posição claramente anticapitalista, que defenda os interesses do conjunto dos trabalhadores e do povo pobre. Com essa perspectiva, cada luta contra o racismo fortalece a luta de todos os trabalhadores. E quanto mais fortes os trabalhadores estiverem, mais forças teremos para enfrentar o racismo.

Em defesa da Reforma Agrária e pela imediata demarcação dos territórios indígenas e quilombolas!

A elite buscou de todas as formas impedir o acesso à terra pelos negros. Depois da abolição da escravidão o governo restringiu ainda mais o acesso dos negros às terras, favorecendo os latifundiários e protegendo a todo o custo a propriedade privada. A concentração de terras assegurada pelo Estado, a sede de lucro dos latifundiários, do agronegócio e também das empreiteiras são os principais inimigos das comunidades quilombolas e dos indígenas na luta pela demarcação de suas terras. Nesta questão fundamental para a luta dos negros em nosso país também é necessário um programa anticapitalista que avance sobre os latifúndios para garantir a reforma agrária. Queremos um Quilombo Vermelho para lutar pela demarcação imediata de todos os territórios quilombolas e indígenas, e para lutar pelo fim dos assassinatos no campo!

COMBATER A DEMOCRACIA RACIAL E A BURGUESIA HERDEIRA DA CASA GRANDE

Depois da abolição da escravidão, o racismo não deixou de existir. Ao contrário, se tornou ainda mais complexo. Nesse momento, a burguesia avança em vários terrenos – políticos, econômicos ideológicos, para “mostrar” que mesmo com os negros juridicamente livres, havia diferenças de todo tipo entre negros e brancos. Se na escravidão boa parte da “ordem” era garantida pelos senhores de escravos, agora o Estado toma decididamente as rédeas da repressão ao povo negro, criando uma série de leis para reduzir os direitos dos negros e legitimar, aos olhos da justiça racista, a repressão sistemática ao povo negro, agora livre.

Antes queriam os negros como escravos nas senzalas, nas ruas somente se fosse a serviço do senhor de escravos. Agora, querem o negro nos piores empregos, nas favelas e nas prisões. Neste contexto, a partir dos anos 1930 ganha força o mito da democracia racial. Esse mito basicamente diz que não há racismo no Brasil (!) e que a desigualdade social não tem nada a ver com a questão racial. Quer fazer crer que as condições da colonização no Brasil foram muito mais “suaves” e harmônicas em relação a países como Estados Unidos. Mas essa visão do passado tinha tudo a ver com os objetivos daquela época e com os do presente. O mito da democracia racial, ao buscar por todas as formas possíveis negar a existência do racismo no Brasil, o país mais negro fora da África, estava – e está – relacionado com as exigências específicas da manutenção do domínio da classe dominante no Brasil.

Por trás deste mito, o que a burguesia quer esconder é que o povo negro se encontra nos piores empregos e com os piores salários. A imensa maioria dos negros e negras no Brasil vive em favelas, sem acesso ao saneamento básico, à moradia digna.

A burguesia, através do Estado e dos meios de comunicação, usa de todos os meios possíveis para menosprezar quem vive nas favelas. O argumento mais usado é dizer que lá só existem ladrões e traficantes. Na verdade, quem mora nas favelas é o povo pobre, a enorme maioria negra, que é empurrada para lá pelos baixos salários.

Na favela moram muitos trabalhadores terceirizados, dos setores mais precários, os que mais sofrem com a repressão policial; são os que têm seus filhos, familiares e amigos assassinados pela polícia racista. As leis que os políticos burgueses aprovam para explorar ainda mais os trabalhadores afetam em primeiro lugar os negros, com as mulheres à frente. É o caso, por exemplo, da lei de terceirização e da reforma trabalhista, que são ataques diretos aos direitos dos trabalhadores.

A reforma trabalhista, por exemplo, atinge sobretudo as mulheres negras pois, entre outras medidas, avançam na precarização, legaliza o trabalho insalubre de mulheres grávidas, colocando em risco as vidas tanto da mãe quanto do filho.

Nós, negros, precisamos estar na linha de frente contra as reformas, pois somos os mais atingidos!

