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POLÊMICA COM MAM | MAM se posiciona frente ao ataque conservador à performance La Bête

O Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM se posicionou frente à polêmica aberta por setores conservadores a respeito da performance que trazia um homem nu. Reproduzimos abaixo a nota de posicionamento do museu.

segunda-feira 2 de outubro de 2017 | Edição do dia

Na última semana a direita, encabeçada pelos conservadores e reacionários Alexandre Frota e o MBL, protagonizaram mais uma polêmica em torno de uma exposição de arte. Acusaram o Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM de pedofilia devido a uma obra interativa que contava com um homem nu e em que era possível interagir com ele. Os ataques e agressões ao museu vieram após a divulgação de um vídeo onde uma criança, sob a supervisão de sua responsável, interage com o homem nu, que está imóvel, tocando suas mãos e pés.

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O MAM soltou uma nota de posicionamento no último dia 29 a respeito das agressões que vem sofrendo. Reproduzimos abaixo a nota:

Nota de Posicionamento

O Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM repudia as agressões que vem sofrendo nos últimos dias por parte de grupos radicais em sua sede no Parque Ibirapuera. Na sexta-feira, o museu foi invadido e seus colaboradores e visitantes foram alvo de ofensas e agressões verbais, em claro ato intimidatório.

No sábado, o museu foi palco de novo protesto patrocinado pelo mesmo grupo de indivíduos, que desta vez, além das agressões verbais, cometeram atos de violência física contra visitantes e colaboradores.

Em resposta às agressões, o museu registrou dois boletins de ocorrência, nos quais constam também as denúncias de ameaças de danos ao patrimônio e à integridade física sofridas pelo museu, por meio de telefonemas anônimos e mensagens em plataformas de mídias sociais.

O MAM esclarece mais uma vez que a performance ‘La Bête’, realizada na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira, se deu com a sala sinalizada, incluindo a informação de nudez artística, seguindo o procedimento regularmente adotado pela instituição de informar os visitantes quanto a temas sensíveis.

O trabalho apresentado na ocasião não tem conteúdo erótico e se limitou a uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas.

O museu reitera ainda que a criança que aparece no vídeo veiculado por terceiros era visitante e estava acompanhada e supervisionada por sua mãe e que as referências à inadequação da situação são resultado de desinformação, deturpação do contexto e do significado da obra.

O MAM considera pertinente o debate para o aprimoramento e difusão do marco legal de classificação indicativa no ambiente museológico, ao mesmo tempo em que defende a liberdade de expressão na produção cultural.

O museu agradece às manifestações de apoio que tem recebido de instituições culturais, de artistas e do público em geral e segue empenhado em esclarecer e estimular um diálogo construtivo, tolerante e plural com todos os segmentos da sociedade para o fortalecimento da cultura e da nossa democracia.

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