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DIA 29: PARALISAÇÕES E ATOS | Lutar organizados pela base para barrar o ajuste do governo Dilma

quinta-feira 7 de maio de 2015 | 01:16

É preciso apoiar este dia de lutas e organizar o maior número possível de trabalhadores, com o objetivo de ampliar a luta nacional contra todos os ataques em curso. Porém, é preciso impulsionar um amplo debate na base de todos os setores, para organizar essa paralisação. Nas suas assembleias, os trabalhadores não devem se restringir a referendar a pauta acordada entre as centrais sindicais, mas levantar suas próprias bandeiras de luta.

Essa é a forma de evitar cair na armadilha preparada pelos partidos do governo, PT e PCdoB, que dirigem a CUT e a CTB. Eles estão realizando um movimento duplo para tentar enganar os trabalhadores e conservar legitimidade. A frente dos sindicatos, respondem a pressão das bases e convocam medidas parciais de luta contra o PL 4330 ou as Medidas Provisórias do ajuste fiscal, omitindo, porém, que são da Dilma, colocando a culpa somente no Levy. Enquanto isso, no congresso nacional, aprovam as mesmas medidas contra as quais se opõem nos sindicatos.

Essa é uma parte da jogada. Colocam também como parte da pauta das jornadas nacionais de luta a defesa da democracia, assim, em abstrato. Com isso, tentam dar um caráter para essas mobilizações de defesa do governo Dilma contra a direita, contra um suposto golpe, contra a ameaça de impeachment. Então, para CUT e CTB, o dia 29 será ao mesmo tempo contra medidas do governo Dilma e em defesa deste governo. Como se os trabalhadores também não estivessem indignados com os escândalos de corrupção do governo petista.

E a luta dos professores?

O grande ausente da convocatória unificada para o dia 29 é a luta dos professores e em defesa da educação. A própria data impede que este dia nacional de luta seja um ponto de apoio para as greves de professores em curso. A tarefa urgente do momento seria um grande dia de paralisação nacional contra os ajustes, mas também em apoio as greves de professores, que se enfrentam contra os mesmos ajustes só que em âmbito municipal e estadual. No entanto, isso interessa muito pouco ao PT, que enfrenta greves em estados em que governa e que teme uma greve geral das universidades federais.

É tarefas das oposições sindicais e sindicatos agrupados na CSP/Conlutas e Intersindical, denunciar aos trabalhadores a jogada do PT e do PCdoB e colocar todas as suas forças para que as greves de professores triunfem e para unificar as greves dos professores e a luta em defesa da educação, com a luta contra as MP 664 e 665 e o PL 4330.

Para enfrentar os ataques do governo Dilma e a direita

É grande a responsabilidade da esquerda antigovernista na atual situação política. Enquanto o governo Dilma aplica o ajuste fiscal a serviço dos banqueiros e grandes empresários, se afunda nos escândalos de corrupção. Os sindicatos governistas, para defender seu próprio governo, se calam frente à corrupção ou fazem a defesa direta dos corruptos.

Dessa forma, os setores mais conservadores e a direita se embandeiram demagogicamente do discurso anticorrupção. Ao passo em que dividem tarefas com o governo na aplicação das medidas de ajuste que estão tomando para fazer a classe trabalhadora pagar a conta da crise econômica e da recessão que está em curso. Nos estados aplicam programas parecidos. No congresso, uns apoiam os ataques ao seguro-desemprego e falam contra o PL 4330, são os governistas. A oposição se coloca contra o ataque ao seguro-desemprego, enquanto defende o PL 4330. Entre os opositores, está o partido Solidariedade, do Paulinho da Força Sindical.

Um programa claro, aprovado nos sindicatos dirigidos pela esquerda e defendido pelas oposições sindicais combativas, poderia dar um grande impulso a constituição de uma terceira alternativa no cenário político nacional. Esse programa poderia girar em torno de alguns eixos principais. Em primeiro lugar, a responsabilização clara e direta do governo Dilma nos ataques aos trabalhadores e uma denúncia contundente do aumento da precarização durante os três governos petistas. Em segundo lugar, a luta pela punição e confisco de bens de todos os corruptos – políticos e empresários – e a luta pelo fim dos privilégios da casta política.

Essa última questão poderia se traduzir numa demanda que se liga ao terceiro eixo fundamental no momento, que é o apoio a luta dos professores e contra os cortes de verbas na educação. “Que todos os políticos ganhem como um professor.”

É nos locais de trabalho e de estudo, começando naqueles em que a esquerda é mais forte, que um programa como esse pode ganhar força, e uma terceira alternativa, independente do governo e da direita, pode surgir como resposta para a crise política e econômica do país.




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