RACISMO, IDENTIDADE NEGRA E LUTA DE CLASSES

“A história revolucionária dos negros é rica, inspiradora e desconhecida. Negros se rebelaram contra os caçadores de escravos na África; rebelaram se contra os comerciantes de escravos no Atlântico. Se rebelaram nas plantations. O negro dócil é um mito (...) O único lugar onde os negros não se rebelaram é nos livros de historiadores capitalistas”.
CLR James

Nesta sociedade capitalista, baseada na exploração, o racismo permite que a burguesia busque naturalizar que os negros estejam nos piores empregos e recebam os piores salários, dividindo a classe trabalhadora. Entender esse aspecto da relação entre exploração capitalista e opressão racial é fundamental para unir as fileiras da classe trabalhadora. E por que isso é importante? Porque a classe trabalhadora tem um papel decisivo na produção, é produtora de tudo o que existe, toda essa riqueza é apropriada pela burguesia e, nos países de passado escravista, a constituição da classe trabalhadora tem uma relação fundamental com os negros. É a classe que pode paralisar a produção, a circulação de mercadorias, de pessoas, das riquezas.

O potencial de que os “coveiros do capitalismo” – como diziam Marx e Engels no Manifesto Comunista – num país como o Brasil, extravasem esse ódio de classe, pode dar aos negros, no seio da classe trabalhadora, um papel predominante de energia moral decisiva em um processo revolucionário de combate ao capitalismo. Consequentemente, a burguesia tem um ódio mortal a todo passo adiante do povo negro que questione essa ordem baseada na exploração e na opressão.

A luta do povo negro por liberdade foi decisiva para o fim da escravidão em todos os países escravistas

Negras e negros resistiram de incontáveis maneiras aos horrores da escravidão. Atrasaram o ritmo do trabalho, roubaram mercadoria para comprar sua liberdade ou organizar as suas revoltas, e buscavam a todo custo manter seus familiares por perto. Mas também ousaram mais. Entre tantos exemplos, dominaram o quanto puderam as ruas das cidades provocando o medo das autoridades e as elites carioca tremiam com as capoeiras no século XIX. Sonharam, planejaram e executaram todo o tipo de ação que permitisse uma vida mais perto da liberdade.

Os europeus buscaram destruir as culturas e sociedades nativas, como os Incas, Maias e Astecas.

A riqueza cultural e material dessas sociedades foi constantemente ameaçada e em alguns casos destruída pela sede de lucro do capitalismo. No Brasil, a elite usou populações indígenas como mão de obra escrava pelos primeiros 150 anos. Houve outros motivos, mas o lucro envolvido no comércio de escravos negros falou mais alto e a escravidão de africanos se tornou a regra em seguida. Os indígenas nativos resistiram heroicamente.

São incontáveis os exemplos de resistência e ousadia dos negros. Revolta dos Malês na Bahia, que é considerada uma das maiores insurreições de escravos urbanos das Américas; Revolta de Carrancas em Minas Gerais; Quilombo de Campo Grande, que abrigava vários quilombos na região entre Minas Gerais e São Paulo; a região de Vassouras no Rio de Janeiro; o Quilombo de Malunguinho no Recife; o Quilombo do buraco do Tatu, também na Bahia; a revolta de Preto Cosme (considerada a maior insurreição da história do Império do Brasil); a presença de capoeiras nas cidades e a conjuração baiana são alguns poucos exemplos das centenas de quilombos e revoltas negras que se fizeram presentes em todos os lugares onde havia escravização e opressão racista. Palmares é um dos mais conhecidos, que resistiu por cerca de 130 anos, onde viveram cerca 30 mil palmarinos. Sua existência era uma ameaça às autoridades escravistas e um sinal de esperança e força para os escravos de toda região.

A luta heróica de Zumbi, de Dandara, de todos os palmarinos, ecoa na memória de todo povo negro ainda hoje. A liberdade corria no sangue dos palmarinos, e hoje toda negra e todo negro, jovem ou idoso, que conhece um pouco dessa história abre um sorriso de orgulho, levanta a cabeça e sente seu coração bater mais forte. A identidade negra está completamente ligada à luta de classes. É uma identidade de resistência e de revoluções. Por isso a direita racista se enfurece quando essa história é lembrada, quando nós nos debruçamos sobre ela para erguer a cabeça e enfrentar nossos inimigos de hoje.

O mito da democracia racial busca apagar essa história de resistência e ousadia. Ao afirmar a existência do racismo nos colocamos em combate

Cada negro que afirma orgulhosamente sua negritude enfraquece o mito da democracia racial. Cada trabalhador e estudante branco que se coloca na trincheira do combate ao racismo também. O mito da democracia racial não é indestrutível. Mas é nas ruas, nas fábricas, nas lutas que vamos destruí-lo. E não será por dentro desse sistema capitalista que faz do Brasil esse país racista, machista e homofóbico, que mais mata pessoas trans no mundo, que esse mito cairá por terra.

Somente uma perspectiva anticapitalista pode liberar a energia do povo negro, destruir esse mito reacionário e colocar de pé um país livre da opressão e da exploração. Para isso é necessário lutar, em todos os momentos, pela unidade entre os trabalhadores. Entre homens e mulheres, negros e brancos.

A energia transformadora do povo negro em combate pela liberdade, por uma vida digna, pelos sonhos de cada mulher, jovem ou homem negro é tudo que a democracia racial quer conter. Porque essa energia quando está associada à luta contra a burguesia é uma força que pode derrotar nossos inimigos. A luta do povo negro e da classe trabalhadora estão profundamente ligadas, se entrelaçam e se misturam de mil maneiras, já que de uma maneira ou de outra, atacam os interesses da burguesia. Por responsabilidade das direções do movimento operário – historicamente influenciadas pelo stalinismo –, dos partidos políticos e também de organizações sindicais, as demandas do povo negro são defendidas de maneira separada das da classe trabalhadora. Nós do Quilombo Vermelho, entendemos que essas lutas precisam estar entrelaçadas, porque uma fortalece a outra. Em uma perspectiva anticapitalista, elas são inseparáveis.

Para que essa unidade seja possível é necessário que os sindicatos, as organizações dos trabalhadores, incorporem a defesa dos interesses do povo negro, as várias lutas contra o racismo, como parte efetiva de sua política. Isso passa pela batalha para que os sindicatos não vejam as lutas de cada categoria como um fim em sí mesmo, buscando unificar as demandas da classe trabalhadora com aquelas mais sentidas pelos setores oprimidos do país, como o fim da violência policial, nas favelas, moradia digna, saúde, reforma agrária e assim apresentando a classe trabalhadora como um tribuno de todo o povo. É fundamental que os negros se organizem em seus locais de trabalho e nos sindicatos organizem secretarias que sejam linha de frente da defesa dessas demandas.

Um exemplo essencial é a urgência de uma luta de massas pela equiparação salarial entre homens e mulheres, negros e brancos. Basta de mulheres negras receberem 60% a menos que um homem branco! Também é fundamental a luta contra a precarização e a terceirização. Todos os sindicatos precisam defender a incorporação imediata dos trabalhadores terceirizados com o mesmo salário dos trabalhadores efetivos. E no serviço público, efetivação sem necessidade de concurso público, já que se trata de trabalhadores que já comprovaram na prática sua capacidade de desempenhar a tarefa.

É parte desta política também lutar por um salário mínimo necessário para que todos os trabalhadores tenham direito à uma vida digna, que hoje é calculado pelo DIEESE, com reajuste mensal de acordo com a inflação. Lutar pela redução da jornada de trabalho para garantir emprego a todos, sem a redução dos salários.

BASTA DE PERSEGUIÇÃO ÀS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS!

Parte importante da cultura negra se expressa através das religiões de matrizes africanas. O mesmo estado prende e assassina o povo negro é conivente com a perseguição a livre expressão religiosa do povo negro. Os padres e pastores fundamentalistas, que disseminam o ódio contra essas religiões, são os mesmos que atacam os direitos das mulheres e que exploram a fé do povo trabalhador para acumular fortunas pessoais. Basta de perseguição as religiões de matrizes africanas! Pela separação do Estado e religião, por um estado laico que garanta liberdade de cultos religiosos e manifestações culturais!

CONTRA A DIREITA RACISTA LUTAMOS DE FORMA INDEPENDENTE DO PT

O golpe institucional que levou Temer ao poder teve como objetivo avançar na retirada de direitos da classe trabalhadora e do povo pobre, em um ritmo ainda mais intenso que os golpistas julgaram que o PT seria capaz de fazer. Trata-se de servir ainda mais fortemente aos interesses do capital imperialista, não somente através de privatizações e entrega do patrimônio nacional, mas pela institucionalização de mais intensidade na exploração da força de trabalho. Para isso, o governo golpista fortaleceu os setores mais conservadores e racistas da sociedade, assim como instituições reacionárias como o judiciário e a polícia federal. A aprovação da reforma trabalhista, da lei da terceirização e a preparação da reforma da previdência são exemplos dessas medidas que serão sentidas de forma mais dura pelas negras e negros em nosso país.

Há um profundo desgaste da população com os partidos tradicionais do regime político que tem sido canalizado pela direita. Foi o PT quem abriu caminho para a direita ao favorecer os empresários e latifundiários e se aliar a seus partidos em nome da “governabilidade”. Essa direita, herdeira direta da Casa Grande, tem se apoiado nesse desgaste para se colocar como novidade. A direita não é alternativa! Esses políticos da Casa Grande, apesar de toda demagogia querem o negro “ em seu lugar”, que para eles significa nas cozinhas das senhoras brancas, nas favelas, nos empregos precários, na mira da polícia. É essa direita que quer legalizar o trabalho escravocrata nas fazendas, em pleno século XXI! É a direita que quer fortalecer ainda mais a repressão ao povo através do judiciário racista, fazendo de tudo para aprovar a redução da maioridade penal. Bolsonaro, Dória e Crivella estão entre os principais nomes. Nós temos que saber que eles são os representantes diretos da Casa Grande.

Às vésperas de 2018 já há diferentes cenários eleitorais e muitos negros se perguntam se diante do fortalecimento de setores ultrarracistas e conservadores o PT seria um “mal menor”.

Para nós não. É necessário lembrar que Lula e Dilma foram eleitos dizendo que defenderiam interesses da população negra e com apoio de setores do movimento negro. Mais ainda, foram eleitos porque uma parcela enorme da população enxergava que seus governos seriam um passo na luta contra a desigualdade racial. Muitos setores do povo negro veem o Lula como alternativa de fato por ter concedido aos pobres, aos negros, alguns direitos que deveriam ser considerados mínimos e universais, tais como medidas de combate à fome extrema, como o Bolsa-Família, de ampliação da educação, como Reuni e mais oferta de água no Nordeste. Foi também nos governos federais do PT que o Estatuto da Igualdade Racial e as cotas foram aprovadas. Nosso povo merece muito mais e temos muito mais a conquistar com nossa luta.

O PT nunca deixou de governar para a burguesia, contra os interesses dos trabalhadores e do povo negro. Os próprios Reuni e Prouni, carros chefes da política educacional do PT não aumentavam os investimentos nas universidades públicas, nem garantiam direitos de permanência dos estudantes. Tratava-se de uma expansão precarizada das federais e imensos recursos para utilização de vagas ociosas nas universidades privadas, pagas pelo governo federal. Uma política sob medida para os capitalistas do ensino.

Um dos exemplos mais marcantes de como o PT governou para os patrões é o fato de que enquanto cerca de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) foi destinado ao Bolsa-Família, 47% iam para a dívida pública, que é basicamente um “bolsa-banqueiro”. O que seria possível fazer com todo esse dinheiro se estivesse nas mãos dos trabalhadores e do povo pobre? Se fosse usado para dar condições reais de vida digna à população?

Mas não é só isso. Nos anos de governo do PT, ao mesmo tempo, o trabalho precário e a terceirização aumentaram vertiginosamente, indo de 4 para 12 milhões de pessoas empregadas sem direitos trabalhistas plenos e com salários de miséria.

Foi também nos governos do PT que o Brasil vergonhosamente liderou a ocupação militar no Haiti, país onde nossos irmãos negros conquistaram a liberdade através de uma revolução nacional há mais de 200 anos e onde até hoje sofrem com a vingança dos imperialistas que não os perdoam por esse feito. O desgaste do regime político brasileiro não pode ser canalizado pela direita. E o PT não está interessado no combate sério aos golpistas, já que só está de olho nas eleições de 2018.

Quem tem que decidir o futuro desse país são os trabalhadores, o povo negro e pobre! É necessária uma saída independente do governo e do PT; por isso lutamos por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta, que revogue os ataques do governo golpista e sirva para avançar nos questionamentos a todas as instituições capitalistas.

FORTALECER NOSSA IDENTIDADE NEGRA CONTRA O RACISMO E O CAPITALISMO

As manifestações de junho de 2013 abriram uma nova situação na luta de classes do país, questionando todas as instituições do regime da democracia podre dos ricos. Esse questionamento abre espaço à esquerda e à direita. A identidade negra vem ganhando cada vez mais força no Brasil, e isso é um golpe no coração da ideologia da democracia racial. Justamente pelo enorme peso social que a classe trabalhadora e os negros têm no Brasil, a classe dominante não pode assistir passivamente a esse transbordar da negritude nos dreads, blacks, Batalhas de MC´s, Tags e Grafites, rimas de Rap, poesia nos Slams, rodas de Capoeira e turbantes que desfilam orgulhosamente nas ruas. Cada vez mais negros tem andado de cabeça erguida reivindicando seu passado, sua cultura e vários aspectos de nossa identidade.

A burguesia tenta sequestrar a enorme energia que corre nas veias de cada vez mais negras e negros em nosso país e tenta aprisioná-la na esfera do “empoderamento individual”, do consumo dos cosméticos afro, da representatividade dos negros na indústria cultural ou dizendo que nos basta eleger mais parlamentares negros.

Outra saída tem sido canalizar essa energia para saídas políticas de conciliação de classes, como a recém fundada Frente Favela Brasil, que se propõe a ser um partido onde caberiam explorados e exploradores, oprimidos e opressores. Tentam, assim, incorporar alguns poucos de nós, nas engrenagens do sistema enquanto mantém a esmagadora maioria do nosso povo na miséria. Se por um lado reivindicamos com muito orgulho nossa identidade negra, por outro não caímos em armadilhas que podem levar a que setores do movimento negro vejam como seus inimigos os indivíduos brancos, perdendo de vista que em uma sociedade de classes os nossos inimigos são a classe dominante e o estado capitalista.

Há outros setores, como os “coloristas”, que ao tratar a identidade negra de forma completamente desligada de um combate de classes, chegam ao patamar de alimentar a divisão das fileiras dos próprios oprimidos entre negros de pele mais clara e negros de pele mais escura. Neste país de “democracia racial”, posições como esta terminam jogando contra o fortalecimento da própria identidade negra, dividindo os oprimidos. Uma das consequências é, por exemplo, defender e fazer parte de “tribunais de cor”, instituições que negam o direito democrático de autodeclaração em processos seletivos.

Somos absolutamente contra as fraudes, porém esse não é o caminho para aumentar a presença negra em esferas do funcionalismo público e no ensino superior. Algumas alas do movimento negro, por críticas, em algumas medidas corretas, à esquerda e as direções do movimento operário, chegam a afirmar que “entre esquerda e direita, eu sou preto”. Saídas como essa acabam sendo trágicas, porque, como colocamos nesse material, para acabar com o racismo é necessário adotar posições anticapitalistas, portanto, de esquerda e radicais. O povo negro sempre teve um lado, o lado daqueles que se enfrentam com a ordem existente. Foi assim contra os senhores de engenho e a escravidão e precisa ser assim contra o capitalismo.

ABAIXO O JUDICIÁRIO, A POLÍCIA E O SISTEMA CARCERÁRIO RACISTA!

O golpe institucional e o avanço de posições racistas só foram possíveis através do fortalecimento de instituições racistas e reacionárias como o judiciário. Este poder é o que legaliza a prisão em massa dos negros no país; que dá à polícia o poder de assassinar a juventude negra das periferias - nas quais morre um jovem negro a cada 23 minutos - ao mesmo tempo em que compactua com o assassinato, pelas mãos de capangas do latifúndio, de camponeses que lutam por terra; é o Judiciário que não puniu ninguém no assassinato de 111 presos no Carandiru em 1992. É o mesmo Judiciário responsável por cerca de 36% dos presos não terem tido o direito elementar de defesa, estão presos sem julgamento, somente porque essa polícia racista e assassina os colocou em um camburão. É o responsável pela prisão de Rafael Braga, enquanto mantém impunes empresários e políticos corruptos. Mesmo em casa, Rafael Braga segue preso e não esqueceremos!

Exigimos a liberdade imediata de todos os presos sem julgamento! O Judiciário é um dos pilares do domínio desta burguesia que se mantém no poder através da opressão e repressão sistemática do povo negro. Uma parte importante da esquerda aplaudiu o golpe. Há também quem afirme que a operação Lava-Jato e o fortalecimento desse judiciário racista são coisas positivas. Essas posições são absolutamente contrárias aos interesses dos trabalhadores e do conjunto do povo negro. Uma posição anticapitalista séria precisa se apoiar nos ombros de Luiz Gama, um gigante abolicionista do século XIX, que usava todos os meios jurídicos possíveis para defender a liberdade dos negros, sabendo que a Justiça era racista e que faria de tudo para evitar que os negros obtivessem a liberdade.

Nós precisamos lutar intransigentemente contra a polícia e o Judiciário, defendendo o fim da polícia e suas tropas especiais, e das chacinas e humilhações que a polícia promove todos os dias nas periferias. Basta de chacinas policiais! Basta de militarização das favelas! Os presos que foram julgados tiveram suas sentenças deliberadas pelos interesses do Judiciário. Que sejam julgados pelos seus iguais, em júri popular. Liberdade plena e imediata a Rafael Braga!

EM DEFESA DO FUTURO DA JUVENTUDE NEGRA

Para a burguesia não é suficiente assassinar e prender o povo negro. Esse Estado, a serviço dos interesses de nossos inimigos, rouba o direito ao futuro da juventude, principalmente da juventude negra e pobre que vive nas periferias. É a juventude negra que mais sofre com o desemprego, o trabalho precário, a precarização das escolas e com a falta de direito à cultura e ao lazer. A juventude negra fica para fora das universidades públicas pelo filtro social do vestibular, enquanto as universidades particulares financiam as fortunas dos megaempresários da educação.

Arrancamos as cotas raciais nas universidades e agora o governo golpista de Temer tenta destruir essa conquista com o corte dos investimentos e maior precarização da educação. É a juventude negra o alvo prioritário das chacinas policiais, que arrancam o seu futuro como fizeram com Maria Eduarda, jovem negra de 13 anos assassinada com 8 tiros dentro da escola. Nos bairros pobres, onde o governo não oferece nenhum acesso à cultura, os jovens sofrem com a repressão aos rolezinhos, aos bailes funks e slams.

A burguesia tem medo quando a juventude toma as ruas. Não somente pelo que pode fazer, como em 2013, mas pela confiança que pode transmitir aos trabalhadores. O Estado e os governantes capitalistas não têm nada a oferecer à juventude a não ser mais privações, o ensino religioso, o reacionário Projeto Escola sem Partido e a redução da maioridade penal.

Em defesa do futuro da juventude! Por educação de qualidade e o direito ao lazer! Basta da repressão aos rolezinhos, bailes funks e slams! Abaixo a redução da maioridade penal e o projeto Escola Sem Partido! Pela real implementação da lei 10.639 de ensino de História da África!

ORGANIZAR A LUTA NEGRA, CONTRA OS ATAQUES DOS GOVERNOS E DOS PATRÕES

Os governos também atacam os negros pela via do congelamento dos gastos com saúde e educação. A PEC 55-2016, que congela gastos com saúde, educação e moradia até 2036, é um ataque direto à população negra. O governo diz que não há dinheiro. Mentira! Há dinheiro de sobra, mas que vai para os grandes bancos e os grandes capitalistas do mundo através do pagamento da dívida pública. Ao mesmo tempo, dos poucos recursos destinados á saúde, por exemplo, não há preocupação alguma em estudar e prevenir doenças especificas que atingem especialmente a população negra.

Cerca de 47% do orçamento da União é gasto com a dívida pública, que também atinge estados e municípios. No Rio de Janeiro, estado que tinha em sua capital o maior porto de escravos das Américas, a situação é de calamidade social. Para conter manifestações de descontentamento maiores, o governo não hesita em recorrer à militarização da cidade, através das UPPs e do exército ao mesmo tempo em que sucateia a educação, a saúde e tenta privatizar recursos essenciais, como o saneamento básico. Pelo não pagamento da dívida pública! Esse dinheiro precisa ser posto a serviço dos interesses dos trabalhadores, do povo negro e do conjunto dos oprimidos, como por exemplo com um grande plano de obras públicas para garantir moradia digna a todos.

O governo Temer já passou a reforma trabalhista. Essa reforma é um ataque frontal ao conjunto da classe trabalhadora, e aos negros em particular, pois avança na precarização em busca de maiores lucros para os capitalistas. O governo prepara o terreno para aprovar a reforma da previdência. No primeiro semestre de 2017 havia muita disposição de luta, mas as centrais sindicais, Força Sindical, CTB e CUT, traíram a greve geral, construída pela base, para lutar pela anulação da reforma trabalhista e da lei da terceirização! Precisamos de um Quilombo Vermelho para apontar aos negros uma estratégia de independência de classe que combata a direita racista, sem depositar nenhuma ilusão no PT e neste regime podre e racista.

O povo precisa de uma alternativa política à esquerda do PT. Uma parte importante dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre sabe que a direita não é saída, mas que o PT tampouco é alternativa.

O Esquerda Diário é parte de uma rede internacional de diários digitais, que no Brasil alcança centenas de milhares de pessoas e está a serviço de construir essa alternativa à esquerda do PT. O Quilombo Vermelho batalhará ao lado de todos aqueles que lutam contra o racismo. Existem grupos de esquerda, alguns que fazem parte das fileiras do PSOL e PSTU ou estão em seu entorno, que lutam pelos direitos do povo negro e contra o racismo. Apesar de importantes diferenças políticas e programáticas com essas organizações como, por exemplo, a vergonhosa defesa do sistema Judiciário e a defesa do golpe institucional, o Quilombo Vermelho batalhará permanentemente para ações conjuntas que possam ampliar a luta antirracista em perspectiva anticapitalista e de independência de classe.

O nosso nome – Quilombo – reivindica os quilombos como a expressão e o símbolo de resistência, da trajetória heroica e revolucionária do povo negro. Das negras e negros que se organizaram em todos os lugares onde o racismo se fez sentir. É sobre seus ombros que olhamos para os desafios do presente, é sobre seus ombros que olhamos para o futuro. Somos Vermelho porque somos revolucionários. Nossa luta tem como objetivo a revolução operária e socialista, onde os negros seremos decisivos. Uma revolução socialista na qual os trabalhadores negros, brancos, indígenas, homens e mulheres, decidam os rumos de seu país. Uma revolução socialista, uma barricada na luta internacional da classe trabalhadora e do povo negro, uma injeção de força, energia e ânimo nas massas negras e oprimidas ao redor do mundo. Queremos um futuro livre de toda exploração e opressão, uma sociedade socialista, sem divisão de classes sociais, que só pode ser conquistada pela revolução. Essa é nossa luta presente. Para isso, erguemos esse Quilombo Vermelho.

MULHERES NEGRAS, INDIGNAÇÃO E LUTA CONTRA O RACISMO E O MACHISMO

As mulheres negras carregaram em sua pele o maior sofrimento, dor e violência da ordem escravista. Eram submetidas as mais variadas formas de violência, entre as quais os abusos sexuais e o estupro sistemático. Mas também resistiam com todas suas forças contra a opressão racista e a brutalidade da violência sexual. Foram incontáveis os casos de escravas como Zacimba Gaba, que envenenaram seus senhores para resistir aos abusos e aos castigos. Essa trajetória de dor, mas também de determinação e bravura, ficou marcada na história de Aqualtune, líder palmarina, avô materna de Zumbi que liderou tropas de 10 mil homens contra a invasão de seu reino no Congo; Dandara, líder palmarina, que dominava as técnicas de capoeira e combateu ao lado de Zumbi, seu companheiro, em várias batalhas. Após resistir de todas as formas quando foi presa. Dandara se atirou de uma pedreira para não ser novamente escravizada. Até na morte decidiu seu próprio destino. Esses, e os exemplos de tantas outras que serviram para nos fazer chegar até aqui, devem ser também inspiração para nos manter em pé e lutar!

No capitalismo, as mulheres negras suportam o peso da exploração dos patrões, a opressão de gênero e o racismo, e são tratadas como objetos sexuais. São as que mais sofrem com as condições de higiene precárias dos abortos clandestinos. Por isso gritamos aborto livre, legal e gratuito. Não é coincidência que as mulheres negras recebam 40% do salário de um homem branco! Que ocupem a maioria dos postos do maior exército de empregados domésticos do mundo, com 5,9 milhões de mulheres, das quais 55% negras, e que a terceirização tenha o rosto de uma mulher negra, nordestina e imigrante, sendo elas cerca de 90% das trabalhadoras nos piores postos de trabalho. As mulheres negras apresentam os maiores índices de mulheres assassinadas, vítimas das chacinas policiais, como Claudia Ferreira, Luana Barbosa, Cícera e Maria Eduarda, mais uma criança a quem Polícia assassina roubou o futuro. São a maioria entre as desempregadas,27%, e as que são mortas por abortos clandestinos. É por isso que, como diz o grupo de mulheres Pão e Rosas em seu manifesto. “A luta pela identidade das mulheres negras só pode ter uma resposta contundente se estiver atada à luta revolucionária para destruir esse sistema capitalista, que até os dias de hoje busca se beneficiar dos resquícios da escravidão de negras e negros(...) Para nós, esta luta é a primeira ordem e deve ser tomada pelo conjunto da classe trabalhadora”

A LUTA CONTRA O RACISMO E O CAPITALISMO É INTERNACIONAL

A revolução Haitiana foi uma injeção de ânimo e energia internacional para os negros escravizados, libertos, quilombolas, em todos que lutavam e tinham esperança de ser livres. Palmares também era um exemplo para os negros que se organizavam em Quilombos na América do Sul e no Caribe. Desde essa época a luta do povo negro é internacional. Com o desenvolvimento do capitalismo, em sua fase imperialista os laços internacionais se estreitaram ainda mais, tornando mais necessário do que nunca entender a luta contra o racismo e o capitalismo em seu caráter internacional. O que acontece em um país influencia os outros, de uma ou outra maneira. Na década de 60 e 70 o movimento negro no Brasil foi muito influenciado pelas lutas de libertação nacional em países do continente africano como Angola, Guiné Bissau, Moçambique, Gana, entre outros e pela luta por direitos civis nos Estados Unidos, que tinha como algumas de suas referências Martin Luther King Jr, Malcolm X e os Panteras Negras. Atualmente negras e negros do mundo todo se indignam com as milhares de pessoas que tentam desesperadamente atravessar o mediterrâneo fugindo da fome e das guerras no continente africano.

Ao mesmo tempo, nos incendiamos com as manifestações dos mineiros de Marikana, na África do Sul barbaramente reprimida pelo governo. A luta negra que tomou as ruas em Ferguson e Baltimore contra os assassinatos de Mike Brown e Eric Garner e as recentes manifestações no coração do capitalismo mundial contra as declarações e atos racistas e xenofóbicos de Trump contra a população negra, latina e imigrante também fortalecem a nossa luta no Brasil.

Queremos erguer um Quilombo Vermelho que ao organizar a luta negra em nosso país contribua decisivamente para a luta contra o racismo e o capitalismo internacionalmente.

Fora o imperialismo no continente africano! Retirada de todas as tropas do Haiti! Não ao pagamento das dívidas dos países africanos e do Haiti! Basta de barreiras migratórias na Europa!

Os imigrantes devem ter plenos direitos civis e políticos! Basta de Racismo e xenofobia contra negros e latinos nos Estados Unidos! Liberdade para Mumia Abu-Jamal e todos os Panteras Negras!

QUILOMBO VERMELHO – composto por Militantes do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) e independentes.




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